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Crítica

Crítica: A Princesa e o Sapo

Desenho apresenta nova princesa e marca a volta da Disney à animação clássica

10.12.2009, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H56

A Disney se tornou o que é hoje muito em razão do trinômio princesas, príncipes encantados e bruxas malvadas. Desde Branca de Neve e os Sete Anões, em 1937, as animações criadas nos estúdios do Mickey embalaram as matinês de crianças de todas as idades. Mas com o avanço da computação gráfica, esses contos de fadas deram lugar a universos diferentes, com histórias estreladas por brinquedos, insetos, carros, monstros, peixes e até robôs. Porém, pergunte a qualquer menina se as princesas são coisa do passado e ela certamente responderá que não. E é seguindo a tradição que teve como última herdeira Mulan, em 1998, que o estúdio apresenta agora a sua nona princesa, Tiana.

A Princesa e o Sapo

A Princesa e o Sapo

A Princesa e o Sapo

Mas não se engane pelo título A Princesa e o Sapo (The Princess and the Frog, 2009). Diferente dos contos dos irmãos Grimm, aqui a história não acaba quando Tiana deixa de lado o nojo que é beijar um anfíbio gosmento e tasca uma bitoca no bicho. Esse é apenas o início da aventura, quando ela também se vê transformada em um pequeno e esverdeado ser saltador comedor de mosquitos. O motivo da transformação é que ela não é uma princesa. A história se passa em Nova Orleans, terra do jazz, da comida creole e do Mardi Gras, um carnaval que em nada lembra o nosso.

Tiana (vozes de Anika Noni Rose / Kacau Gomes) é a filha de uma habilidosa costureira e um pai sonhador, que quer um dia abrir seu próprio restaurante. Para ele, a comida une as pessoas. O sapo é o príncipe Naveen (Bruno Campos / Rodrigo Lombardi), um playboy que só queria saber de curtir a vida, não dava valor ao que tinha e por isso é expulso de seu palácio e está na maior dureza. Mas não perde a pose. Quando encontra o Dr. Facilier (Keith David / Sergio Fontoura), Naveen não percebe que está sendo trapaceado e em questão de segundos toma a forma do anfíbio, enquanto seu roliço serviçal assume seu corpo e inicia o plano de enganar Charlotte (Jennifer Cody / Iara Riça), a filhinha mimada do maior ricaço da cidade, e garantir o seu futuro.

Toda a apresentação dos personagens e seus sonhos segue a cartilha das clássicas animações Disney, com cantorias e danças. Mas como estamos em Nova Orleans, os ritmos empregados são o jazz, o blues, o gospel e o zydeco, que é quase um country. É nessa deliciosa mistura de estilos que os dois sapos encontram no pântano o crocodilo trompetista Louis (homenagem mais do que óbvia a Louis Armstrong, com vozes de Michael-Leon Wooley / Mauro Ramos), o vaga-lume apaixonado Ray (Jim Cummings / Márcio Simões) e partem em busca da Mama Odie (Jenifer Lewis / Selma Lopes), a maior entendedora de vodus e feitiçarias da região, e única chance dos dois voltarem a ser humanos.

Apesar de continuar usando princesas, príncipes e bruxas (no caso, mestre vodu), A Princesa e o Sapo não aposta mais no velho amor à primeira vista. No início, Tiana e Naveen não se entendem. Depois de passar toda a sua vida trabalhando sem tempo para se divertir, a workaholic Tiana quer voltar logo a ser humana e realizar o sonho de seu pai. Já o bon-vivant Naveen só pensa em reassumir sua forma normal para conseguir se casar com Charlotte. O resto da história, você que já assistiu a uma comédia romância, sabe como vai se desenrolar.

Mas mesmo apostando em fórmulas testadas e comprovadas, a animação dirigida por John Musker e Ron Clements (A Pequena Sereia, Alladin) vai te fazer rir (bastante), emocionar (muito) e sair do cinema feliz (pra caramba). É uma alegria nostálgica por ver que a Disney da sua infância continua criando clássicos e que gênios criativos como o do produtor John Lasseter estão sendo usados para trazer novas maneiras de contar as histórias. Benvinda, Tiana. Benvinda de volta, Disney Classic Animation.

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Nota do Crítico
Ótimo