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Crítica

Copa de Elite | Crítica

Assunto quente, piadas velhas

17.04.2014, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 18H04

Com boa vontade, parodiar os recentes sucessos do cinema brasileiro parece uma ideia razoável. Contextualizar essa premissa na Copa do Mundo, que após 64 anos volta ao Brasil, favorece o lado comercial da iniciativa. O resultado disso, porém, é Copa de Elite, um filme de comédia sem graça, que desperdiça bons atores e uma oportunidade de fazer piada com a atual situação do país.

Não é fácil rir com o longa. No entanto, isso não o faz diferente dos objetos de paródia: Minha Mãe é Uma Peça e Se Eu Fosse Você não são um primor de comédia. Quando decide envolver outros produtos, como Tropa de Elite e Chico Xavier, não consegue aproveitar sequer os estereótipos dos protagonistas. As frustrações continuam com a tentativa de incluir referências a vídeos outrora populares na internet. Se em dias os 'memes' perdem a graça, o que dizer de meses de diferença. E pior que uma piada ruim, só uma velha.

Mesmo com um texto fraco, Copa de Elite não marcará seus atores de uma maneira negativa. Boa parte deles tem trabalhos consagrados em outras mídias e comprovaram ter talento em certas ocasiões. Marcos Veras e Júlia Rabello, por exemplo, compõem o Porta dos Fundos, maior canal brasileiro de comédia no YouTube. Não é por uma série de diálogos ruins que os esquetes da web serão esquecidos. Até mesmo o controverso Rafinha Bastos não compromete.

No fim, fica apenas uma sensação de desperdício. Em uma época de movimentação político e efervecimento social, a comédia brasileira poderia servir como uma ferramenta de confronto. A não ser pela Copa do Mundo, nada do momento atual brasileiro é aproveitado. Se a intenção era ser uma comédia de puro escapismo (por mais que o contexto não ajude), a missão falhou da mesma maneira. Talvez aí esteja o grande defeito do filme.

Nota do Crítico
Ruim