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O Retorno da Múmia | Crítica

Contrariando a tudo e a todos

17.05.2001, às 00H00.
Atualizada em 13.11.2016, ÀS 01H12

O DVD de A Ponte do Rio Kwai - duplo e maravilhoso, diga-se de passagem - tem entre seus extras um documentário que mostra a fórmula que transforma um projeto cinematográfico em sucesso. Tentando provar sua teoria a partir deste clássico, o narrador faz algumas perguntas sobre o que uma boa obra da sétima arte deve ter. São elas:

- É possível acreditar que as personagens poderiam existir na vida real&qt&

- Suas ações dentro do filme são condizentes com o caráter criado&qt&

- Você consegue acreditar que os eventos ali mostrados poderiam acontecer&qt&

- O filme criou uma ilusão, mesmo que momentânea, de que aquilo era real&qt&

É claro que todas as questões acima se encaixam como uma luva na descrição de A Ponte do Rio Kwai, ganhador de sete Oscar, incluindo melhor filme, direção, roteiro e ator (Alec Guinness).

Mas, para a sorte de Stephen Sommers, diretor de O Retorno da Múmia, não seguir a regrinha acima não quer dizer que o projeto não se torne um sucesso. Sua última obra prova isso. Obedecendo de forma apenas modesta às perguntas feitas, a seqüência de A Múmia (The Mummy - 1999) quebrou recordes ao entrar em cartaz nos Estados Unidos, há apenas duas semanas. O filme se tornou o mais assistido num fim de semana não prolongado por um feriado, arrecadando nada menos que 70,1 milhões de dólares. Na lista de estréias de todos os tempos, só perde para Jurassic Park II - O Mundo Perdido, que conseguiu 72 milhões no feriado americano do Memorial Day, em maio de 1997.

Na verdade, não há tanta diferença entre este filme e o seu original, que somou 414 milhões de dólares ao redor do mundo. Talvez a sua principal evolução seja deixar de lado qualquer idéia de fazer um filme sério e escrachar não só a primeira parte da franquia como todo o segmento de filmes de aventura. Por exemplo, mais de uma vez, o protagonista Brendan Fraser diz que não sabe nada de arqueologia, mas que tudo o que está acontecendo ao seu redor é previsível, um clichê atrás do outro.

Copiando e filmando

A história é o que menos importa em O Retorno da Múmia. Seus grandes trunfos são o bom humor e as atuações do menino que interpreta o filho do casal de arqueólogos e seu tio. Os efeitos especiais criados pela Industrial Light and Magic (empresa de George Lucas), não surpreendem como no primeiro episódio. Pelo contrário, chegam a decepcionar um pouco pela falta de realismo. .

O filme começa com a derrota do Rei Escorpião em uma batalha após uma campanha de 7 anos recheada de vitórias ininterruptas. A luta não se compara à carnificina dos 35 minutos iniciais de O Resgate do Soldado Ryan e sua coreografia está muito aquém do se vê em Gladiador. Na verdade, a sequência inicial parece mesmo é com as cenas de futebol americano filmadas por Oliver Stone em Um domingo qualquer.

Deu pra sentir que é difícil falar qualquer coisa sobre O Retorno da Múmia sem comparar com outros filmes, né&qt& E isso é só o começo. Se você prestar atenção perceberá que o dirigível usado pelos heróis faz manobras como o DeLorean, o carro da trilogia De volta para o futuro, passa na frente da Lua (como em E.T. - o Extraterrestre) e serve de cenário até para uma cena em que os dois mocinhos do filme se abraçam na proa (alguém disse igual ao Titanic&qt&). Eles copiam até eles mesmos. Ao invés de fazer um rosto de areia perseguir os heróis, desta vez, a face é feita de água.

Mas, acredite, nada disso vai atrapalhar a diversão. Se você não gostou do primeiro filme (meu caso), não desista. Dê mais uma chance. Deixe os preconceitos de lado e se prepare, pois com tanto sucesso, um terceiro episódio não deve demorar.

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07/05/2001 Bilheteria USA - Top 10 - O retorno da múmia bate recordes
15/05/2001 Bilheteria USA - Continua o reinado da Múmia
08/02/2001 Poster de The Mummy Returns
16/11/2000 Trailer de A Múmia 2 online
02/10/2000 Scorpion King

Imagens © Universal Studios

Nota do Crítico
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