Filmes

Crítica

Burlesque | Crítica

Números musicais são o carro-chefe da fraca estreia de Christina Aguilera nos cinemas

10.02.2011, às 18H30.
Atualizada em 07.11.2016, ÀS 09H01

Já nas primeiras cenas, Burlesque (2010) mostra o poderio vocal de Christina Aguilera. E é isso que fãs da artista podem esperar de seu debute nos cinemas: uma excelente cantora e dançarina.

1

2

3

A trama já foi contada muitas vezes nas telas. Aguilera vive Ali, garota que se muda para a cidade grande em busca de seus sonhos. Em Los Angeles, sem planos ou certezas, Ali encontra por acaso a casa de shows burlescos que dá título ao filme. Fascinada, ela pleiteia uma vaga nos palcos. Não demora para que seu talento vocal seja reconhecido e ela conquiste uma promoção de corista a estrela principal, ganhando números totalmente remodelados para serem cantados por ela.

É esperta a decisão do diretor e roteirista Steven Antin de concentrar o filme nos números musicais - são dez ao todo -, já que a história é batida, as atuações são sofríveis e as piadas não funcionam. Aguilera tenta, mas não convence muito. Eric Dane consegue ser mais canastra que seu Dr. McSteamy, de Grey's Anatomy. Cam Gigandet tem como principal mérito sua respeitável barriga tanquinho e Stanley Tucci praticamente repete seu papel de O Diabo Veste Prada, mas ainda assim adicionando muita graça a Burlesque. Há também Alan Cumming, que normalmente é um bom ator cômico, e aqui aparece mal aproveitado.

Cher faz uso de toda sua presença e pose para viver Tess - não é por acaso que ela é apelidada Deusa do Pop. No entanto, mesmo com um Oscar de Melhor Atriz na prateleira (por Feitiço da Lua, de 1987), fica difícil desapegar do fato de que ela é "a Cher" e aceitá-la como outra pessoa. Cher tem momentos inspirados, mas erra nas cenas mais dramáticas, que exigem mais recursos de atuação (ou melhor direção de atores, que é o caso mais provável, considerando que ela e Tucci entregam as melhores performances do elenco).

História sofrível à parte, pelo menos os números musicais tem estilo. Os figurinos de Michael Kaplan são bonitos, cumprindo aquilo que se espera de um musical burlesco e adicionando elementos diferenciados, inspirando-se na estética dos videoclipes de indie rock da primeira década dos anos 2000.

As canções criadas para o filme também devem agradar os apreciadores da música pop atual, uma vez que têm Tricky Stewart - conhecido por hits como "Single Ladies (Put a Ring on It)", de Beyoncé, "Umbrella" de Rihanna, "Me Against the Music", de Britney Spears, entre outros - como produtor principal. No entanto, comparando-as com a safra de musicais produzidos em 2009, nenhuma canção de Burlesque é tão contagiante como "Cinema Italiano", cantada por Kate Hudson em Nine.

Já àqueles que não apreciam nenhum dos elementos citados neste texto, fica a recomendação do ótimo Turnê, este sim com números burlescos altamente surpreendentes.

Burlesque | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Ruim