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Palavras Duras | Crítica

Jason Bateman não se arrisca em estreia como diretor, mas faz rir

21.10.2014, às 14H41.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Bad Words é a estreia na direção de Jason Bateman (Arrested DevelopmentJuno), ator conhecido pelos papéis de comicidade contida, como em Uma Ladra sem Limites. Ele frequentemente interpreta o tipo fracassado espertalhão, de fala meio mansa, que é colocado em algum tipo de confusão ao lado de alguém mais engraçado.

bad words

Bateman sabe disso e se aproveita da expectativa do público para criar reviravoltas em sua comédia boca-suja, que o coloca como um sujeito que descobre uma falha nos regulamentos de uma conceituada tradição americana: o concurso nacional de soletrar, do qual participam crianças e pré-adolescentes de todo o país.

Na trama escrita por Andrew Dodge, aos 41 anos, Guy Trilby (Bateman) irrita os zelosos pais dos competidores pela sua idade - e joga sujo para vencer, sem piedade pelas crianças. Mas o sistema também tem seus truques para enfrentá-lo.

Há 30 anos trabalhando diante das câmeras, Bateman prova aqui que tem bom olho para o cinema, buscando uma qualidade visual levemente distinta da típica "comédia da semana". Seu tempo de humor é afiado - e quase todas as piadas, ainda que não sejam histéricas, funcionam.

O elenco de apoio é excepcional, especialmente a repórter que persegue sua história, Kathryn Hahn, que tem no filme algumas das melhores e mais engraçadas cenas de sexo do gênero nos últimos anos. O competidor de Trilby e seu inusitado amigo de 10 anos de idade, vivido por Rohan Chand, é igualmente hilário. Juntos, ele e Bateman protagonizam um bizarro "bromance".

O ator e agora diretor faz as escolhas certas em seu primeiro filme. Fica em terreno conhecido e faz seu melhor nele. O roteiro é um tanto óbvio no final, mas tem ótimos diálogos, com piadas ofensivas. E o cinema precisa do máximo de politicamente incorreto que conseguir esses dias.

Nota do Crítico
Bom