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Crítica

Atividade Paranormal 4 | Crítica

Filme consegue piorar o legado da franquia

17.10.2014, às 14H42.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H27

Não há um gênero condizente com Atividade Paranormal 4 (Paranormal Activity 4). A tensão característica dos suspenses não é criada, o pânico recorrente dos filmes de terror não aparece e não há alívio cômico suficiente para ser uma comédia. São 95 minutos que se preocupam apenas em perpetuar uma das séries mais lucrativas da história do cinema, mecanicamente.

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Partindo do final do segundo longa da franquia, quando Katie (Katie Featherston) e o bebê Hunter desaparecem, Atividade Paranormal 4 conta a história de Alex (Kathryn Newton), uma jovem de 15 anos que tem mania de andar com a câmera do celular/computador sempre ligada. Ao lado de seu amigo Ben (Matt Shivley), ela começa a acompanhar os passos do seu estranho vizinho, o garotinho Robbie, vivido por Brady Allen. Dar mais detalhes da trama, como faz a sinopse oficial, é uma forma de entregar as revelações nada surpreendentes do filme, que desde os primeiros minutos deixa claro quais reviravoltas escolherá.

Enquanto o elenco principal se mostra limitado mas não chega a irritar, os atores coadjuvantes conseguem piorar a situação do longa. Nas poucas cenas em que aparecem sozinhos, os pais de Alice não conseguem convencer ou transmitir alguma sensação legítima, afinal, há algo anormal acontecendo na casa. O roteiro de Christopher Landon carece de diálogos dignos do cotidiano de uma família comum e sequer deixa espaço para interpretações do espectador, fazendo sempre questão explicar o quê e por quê algo está acontecendo.

A inclusão de um cinegrafista na história do terceiro longa justificava uma fotografia menos amadora, com planos longos e que aumentavam as possibilidades para os repentinos acontecimentos em situações de câmera estática. Agora, os diretores Henry Joost e Ariel Shulman mantêm tal proposta com uma adolescente viciada em videochats, o que não sustenta o posicionamento milimétrico das câmeras ao redor da casa. Dessa forma, o estilo da filmagem se torna, acima de tudo, uma incoerência com o perfil da personagem. Se eles tivessem optado logo por retornar à estética amadora, resgatariam o principal trunfo do primeiro filme - mas no fim este quarto filme acaba ficando num meio termo indeciso.

Com aparições e assassinatos óbvios que não assustam os mais medrosos, além da narrativa didática, Atividade Paranormal 4 se sacramenta como o ponto mais baixo da série ao escolher um final aberto que atesta: o que importa é manter o espectador retornando a cada continuação.

Atividade Paranormal 4 | Cinemas e Horários
Confira a nossa entrevista com o consultor de fenômenos sobrenaturais do filme

Nota do Crítico
Ruim