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Crítica

Apenas Uma Noite | Crítica

Desequilíbrio entre as atuações dos protagonistas prejudica o desenvolvimento do drama romântico

14.06.2012, às 19H27.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H41

Acasos e coincidências são a base de filmes como Apenas Uma Noite (Last Night) - que, neste aspecto, não difere de outros dramas românticos. Explorando os extremos de um relacionamento entre jovens adultos que só conhecem a vida ao lado do parceiro, é interessante perceber como o trabalho de um ator em meio ao resto do elenco pode atrapalhar o desenvolvimento de toda a trama.

Apenas Uma Noite

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Apenas Uma Noite

Sam Worthington e Keira Knightley vivem Michael e Joanna, um casal como outro qualquer. Durante uma festa, no entanto, a mulher percebe o envolvimento de seu marido com a sensual Laura (Eva Mendes), uma colega de trabalho de Michael. Sem interferir, Joanna observa de longe o envolvimento dos dois, refletindo sobre seu relacionamento.

No dia seguinte, Michael tem marcada uma viagem de negócios, da qual Laura também participará. Como o timing não poderia ser mais perfeito (questão que chega a ser comentada pelos próprios personagens), o francês Alex (Guillaume Canet), ex-caso de Joanna, tromba com a moça por acaso. Por apenas uma noite, o casal permanecerá separado - e é aí que começam os testes de fidelidade.

Por abordar assuntos como traição, sexo e mentiras, pode-se esperar um filme intenso, daqueles em que personagens refletem sobre a vida com olhares vidrados janelas afora. No entanto, por mais que Knightley banque todo o peso emocional de uma possível traição por parte de seu cônjuge, sentindo a dor e perdendo a vivacidade e alegria que mostra nos primeiros 20 minutos do longa, Worthington deixa a desejar. Sua capacidade de permanecer apático durante todas as situações de debate mental sobre trair/não trair é assustadora.

A falta de emoções e personalidade do ator - e, consequentemente, de seu personagem - são compensadas por Mendes, que preenche o vazio deixado por ele em todas as cenas em que estão juntos. Michael, que deveria ser o protagonista de sua história com Laura, acaba ficando em segundo plano, parecendo fraco e suscetível a influências externas - coisa que o discurso de Joanna, que defende à distância a dedicação de Michael à fidelidade, sempre tenta refutar.

Ainda assim, Apenas Uma Noite tem seu valor. Knightley, Canet e Mendes se mostram capazes de carregar as situações por Worthington - que se sobressai apenas na cena final, despontando com um fragmento dos sentimentos necessários para aquele momento e que ele não havia mostrado no filme todo.

Apenas Uma Noite | Trailer
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Nota do Crítico
Regular