Filmes

Crítica

Annabelle 2: A Criação do Mal

Derivado diverte e assusta na segunda tentativa

17.08.2017, às 15H12.
Atualizada em 27.03.2020, ÀS 12H54

Assim como fez com Jogos Mortais e Sobrenatural, James Wan fez Invocação do Mal ser uma máquina de dinheiro. Com dois filmes de sucesso, a franquia também tentou expandir esse universo em 2014 com Annabelle, um derivado que não foi lá essas coisas no gosto do público - apesar de dominar as bilheterias. Podia ter ficado por isso mesmo, mas o produtor deu aval para mais uma tentativa com Annabelle 2: A Criação do Mal.

Comandada por David F. Sandberg (Quando as Luzes se Apagam), o segundo longa volta alguns anos na cronologia para explicar a origem da boneca possuída. A trama acompanha um grupo de meninas órfãs que encontram novo lar no meio do nada sob o abrigo dos Mullins. Não é muito depois que elas se instalam na casa que o espírito da falecida filha do casal começa a assombrar e perturbar as meninas.

A ideia de explorar o início de tudo é boa, mas é difícil dizer que a execução acertou: cerca de 20 minutos do filme todo são dedicados à criação da boneca. É possível ver a história de dois pais que, movidos pelo luto, cometem um erro potencialmente mortal, mas isso é deixado de fundo para destacar a relação entre as protagonistas Janice (Talitha Bateman) e Linda (Lulu Wilson), trama que é desenvolvida mecanicamente - assim como qualquer outro personagem.

Ainda assim Annabelle 2 consegue se provar como terror acima da média, e isso se dá completamente pela qualidade visual e construção de clima. É notável que Sandberg se apoia fortemente nas práticas de Wan - certos momentos chegam a parecer cenas deletadas de um Invocação do Mal - mas o cineasta combina isso com seus próprios truques ao instigar a mente do espectador com reflexos e movimentos estranhos fora de foco. O resultado é uma tensão constante que te faz sofrer por antecipação, mas que quase sempre acaba entregando sustos de qualidade - ou pelo menos divertidos.

É certo que menosprezar a dramaturgia e privilegiar os sustos não rende filmes de terror memoráveis, com títulos como Corra!, A Bruxa e Fragmentado demonstrando que há uma forte demanda por bons roteiros nos últimos anos. Mesmo assim, Annabelle 2 é bom exemplar do terror pipoca, daqueles para se divertir, assustar-se e seguir em frente.

Nota do Crítico
Bom