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Crítica

Anaconda mata a cobra e mostra o Selton Mello

Brasileiro estreia em Hollywood com filme que ri de si mesmo, faz rir e ainda dá uns sustos

3 min de leitura
MF
23.12.2025, às 14H00.

Créditos da imagem: Selton Mello em Anaconda (Reprodução)

Em 1997, um grupo de cineastas resolve viajar à floresta amazônica para filmar uma aldeia indígena, mas acaba encontrando a maior - e mais mortal - cobra da região, a Anaconda. A tal equipe da National Geographic que vai sendo vitimada pelo ofídio tinha entre seus membros Jennifer Lopez, Ice Cube, Owen Wilson e um caçador na pele de Jon Voight. O filme, dirigido pelo peruano Luis Llosa, fez relativo sucesso para a Sony Pictures, somando US$ 136 milhões ao custo de US$ 45 milhões, e gerou outras três sequências (em 2004, 2008 e 2009) e um spin-off em 2015.

No limite do exagero dos gêneros de terror, ação e aventura - quase caindo no trash -, com os anos o longa deu a volta por cima e achou um nicho cult para chamar de seu. Entre seus fãs, propõe o Anaconds de 2025, estavam um grupo de jovens adolescentes que se divertiu na época do VHS criando suas próprias aventuras. Doug McAllister (Jack Black) era o diretor e roteirista; Ronald Griffin Jr. (Paul Rudd) era o protagonista; Claire Simmons (Thandiwe Newton), o par romântico; e Kenny Trent (Steve Zahn), o cameraman.

Passados quase 30 anos (e muitos problemas pessoais), os quatro se juntam mais uma vez e resolvem se jogar na maior aventura de todas: fazer um remake espiritual do "clássico" de 1997. É na "Amazônia" que eles conhecem Santiago (Selton Mello) e Ana (Daniela Melchior). O primeiro é tutor de Heitor, cobra que ele resgatou e virou sua grande companheira, agora prestes a estrear nos cinemas. A moça se apresenta ao grupo como barqueira, mas o público já sabe que ela está sendo perseguida por um grupo de pessoas armadas e muito mal-encaradas.

Apesar da sinopse acima, não vá ao cinema esperando um filmaço de ação. Como o elenco liderado por Jack Black já deixa bem claro, este novo filme é uma comédia, mas que tem seus elementos de aventura e, claro, alguns sustos envolvendo uma cobra gigante - sem duplo sentido.

Embora a história se passe na nossa floresta, o filme foi rodado quase inteiramente na Austrália, fingindo ser Brasil. Ajuda muito o fato de ter o nosso Selton Mello estreando em uma produção hollywoodiana, que fala em português e pode ter ajudado a corrigir algumas placas e outras "barbeiragens" do departamento de arte. A mais visível das que sobrou foi o nome do barco: The Benedita! Quase nada, perto do que já vimos por aí em outras produções.

A participação de Mello é muito divertida. Dá para ver que ele estava se divertindo e também divertindo os seus companheiros de cena, mandando bem em improvisações, e colocando no filme um pouco do molho brasileiro. Toma!

Falar muito mais do que isso seria estragar as surpresas e reviravoltas do roteiro, que o próprio diretor Tom Gormican escreveu ao lado de seu companheiro criativo Kevin Etten. Se possível, vá ao cinema sem ver os trailers ou cenas. Ah, melhor ainda se tiver o filme da J-Lo na memória - afinal, este novo Anaconda presta muitas homenagens ao original.

Nota do Crítico

Anaconda (2025)

99 min
País: EUA
Direção: Tom Gormican
Roteiro: Tom Gormican, Kevin Etten
Elenco: Thandiwe Newton, Daniela Melchior, Steve Zahn, Paul Rudd, Selton Mello, Jack Black