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Crítica

Amor por Acaso | Crítica

Estreia de Márcio Garcia como diretor de longas-metragens. Preciso dizer mais?

09.12.2010, às 18H36.
Atualizada em 14.11.2016, ÀS 17H01

Márcio Garcia, cujo trabalho mais importante como ator foi a interpretação de Bahuan na telenovela Caminho das Índias, resolveu fazer seu debute como diretor de longas-metragens e, de quebra, lançar-se internacionalmente, com Amor por Acaso (Bed & Breakfast, 2010).

amor por acaso

Na história, viabilizada por financiadores brasileiros e estadunidenses, Juliana Paes interpreta Ana, supervisora de uma loja de departamentos no Rio de Janeiro que recebe como herança de seu pai uma dívida de 500 mil reais. Desesperada, encontra esperança para seus problemas na escritura de um imóvel na Califórnia, achada por seu advogado (Julian Stone). Os dois então embarcam para os Estados Unidos para verificar se o valor do imóvel é suficiente para cobrir a dívida, mas descobrem que a casa foi transformada em pousada por Jake Sullivan (Dean Cain), que também a recebeu como herança e se julga dono do lugar. O conflito entre os dois é inevitável - e a resolução totalmente absurda.

O roteiro pouco criativo e de final mais que previsível, no entanto, só fica atrás das péssimas atuações. A exceção é a esforçada Juliana Paes, que consegue ser convincente. Completa o pastiche um casal protagonista que não tem química e sofríveis piadas (a tentativa de gag cômica de Marcos Pasquim está no nível humorístico do Zorra Total).

Outra questão que prejudica Amor por Acaso é a indefinição de público-alvo. Se o objetivo era exibir o filme nos EUA, ele nem chega aos pés da mais fraquinha comédia romântica produzida em Hollywood. É muita ingenuidade achar que uma produção brasileira com um punhado de atores estrangeiros de pouca expressividade teria fôlego para concorrer no acirrado circuito dos blockbusters e bilheterias de final de semana. Ou será que Amor por Acaso foi pensado para que os brasileiros se deslumbrem com o inglês redondinho de Juliana Paes?

Estes questionamentos, no entanto, perdem totalmente o significado quando assistimos à constrangedora cena que encerra o filme, já depois da história ter sido concluída, em que o diretor do filme faz uma ponta para um merchandising de anticaspa (!) totalmente sem propósito, capaz de tirar do sério até o mais complacente dos espectadores.

Amor por Acaso | Horários e cinemas

Nota do Crítico
Ruim