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A Prova | Crítica

A prova

03.08.2006, às 00H00.
Atualizada em 08.11.2016, ÀS 15H05
A prova
Proof
EUA, 2005
Drama - 100 min.

Direção: John Madden
Roteiro: David Auburn, Rebecca Miller

Elenco: Gwyneth Paltrow, Anthony Hopkins, Jake Gyllenhaal, Hope Davis, Danny McCarthy, Gary Houston, Tobiasz Daszkjewicz

John Madden dirige esta adaptação de uma peça teatral e tem em suas mãos atores excepcionais. Porém, não consegue aproveitar essa qualidade na hora de levar o filme à tela. A prova (Proof, 2005) tem em seu elenco Anthony Hopkins, Gwyneth Paltrow, Hope Davis e Jake Gyllenhaal. A história é sobre a filha de um matemático brilhante, mas perturbado, e como ela lida com o fato de ter herdado de seu pai a mesma inteligência e instabilidade emocional.

Gwyneth faz o papel da filha Catherine, que aos 27 anos se vê sozinha após a morte de seu pai Robert (Hopkins). Ela viveu em função dele, chegando a abandonar a universidade para dedicar-se ao parente doente. Hopkins atua despido do papel de Hannibal, suas feições passam credibilidade na interpretação do velho louco. Gyllenhaal é Hal, aluno de Robert, que tem verdadeira adoração pelo matemático, e acredita que poderá encontrar alguma prova matemática inovadora nos cadernos escritos por ele em sua fase de loucura. Davis faz o papel de Claire, a irmã boazinha, mas medíocre quando comparada com Catherine e Robert.

A trama não quer discutir se "filho de peixe, peixinho é". Ela vai além, mostra uma filha que abdica de reconhecimento e sucesso para ficar ao lado do pai. Catherine trabalha ao mesmo tempo em que cuida dele e consegue provar uma teoria que todos os matemáticos tentam há décadas. Ela percebe que seu pai está completamente insano quando ele credita a si mesmo um dos últimos trabalhos feitos pela filha. Ela decide então esconder sua descoberta, trancando seu trabalho na gaveta da escrivaninha do pai. A cena é cheia de simbolismo. No mesmo momento que ela fecha a gaveta, ela encerra a sanidade e inconscientemente faz questão de esquecer o que se passou.

A maneira com que Madden inicia o filme é interessante: Catherine conversa com Robert, que assume para a filha sua loucura. Para aumentar a dramaticidade, este é o dia do aniversário de Catherine e ela está sozinha, da mesma maneira que seu pai passou seus últimos anos, após todos perceberem sua condição. A seqüência é muito bem aproveitada e logo depois entra Hal, que é mal tratado por Catherine. Tudo o que ele quer é a permissão para continuar indo à casa de seu antigo professor para ler suas últimas anotações. Catherine é contra e os dois discutem. A química entre os dois, nesse momento é perfeita, mas daí em diante, o filme só cai de ritmo.

O roteiro é original, tem uma carga dramática distinta do filme Uma mente brilhante (2002). O objetivo maior aqui não é mostrar a possibilidade de incidência de loucura em pessoas extremamente inteligentes, mas que a anulação por respeito e amor pode levar a um desequilíbrio ou até mesmo uma transferência de personalidade.

Nota do Crítico
Bom