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Cannes | Dirigido por cineasta e Youtuber brasileiro, Arctic põe Mads Mikkelsen num confronto com o frio glacial e ursos polares

Produção é comandada pelo estreante Joe Penna, estrela do YouTube nascido em São Paulo

RF
10.05.2018, às 22H34.
Atualizada em 12.05.2018, ÀS 08H05

Dedicada em geral a filmes hiperviolentos ou sombrios, a seção Midnight de Cannes optou por um caminho mais lúdico este ano, abrindo sua programação, nesta quinta-feira, com uma aposta no discurso ecológico, simbolizado por uma aventura Homem vs. Natureza pilotada por um cineasta paulistano e estrelada por um ex-vilão de 007. Inimigo de James Bond em Cassino Royale (2006), premiado na Croisette em 2012 por A Caça, o dinamarquês Mads Mikkelsen é o protagonista de Arctic, longa-metragem de estreia de Joe Penna, cineasta de SP revelado em projetos de curta de enorme sucesso no YouTube com seu canal MisteryGuitarMan.

Silencioso, quase sem diálogos, embalado a muito barulho de ventania e a uma trilha sonora discreta (mas precisa) que entra em campo a fim de ampliar a tensão – onipresente ao longo de 1h37 -, o filme acompanha a luta de um sobrevivente de um desastre aéreo (Mikkelsen) para resistir às intempéries do frio e ao ataque de um urso polar morto de fome. “Gosto do desafio de encarar personagens em circunstâncias que testam o limite da moral, que os leve a soluções desesperadas capazes de expor o limite de nossa tolerância”, disse Mikkelsen em recente entrevista ao Omelete, antes de encarar o trabalho com Penna.

Adorado na Croisette, o ator foi aplaudido de pé em sua entrada no Palais des Festivals e teve mais uma salva de aplausos ao fim da projeção, embalada na forma minimalista de ele ensaiar heroísmo em uma dramaturgia na qual o meio ambiente é hostil em todas as latitudes. Sem nome, seu personagem encara tormentas, deslizamentos, quedas em buracos, rochas e as dentadas de um mamífero tamanho GG, sem esmorecer.

Sábado, a Midnight de Cannes projeta o esperado Fahrenheit 451, da HBO, dirigido por Ramin Bahrani com base no romance sci-fi de Ray Bradbury, com Michael B. Jordan no papel de um agente do governo incumbido da tarefa de incendiar livros. Na competição pela Palma de Ouro, Cannes vê nesta sexta o esperado Ash is Purest White, do aclamado diretor chinês Jia Zhang-Ke, com foco na cena criminal de seu país, a partir da relação de amor entre uma mulher e um gângster.