“Harry
Potter pode bater o recorde de Titanic”. “Harry Potter movimenta
economia britânica”. “Harrypottermania invade EUA”.
“Harry Potter...”
Quem gosta de cinema
e de novidades em geral com certeza foi atropelado por essas manchetes. Difícil
não alimentar aquela expectativa que todo filme muito comentado acaba
gerando. Como é&qt;& Vai ser legal&qt;& Qual a cena mais bacana&qt;& Eu adoro cinema
desde os 7 anos e pelo menos desde os 13 entro em frenesi toda vez que chego
perto da estréia de um filme legal.
Quando as luzes
do cinema se apagaram na pré-estréia de “Harry Potter
e a Pedra Filosofal”, eu já estava no clima. Com o trailer
de “O Senhor dos Anéis” passando primeiro, foi até
covardia. A sua imaginação vai embora e se é mágica
que você espera encontrar no cinema...
Tem
mágica de verdade em “Harry Potter”. Está nos
cenários superbem construídos, nos efeitos, nos personagens, na
história. Você não precisa ler o livro da escocesa J.K.
Rowling para entender. Pode fazer como eu, que sigo à risca o mandamento
do mestre Akira Kurosawa: a melhor platéia é aquela que
“vive o filme”. Sempre fiz isso e me diverti muito. É
como assistir a “Os Goonies” ou “E.T.”, de
Spielberg. Se você aceitar que ali tudo pode acontecer, sabe do que estou
falando, né&qt;& Se chegar ao final pensando “Aquela cena não
é muito bem feita”, tchau. A mágica já era.
Com
Harry Potter, você pode fazer a mesma coisa. Imaginar que existe, sim,
uma escola de bruxaria e que essas criaturas fazem compras em um tal “Beco
Diagonal”, em Londres. Não seria maravilhoso viajar até
lá e ficar sentado olhando os tipos estranhos nas ruas, “esse
é um duende”, “essa é bruxa de ocasião”...
Não quero
estragar o prazer de quem vai ver o filme. Descobrir os “melhores momentos”
faz parte da alegria de ir ao cinema. Mas tente deixar de lado todo o falatório
e assistir a “Harry Potter” com o mesmo espírito de
Sessão da Tarde. Sabe aquele filme de aventura, divertido, para
se ver comendo pipoca&qt;& Então, é esse mesmo. Nada de ficar divagando
sobre a decadência do cinema de entretenimento, o que estava no livro
e ficou de fora... filme é filme. E se você lembrar como era a
sua escola quando você tinha 12 anos, vai curtir mais ainda. Eu ainda
lembro - e olha que faz um tempão.
Bom “Harry
Potter” pra você!
PS:
Eu estava aqui pensando qual foi a melhor cena do filme. A partida de quadribol
é maravilhosa, eu senti toda a emoção da corrida de pods
em “Star Wars - Episódio 1 - A Ameaça Fantasma”.
A partida de xadrez vivo é muito legal. Mas o que me tocava mesmo era
imaginar que, no fundo, o melhor está nos amigos de Harry, Ron
e Hermione. Pensa bem: quando a gente tem 10, 12 anos, não tem
ninguém melhor no mundo para nos entender do que os amigos. Eles estão
lá e pronto! Que bom.