| A Ópera de Sydney |
| A cidade vista da Ópera |
O estúdio Fox |
Lois Lane e Clark Kent na frente do Planeta Diário |
Brandon Routh, o Super-Homem |
O interior do Planeta Diário |
A fachada do jornal |
O herói em órbita |
Kevin Spacey como Lex Luthor |
No mundo dos fãs de histórias em quadrinhos há poucos que gostem igualmente dos dois maiores universos de super-heróis existentes. A maioria tem mesmo é enorme preferência ou pela Marvel - de Homem-Aranha, Hulk e X-Men - ou pela DC Comics - de Batman, Mulher-Maravilha e Super-Homem.
Os dois mundos são baseados em sistemas de histórias totalmente diferentes, mas igualmente divertidos. Um humaniza os personagens, o outro privilegia a ficção. Assim, não é difícil entender os motivos de tanta polêmica quando Bryan Singer, o homem responsável por dois dos filmes de super-heróis mais legais de todos os tempos (X-Men e X-Men 2), decidiu mergulhar na piscina da concorrência. Ao aceitar dirigir o filme do Super-Homem, Singer "traiu" os fãs da Marvel.
Mas a sensação de abandono durou pouco, sendo rapidamente substituída pelo mais profundo interesse pela produção. Afinal, o cineasta estava mexendo num vespeiro, já que o Super-Homem, um dos mais queridos super-heróis de todos os tempos, tem no cinema um par de filmes cultuadíssimos: os dois primeiros de sua tetralogia.
A curiosidade sobre o filme só aumentou quando o diretor, fã confesso do Homem de Aço, revelou suas intenções para o personagem. Ao invés de reiniciar a franquia ou de dar novo rumo a ela, Singer preferiu um caminho inusitado, o de aproveitar tudo o que é bom na cinessérie iniciada por Richard Donner em 1978 e estrelada por Christopher Reeve (1952-2004), ignorando as partes ruins - ou simplesmente vergonhosas. Assim, a nova produção funcionará quase como um novo Superman III, esquecendo os dois últimos filmes e continuando a aventura a partir de seu ponto mais alto.
Foi assim, dessa forma promissora, que Superman - O retorno começou a se desenhar.
Do outro lado do mundo
Na história, o Super-Homem retorna à Terra após alguns anos de ausência. Ele foi procurar suas origens kryptonianas a bordo de uma espaçonave semelhante à que o trouxe ao nosso planeta quando criança. Mas ao retornar, Kal-El descobre que o mundo mudou e aprendeu e se virar sem sua constante presença. Além disso, sua amada Lois Lane também seguiu com a vida. Ela agora tem um filho e um relacionamento estável. E apesar de ser mais rápido que uma bala e da invulnerabilidade de seu corpo, o coração do Homem de Aço permanece dolorosamente humano...
Armado de enorme curiosidade pela produção (afinal, antes de críticos chatos também somos fãs), o Omelete foi à distante Sydney, na Austrália, local escolhido para tornar-se a nova Metrópolis.
Horas e horas (e horas) de vôo e esperas intermináveis de conexões depois, descemos no país dos cangurus e crocodilos (leia mais sobre a viagem aqui). A charmosíssima Sydney, porém, não tem nenhum desses bichos. Tem, sim, belos edifícios, lindas áreas verdes e um espaço urbano que está entre os mais bem desenhados do planeta. Escolha perfeita para servir de base - com algumas adições feitas por computação gráfica - à "Cidade do Amanhã", a igualmente bela e moderna Metrópolis. Algo totalmente distinto da sombria e corrupta Gotham City, de Batman begins.
Além de todas as suas qualidades e do dólar baixo, Sydney possui também um moderno estúdio, o Fox. No passado, ele abrigou produções como Moulin Rouge, Star Wars e a trilogia Matrix. Foi lá também que Bryan Singer trabalhou durante oito meses, construindo e desmontando os sets de seu Superman.
Fomos recepcionados por Guy Dyas, designer de produção do filme. Tendo no currículo X-Men 2 e Irmãos Grimm, Dyas montou uma verdadeira força-tarefa na Austrália para recriar o mundo do Homem de Aço. E seu esforço incluiu desde o cartão de visita de Lois Lane no jornal Planeta Diário até os destroços do planeta Krypton.
Ocupando duas salas no estúdio, o designer (que confidenciou não ser fã de quadrinhos) e sua equipe nos mostraram centenas de desenhos e alguns dos cenários que estavam sendo utilizados na época. "Pena que já desmontamos o Planeta Diário", lamentou. "É um dos meus preferidos". Enquanto isso, caminhava ao longo das paredes forradas de desenhos e fotos, apontando um ou outro detalhe mais dramático. Impossível deixar de comentar - e os apreciadores do trabalho dele vão adorar essa informação - sobre a quantidade absurda de ilustrações de Alex Ross penduradas por lá. Segundo Dyas, o desenhista de Superman: Paz na Terra e O reino do amanhã foi uma grande inspiração para a parte "heroística" do filme. Uma das maiores imagens mostrava o herói numa altitude incrível, ouvindo o mundo abaixo em busca de urgências que pudesse resolver. Outra cena impressionante mostrava o personagem - já com o rosto do até então desconhecido ator Brandon Routh - numa pose totalmente inspirada no trabalho do ilustrador estadunidense. "Esse é o quadro que ajudou Bryan a vender a idéia de Brandon para a Warner", explica Dyas.
Dyas continuou a visita comentando que, diferente de seu trabalho em X-Men - com suas cores frias e metalizadas -, a Metrópolis de Superman - O retorno exigiu uma exploração do lado mais brilhante da arquitetura e urbanismo. Obviamente, marcos famosos de Sydney, como a Ópera, foram apagados por computação gráfica - enquanto outros edifícios ícones de Metrópolis - o Planeta Diário, por exemplo - foram inseridos digitalmente. Outros cenários importantes são uma mistura das duas, como o Museu de Metrópolis, que usa a fachada da galeria de arte New South Wales e o interior do museu de Sydney... e por aí vai.
Para o Planeta Diário a opção estética foi a Art Déco (1920-1940), com inspirações claras no arquiteto Frank Lloyd Wright. Todo o escritório do jornal Planeta Diário é uma mistura desses dois mundos - a beleza da arquitetura da primeira metade do século 20, com a modernidade de uma redação atual. Monitores de plasma se encaixam nas belas colunas de mármore. "Esses monitores são muito importantes para o filme. Haverá cenas constantes sobre os feitos do Super-Homem neles. O filme é cheio desses detalhes maravilhosos", anima-se Dyas. "Os fãs vão ficar loucos pelo DVD pra conseguir ver tudo".
Para gerar todo esse material, não só os designers tiveram que trabalhar duro, mas as segundas, terceiras e até quartas equipes de filmagem cruzaram a cidade gravando depoimentos de aparições do herói, pequenos incidentes e outras cenas que ilustrarão esse rico mundo.
"Meu trabalho é esse. Mesmo não tendo crescido lendo quadrinhos, estou muito honrado em estar aqui", continua o designer. "É assustador. Esse cara é o rei do mundo dos quadrinhos. Encarei tudo com enorme seriedade. Não quero ofender ninguém".
Depois de conhecermos o berço visual de toda a produção, fomos convidados a ver algumas das idéias criadas ali em sua versão final. Deixamos os escritórios abarrotados para visitas a quatro cenários do filme, mas sobre isso só poderemos falar mais pra frente, algumas semanas antes do lançamento da superprodução...
Enfim, aguarde entrevistas exclusivíssimas aqui no Omelete com Bryan Singer, Guy Dyas, os produtores, os roteiristas e quase todo o elenco principal, incluindo Kate Bosworth, a Lois Lane, e Brandon Routh, o Clark Kent/Super-Homem. Só não falamos com Kevin Spacey, mas em compensação o vimos trabalhar numa cena que também será comentada por aqui. Sua paciência será recompensada, nobre Omelenauta. Pode apostar! ;-)
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