O elenco hollywoodiano de Anaconda ficou encantado com Selton Mello. Em conversa dos atores com o Omelete, foi especialmente Paul Rudd quem tomou a frente na hora de falar sobre o integrante brasileiro do elenco, revelando que havia assistido à sua performance em Ainda Estou Aqui e avisado o colega Jack Black: “Esse cara do Brasil é especial”.
O retrato do nosso país no novo filme, garantiu ainda a atriz Thandiwe Newton, é bem mais autêntico do que no original: “Temos um elenco incrível de atores e trabalhadores do Brasil que estão por trás das câmeras Eles nos apoiaram e amaram o que estávamos tentando fazer, então fico feliz que possamos fazer algo melhor pelo Brasil desta vez”.
Em Anaconda, Rudd e Black vivem Griff e Doug, dois amigos que resolvem realizar o seu sonho: ir para a Floresta Amazônica gravar um remake do filme estrelado por Jennifer Lopez em 1997. Levando dois amigos (Newton e Steve Zahn) a reboque, eles contratam um treinador de cobras (Mello) e seguem viagem, mas estão para lá de despreparados para o que vai acontecer pelo caminho.
O longa, dirigido por Tom Gormican (O Peso do Talento), chega aos cinemas brasileiros em 25 de dezembro, com distribuição da Sony Pictures. Confira a seguir o papo completo com o elenco!
OMELETE: Olá, pessoal! Sou o Caio, do Omelete, no Brasil. Prazer em conhecê-los.
NEWTON: Oi, Caio.
ZAHN: Prazer em te conhecer!
BLACK: E aí, Caio, como vai? Prazer em te conhecer.
RUDD: Prazer em te conhecer!
OMELETE: Jack e Paul, vocês enviaram mensagens para o Selton quando ele estava sendo homenageado aqui na CCXP. Podem falar um pouco sobre a relação com ele no set, e o que ele trouxe para o filme?
BLACK: Comece você, Paul, porque a minha primeira experiência com o Selton foi no set do filme... eu não sabia quem ele era, mas quando ele foi escalado você me disse: ‘Cara, teremos esse cara do Brasil no filme, e ele é especial’. Como você já sabia?
RUDD: Bom, eu já tinha ouvido falar dele, e então vi Ainda Estou Aqui. Adorei aquele filme, mas trabalhar com o Selton foi muito diferente de assisti-lo naquele papel, porque em Anaconda nós pedimos para ele ser engraçado. Foi interessante, porque este foi o primeiro filme em língua inglesa do Selton, e ele tem uma ‘coisa’, como vocês brasileiros bem sabem. Ele contribuiu muito para criar o estilo de humor desconcertante do filme, e ele interpreta um personagem completamente insano! Ele é uma aberração. [Risos] Selton coloca aquele tempero mágico que é só dele em tudo o que faz, e acho que isso ficou claro para nós enquanto filmávamos as cenas com ele. Às vezes parávamos, dávamos um passo para trás e simplesmente observávamos como ele trabalha, tentando não rir. Ele é uma máquina!
OMELETE: Bem, o Anaconda de 1997 tem sido incrivelmente popular aqui no Brasil desde o lançamento, mas também há quem sinta que ele retrata nosso país de uma forma um pouco estereotipada. Vocês acham que esse novo filme é um pouco uma correção disso?
NEWTON: Oh, acredito que o original com certeza tem alguns problemas nesse sentido! Mas aqui está uma oportunidade de limpar o ar, verdadeiramente. Porque temos o grande benefício de ter Selton conosco, além de um elenco incrível de atores e trabalhadores do Brasil que estão por trás das câmeras. Eles nos apoiaram e amaram o que estávamos tentando fazer, então fico feliz que possamos fazer algo melhor pelo Brasil desta vez.
OMELETE: Certo! Thandiwe, você interpreta uma atriz neste filme, certo? Então, imagino quão interessante foi para você abordar isso. Você se inspirou em outros atores com os quais conviveu?
NEWTON: Hmmm, não sei se considero a Claire uma atriz. Ela é uma advogada que sonha em ser atriz desde pequena, e agarra essa oportunidade de realizar o sonho. O que eu amo no filme e na personagem é que, na verdade, ela não tem nada a perder – Claire está no pior momento de sua vida, seu relacionamento acabou porque o marido é um babaca, e ela pensa: "Sim, dane-se. Eu quero ir com vocês. Eu amo vocês e tive os melhores momentos da minha vida fazendo vídeos caseiros com vocês". Então, ela consegue realizar seu sonho de infância, e eu acho isso lindo.
Paul Rudd e Jack Black em Anaconda (Reprodução)
OMELETE: Neste filme vocês viajam para a Amazônia a fim de refazer o Anaconda original, mas sei que as filmagens na verdade aconteceram na Austrália. Como foi lidar com as locações de selva? Vocês sentiram que foram em uma aventura também?
NEWTON: Ah, sim, com certeza! A umidade, estávamos literalmente suando, sabe. E a beleza da floresta, as árvores, os tipos de plantas que se encontram na selva, nós realmente as tivemos de verdade. Foi muito legal.
ZAHN: É uma floresta tropical realmente linda lá. E usamos um rio enorme para fazer aquelas tomadas do barco…
NEWTON: Sim, uma cachoeira incrível! Estávamos literalmente filmando no topo da cachoeira. Obviamente estávamos presos por cabos, então não havia perigo.
ZAHN: Mas olha, não é nenhuma Amazônia! [Risos]
NEWTON: Não, mas é a segunda melhor opção. Fizemos o melhor que pudemos.
OMELETE: Perfeito. Outro fato deste filme, imagino, é lidar o tempo todo com a cobra em CGI. Como foi trabalhar em torno disso, imaginando como ficaria no filme e depois finalmente ver?
ZAHN: Eu preciso dizer que, no trailer, a cobra parece tão legal.
NEWTON: Eu sei! E, no set, raramente tínhamos algo tangível.
ZAHN: Tinha um cara vestido todo de azul, segurando a cabeça de isopor e andando pelo mato. Isso foi muito legal. Tivemos que usar a imaginação.
NEWTON: Foi brilhante, é faz de conta. Nós todos já trabalhamos em filmes onde tivemos que fazer tela azul, CGI. Quero dizer, somos experientes em reagir a coisas que não estão lá. [Risos] Estamos acostumados a fazer isso. Para este filme, havia muitos tipos diferentes de bonecos que tivemos que usaram em diferentes cenas.
ZAHN: Mas o melhor é que sempre estávamos dentro do ambiente real. O CGI, os efeitos especiais, não eram o ambiente. Estávamos em uma floresta tropical, sentido os elementos, e só tínhamos que imaginar uma cobra monstruosa ali.
NEWTON: Essa é uma das razões pelas quais é tão bom ver este filme no cinema, porque o valor de produção é muito bom. Sabe, estamos realmente em um rio, em um barco de verdade que foi feito apenas para o filme. Assistindo em uma tela grande, você capta tudo. Se for aqui no celular, você perde muito.
ZAHN: É um filme de cinema pipoca perfeito.
NEWTON: Realmente é. E vai sair no dia de Natal! Depois do dia de Natal, sempre tem aquele período de calmaria, em que não temos o que fazer. Bom, reúna-se com sua família e vá se divertir um pouco!
Cena de Anaconda (Reprodução)
OMELETE: Para finalizar: seus personagens neste filme se propõem a refazer o Anaconda original – mas o Anaconda original, por sua vez, teve várias sequências ao longo dos anos. Então, eu me pergunto: podemos esperar que Doug e Griff refaçam a franquia inteira agora?
BLACK: Uuuuh… Bem, espero que, se fizermos, eles sejam mais bem-sucedidos do que as sequências do Anaconda original. [Risos] Porque acho que aquelas foram direto para vídeo, e lojas de vídeo nem existem mais! Talvez elas fossem direto para o streaming. Vamos fazer uma cinco sequências de Anaconda para a Netflix.
RUDD: Sabe, eu gosto dessa ideia de refazer cada filme do cânone Anaconda. Eu nem sabia... sou o idiota aqui, mas nem sabia até começarmos a fazer este filme que havia mais de um desses filmes.
BLACK: Cara, os filmes de Anaconda... você quer falar sobre filmes B? Acho que eles são filmes C, D, E, F! Mas são divertidos. Esses também podem ser divertidos, sabe?
OMELETE: E um deles tem David Hasselhoff, então quão ruim pode ser?
RUDD: O Hoff! Vamos lá, não tem como não gostar do Hoff.
BLACK: O Hoff deveria estar... como não colocamos o Hoff neste filme?
RUDD: Não sei. Acho que se soubéssemos disso antes…
OMELETE: [Risos] Perfeito, pessoal! Muito obrigado e parabéns pelo filme.
NEWTON: Obrigada, Caio!
ZAHN: Obrigado, tchau tchau.
BLACK: Obrigado!
RUDD: Obrigado. Prazer em te conhecer.