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A Mulher do Meu Amigo

Mais uma comédia sem graça dom atores globais

MF
20.11.2008, às 14H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H42
A comédia tem muitas faces. Pode ser da paródia, como nas séries
Todo Mundo em Pânico

A Mulher do Meu Amigo

A Mulher do Meu Amigo

A Mulher do Meu Amigo

e derivadas. Ou a comédia romântica, tão na moda atualmente. Temos ainda a
non-sense
, imortalizada pelos britânicos do Monty Python. A satírica do nosso amigo Borat. E ainda a farsesca, como
A Mulher do Meu Amigo
(2008), adaptação da peça
Largando o Escritório
, criada por Domingos de Oliveira. Estão ali todos os elementos básicos: as caricaturas, o ambiente familiar, o objetivo único de divertir o público, sem questionamentos de valores.

Como já é de praxe no país, estão lá também os atores globais, chamariz para um público desavisado, despreocupado com a qualidade do que vai ver (num sábado à noite, era isso ou Zorra Total) ou simplesmente desprendido de valores, que não liga de gastar 15 reais no ingresso de uma comédia que não se esforça para ir além do arroz com feijão. Feijão sem folha de louro ou toucinho, vale dizer.

O único tempero especial são as roupas fetichistas (coelhinha, sado-masô, etc.) com que Mariana Ximenes se veste para fazer sua Renata, menina mimada casada com Thales (Marcos Palmeira). Em um fim de semana, os dois convidam o melhor amigo dele, Rui (Otávio Miller), sua esposa (Maria Luisa Mendonça) e seus filhos para um fim de semana na casa de campo da família de Renata, herdeira de um espólio ainda controlado por seu pai, o mega-empresário interpretado por Antônio Fagundes, que não por acaso é também o chefe de Thales e quer logo um neto.

O título não esconde de ninguém que o adultério é questão de tempo e o trailer já escancara que vai rolar, na verdade, uma troca de casais. E enquanto um deles é atirado e ligado no sexo por si só, o outro é mais romântico e paradoxalmente realista, sabendo que aquilo não tem futuro, pois há muito mais em jogo do que uma noite a dois. Todo esse desenrolar demora o filme quase todo, sobrando os últimos minutos para desenroscar tudo, como uma novela das sete em que tudo se resolve no último capítulo.

Se "A vida é feita de escolhas", como diz Thales no início do filme, eu diria que o diretor Claudio Torres errou feio em algumas delas. Vindo da publicidade e com um elogiado Redentor (2003) no currículo, Cláudio cai no lugar-comum do merchandising descarado e estampa painel da operadora de celular patrocinadora em uma fachada de prédio da Avenida Paulista, coloca um caixa eletrônico de banco no meio do escritório e sacola de um supermercado aparecendo só pra mostrar o logo. E isso na parte séria do filme. Se fosse à la Wayne's World, eu entenderia e talvez até desse risada.

Já do lado cartunesco - com excessivas caras e bocas da Ximenes e sobrancelhas arqueadas de Otávio Miler, e cenas em que os atores transam sem tirar a roupa (e eu que achava os beijos sem língua da novela é que eram estranhos e sem charme) - bom, disso eu já imaginava que não ia gostar mesmo. Não sou o público desse tipo de comédia, que para mim pode ser classificada como sem graça.