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Cultura Pop no Brasil | Os Saltimbancos voltam para animar às telas

E mais novidade sobre o cinema nacional

RF
09.12.2015, às 10H13.
Atualizada em 20.11.2016, ÀS 14H05

Imortalizado no cinema graças a uma versão de carne e osso com Renato Aragão e Os Trapalhões, de 1981, o espetáculo musical Os Saltimbancos, de Sergio Bardotti e música de Luis Enríquez Bacalov, com versão brasileira e canções adicionais de Chico Buarque, vai voltar às telas nacionais, agora como animação. Previsto para 2018, pela complexidade visual exigida para animar as aventuras de quatro animais cantores, o projeto reúne os produtores Joana Mariani (diretora do doc Marias) e Diler Trindade (responsável por sucessos dos anos 2000 como Maria, a Mãe do Filho de Deus) e será roteirizado pelo diretor João Falcão (A Máquina). “Esse espetáculo teve cerca de 150 montagens ao longo dos últimos 37 anos e estima-se que ela foi vista por dez milhões de pagantes”, enumera Diler. A montagem original de Os Saltimbancos data de 1977 e teve Grande Othelo e Marieta Severo no elenco.

Os bastidores da Lei Maria da Penha

Inspirado por fatos responsáveis pela validação da Lei Maria da Penha, estatuto de defesa da mulher contra a agressão masculina em suas mais variadas formas, o filme Vidas Partidas, primeiro longa-metragem de Marcos Schechtman (diretor de novelas premiadas como Caminho das Índias), é encarado, desde já, como um dos principais lançamentos brasileiros de 2016 quando o assunto é drama. A produtora e estrela do projeto é a beldade gaúcha Naura Schneider, uma atriz (de talento não devidamente valorizado) com foco voltado para flagrar e criticar a submissão feminina pela força dos homens e da hipocrisia.

“A violência contra a mulher é um problema mundial e a única forma de diminuir esta questão é falando, denunciando, discutindo as questões que fazem disso um problema social grande”, explica Naura. “O filme Vidas Partidas fala de um casal normal que se ama e acaba destruindo a relação por causa da violência que a minha personagem, Graça, sofre do marido. Acredito que os meios de comunicação sejam uma arma poderosa para isso. Mostramos essa mulher que apesar de frágil diante da situação, denuncia o marido e  faz com que ele seja preso pelo ato que cometeu. Essa é a melhor forma de contribuir, mostrando casos e demonstrando que é possível sair desta situação.

Com lançamento assegurado pela Europa Filmes Paramount Pictures, em março, Vidas Partidas contou com o olhar do roteirista José Carvalho, entidade de prestígio internacional quando o assunto é análise de dramaturgia. Carvalho ajudou a botar em pé o cotidiano de uma mulher brutalizada pelo marino (Domingos Montagner).

Quando eu estava filmando meu primeiro longa-metragem, Dias e Noites, em 2007, ele não tratava especificamente deste assunto, mas mostrava uma mulher oprimida pelo machismo do marido. A personagem também sofria violência física doméstica. Ali, comecei a perceber que pessoas muito próximas da produção e amigos me contavam histórias pessoais ou de familiares que já tinham passado por esta situação de agressão. Fiquei surpresa, pois achei que isso só acontecia em classes menos favorecidas. Aí comecei a pesquisar o assunto”, lembra Naura. “O universo era vasto e vi que tínhamos ali um grande problema que na época a sociedade pouco discutia. Acabei fazendo uma pesquisa de quase três anos que gerou um documentário chamado Silêncio das Inocentes. Este documentário ganhou o melhor media-metragem na Mostra de Direitos Humanos da América Latina em 2013. Resolvi falar mais sobre esta questão, porque as mulheres ainda tem vergonha e se sentem desamparadas pelo Estado, apesar da Lei Maria da Penha”.

70s by Antonio Campos

Com DNA brasileiro em suas veias norte-americanas, Antonio Campos, diretor nova-iorquino, filho do jornalista Lucas Mendes, tem um longa novo para tirar do forno em 2016: Christine. Ele escalou Rebecca Hall (de Homem de Ferro 3) para viver a repórter Christine Chubbuck (1944-1974), famosa por ter cometido suicídio durante uma transmissão ao vivo de TV. A produção foi selecionada para debutar via Sundance, em Park City, Utah, nos EUA, de 21 a 31 de janeiro. Campos fez carreira no Festival de Cannes, onde exibiu curtas, longas (Afterschool, Simon Killer) e trabalhos como produtor. É um cineasta com obsessão pela borda de sanidade que leva alguns ao descompasso e outros à morte e trata seu tema com requintes de elegância.

Ainda de fora pra dentro

Protagonizado por Bradley Cooper com fome de Oscars, Pegando Fogo, que estreia nesta quinta, é fotografado por um brasileiro: Adriano Goldman, o mesmo de Xingu (2012) e O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias (2006). Também tem dedo de brasileiro no aclamado Carol, de Todd Haynes, que só pinta por aqui em 2016: seu montador foi o paulista Affonso Gonçalves, o mesmo de Amantes Eternos(2013).

Ceylão on the rocks

Repórter do riso no programa Mais Você, da Rede Globo, no qual realiza investigações jornalísticas sobre os acasos e as estranhezas do nosso dia a dia, Fernando Ceylão vem queimando suas pestanas emendando um roteiro cinematográfico atrás do outro. Este ano ele assinou o script de Sorria! Você Está Sendo Filmado, de Daniel Filho, mas tem ainda outras três produções roteirizadas por sua ilustre pessoa para estrear. Escreveu a comédia É Fada para a diretora Cris Damatto (da franquia SOS – Mulheres ao Mar) e adaptou a peça (de sua própria autoria) Como é Cruel Viver Assim (sua obra-prima no teatro) para a cineasta blockbuster Julia Rezende, da série Meu Passado me Condena, dirigir.  “Tem ainda uma comédia que seria uma espécie de Rocky Balboa da música, com o Marcelo Serrado e direção do Pedro Amorim. Este tem título provisório de Fórmula do Amor”, diz Ceylão.

Relatos selvagens 

Reduto de resistência cinéfila autoral no Rio de Janeiro, o Cine Joia vai mobilizar suas filiais em Copacabana e em Jacarepaguá de 17 a 23 de dezembro na mostra Pérolas do Cinema Argentino. Serão projetadas iguarias como Ultimas Vacaciones de Familia (2013), de Nicolás TetéEl Frasco (2008), de Alberto Lecchi; e Una Estrella y Dos Cafés (2006), de Alberto Lecchi.

Woody em análise

Um riquíssimo estudo sobre a obra de Woody Allen acaba de chegar às livrarias, a partir de uma analogia entre a estética do realizador de Manhattan (1979) e a prosa do escritor Philipe Rothautor de O Animal Agonizante. O livro em questão, Olhar o Mar (Ed. Verve), é uma pesquisa minuciosa de Maria Caú, mestre em Literatura Comparada pela UFRJ, sobre as interseções possíveis e plausíveis entre esses dois criadores, mediada pela sombra da Morte.

CURTA ESSA: Linha do Tempo, de Marianne Antabi

Alçado à condição de intérprete genial depois de ter surpreendido a indústria audiovisual brasileira como travesti em República dos Assassinos, em 1979, o ator Anselmo Vasconcellos está no elenco desta produção egressa da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro, ao lado de uma atriz igualmente experiente: Silvia Salgado. Na trama, amigos de juventude que não se vêem há muitos anos são reunidos num jantar. O anfitrião é Zé Roberto (Vasconcellos), um milionário que está com os dias contados e prepara seu testamento. Uma revelação vai trazer à tona comportamentos amorais e mostrar o que cada um se tornou. À direção, Marianne é uma promessa da novíssima safra de realizadores nacionais. O elenco inclui ainda o crítico e diretor Rod Carvalho.