Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Veja as ofertas
Termos e Condições Política de Privacidade
CCXP
Artigo

CCXP22: Tenoch Huerta fala sobre importância da representatividade em Hollywood

Astro da Marvel inundou Palco Thunder by Cinemark Club com carisma

4 min de leitura
PH
02.12.2022, às 21H36.

Créditos da imagem: Divulgação

O ator Tenoch Huerta, famoso por interpretar o personagem Namor em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, foi uma das presenças ilustres da CCXP22. Huerta se encontrou com o público no Palco Thunder by Cinemark Club nesta sexta-feira (2) e teve uma longa conversa sobre representatividade e a importância de mais personagens como o dele em Pantera Negra.

Apesar de ter estudado jornalismo, Tenoch Huerta se descobriu ator após sua segunda visita ao Festival de Cannes. Para ele, era importante se tornar ator “porque havia poucos atores mexicanos de pele escura e ‘se não podemos ver, não podemos sonhar’ se tornar algo”. O ator continuou falando sobre a importância de se ter personagens não-brancos em papies de destaque e alfinetou Hollywood e levou o palco ao delírio: “Temos sangue africano e latino e poder sentir orgulho disso é muito bom. Fizemos US$ 700 milhões em um mês. Não sejam racistas, a melanina também vende”

Encantado com o Brasil, o ator subiu ao palco vestindo uma camisa da seleção brasileira com seu nome e revelou que torceu muito pelo time de Tite no jogo contra Camarões. “Eu me sinto em casa aqui. Gostaria de morar no Brasil, brincou, se convidando para o Carnaval 2023. “É uma sensação muito bonita, porque descobrimos que, mesmo a milhares quilômetros, ainda somos iguais [latinos]. Entender o potencial cultural, social e histórico da América Latina é muito importante e eventos como a CCXP, a maior conferência do mundo, são importantes para falar isso, continuou.

Ainda falando sobre a importância de termos atores latinos em grandes filmes hollywoodianos, Huerta citou o brasileiro Wagner Moura: ele é fantástico”. Ele segue citando colegas da Marvel e diz que “nós, artistas latinos somos muito bons. Diego [Luna, mexicano] e Gael [Garcia Bernal, mexicano] também abriram muitas portas. Podemos fazer grandes papéis”

O grande papel de Wakanda Para Sempre foi homenagear o ator Chadwick Boseman, que morreu em 2020. Huerta não chegou a conhecer o primeiro Pantera da Marvel, mas reconhece a potência de Boseman para as causas raciais no cinema. “Chadwick foi fantástico. Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas sempre que falavam dele, eu podia ver nos olhos de todos um brilho, alegria e felicidade verdadeiros. Para mim, ele deveria ser uma grande ser humano para provocar isso em tanta gente. Seu legado como ator e ativista é maravilhoso e foi uma honra fazer parte dessa homenagem [Wakanda Forever]. Por isso, sempre que eu chegava no set pensava ‘é hora de homenagear esse gigante que foi Chadwick Boseman’”.

Nos bastidores de Talocan

Mas além de elenco, o cinema internacional também precisa de discurso, e Wakanda Para Sempre faz isso muito bem. Além de trazer de volta a superpotência africana, o longa apresenta Talocan, cidade herdeira das tradições Maia e protetora das raízes da cultura latina. O personagem de Huerta é fundamental para isso. O príncipe submarino superprotetor teme que seu domínio seja colonizado por estrangeiros e está disposto a queimar o mundo por isso. Ainda assim, o ator não o vê como um vilão. “Namor não é um vilão, é um anti-herói que busca proteger o seu povo. O filme dá uma profundidade maior que apenas isso [ser vilão]. Mas o espectador é quem tem que responder se para ele Namor é um vilão ou não.

Entretanto, por pouco Huerta não ficou fora dessa grande homenagem. Um dos requisitos para interpretar Namor era saber nadar, habilidade que ele não possuía. Ryan Coogler me perguntou se eu sabia nadar e eu respondi que nunca havia me afogado”, contou ele com gargalhadas. Ele disse que não sabia nadar, mas aprendeu a boiar e prender a respiração com um amigo. “Eu consigo prender a respiração por cinco minutos. Namora [Mabel Cadena] conseguiu ficar oito. Mergulhar é como meditar. Ficar embaixo d'água foi maravilhoso.” 

Sabendo nadar ou não, Huerta fez história interpretando Namor. O personagem é o primeiro mutante e um dos mais antigos da Marvel. Criado entre 1939 por Bill Everett, ele é fruto do relacionamento de um humano com a princesa de Atlântida, e tem, entre seu arsenal de poderes, superforça, habilidades de respirar debaixo d’água e pode voar. Embora o filme mostre essas mesmas habilidades em ação, ele apresenta uma origem bem diferente da dos quadrinhos.

Com mutantes no horizonte do MCU, a pergunta que fica é quando veremos Namor de volta às telonas. Infelizmente para todos, nem ele mesmo sabe. “O retorno de Namor depende de Kevin Feige e de Mickey Mouse, mas quero muito voltar a usar o shortinho e entrar na água de novo”, brincou. Sem um destino certo, suposições surgiram no painel e ele comentou a possibilidade de um confronto com Aquaman: “O público ganharia, com certeza. Ele [Jason Momoa] é um ator que me admiro muito. Tomara que um dia eu trabalhe com ele. Mas o público sairia ganhando com esse confronto — e as casas de aposta”.