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Especial Batmóveis | Parte 1

Conheça os carros do Homem-Morcego no cinema e na TV

21.11.2012, às 20H45.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H31

A história do Batmóvel corre paralela à trajetória do seu ilustre motorista. O carro especial apareceu pela primeira vez em maio de 1939, na Detective Comics #27, já na primeira aparição do Batman. Porém, o veículo, ainda sem nome, não passava de um conversível vermelho com o símbolo do herói enfeitando o capô. O Batmóvel foi batizado apenas em fevereiro de 1941, na Detective Comics #48, por Bill Finger (cocriador do Homem-Morcego e responsável também por batizar Gotham City).

O design foi evoluindo gradualmente e desde então o veículo ganhou inúmeras formas e funções, seja nos quadrinhos, no cinema, ou na televisão. Neste especial vamos listar os principais carros do morcego. Na primeira parte, o Batmóvel no cinema e na TV:

O primeiro Batmóvel

Assim que começou a ganhar suas primeiras aparições fora dos quadrinhos, a estética do Batmóvel precisou se submeter a requisitos práticos e orçamentários. Na sua primeira versão live action, uma minissérie em 15 partes de 1943, o morcego vivido por Lewis Wilson dirigia apenas um Cadillac conversível. O que distinguia o carro de Bruce Wayne do Batmóvel era apenas a capota - aberta para o playboy, fechada para o herói.

Batman (1966)

A primeira versão consagrada do veículo surgiria apenas em 1966, na série de TV e no filme estrelados por Adam West. Dean Jeffries foi contratado para criar o Batmóvel do seriado, mas não conseguiu terminar a customização de um Cadillac 1959 em tempo. Com as gravações previstas para começar em janeiro de 1966, o trabalho caiu nas mãos de George Barris. Tendo apenas três semanas para completar o serviço, o customizador usou como base um Lincoln Futura, carro conceitual da Ford projetado por Bill Schmidt, Doug Poole e John Najjar e fabricado especialmente para o Chicago Auto Show, em 1955. O veículo de formas exageradas e pouco práticas foi comprado por Barris por um apenas um dólar (tendo custado US$ 250 mil para a Ford) e fez sua estreia no cinema em Começou Com Um Beijo, filme de 1959 estrelado por Glen Ford e Debbie Reynolds. Originalmente azul, o Lincoln Futura ganhou uma pintura vermelha para o longa.

O projeto de customização de Barris foi executado por Gene Cushenberry, que aprimorou os traços já existentes no carro da Ford, convertendo a parte dianteira em uma espécie de máscara integrada. O designer também ampliou os paralamas e transformou as "barbatanas" em "asas de morcego", alargando suas arestas nas portas e alongando as pontas do detalhe. A customização custou US$ 30 mil dólares, subindo o valor do carro para US$ 125 mil na época. Avaliado em US$ 2 milhões atualmente, o Batmóvel de Barris sofreu pequenas mudanças ao longo da série, ganhando diferente placas volantes e acessórios como uma câmera traseira além de um esporão na dianteira para derrubar barreiras como portas e muros e propulsores de foguete para partidas rápidas (traço que seria copiado por outros batmóveis).

Durante as filmagens, o carro passou por diversos problemas técnicos, como superaquecimento, baterias descarregadas e pneus que furavam constantemente. No meio da primeira temporada, o motor e a transmissão do Lincoln Futura precisaram ser trocados pelos equipamentos de um Ford Galaxie. A última aparição oficial do veículo aconteceu em 14 de março de 1968, quando o último episódio da série foi ao ar.

Ficha Técnica
Ano: 1966
Designer: Lincoln Futura customizado por George Barris.
Velocidade: não informado
Aceleração: não informado
Combustível: não informado
Acessórios: batparaquedas de emergência para curvas de 180º, lasers,  batcomputador, battelefone, extintor de incêndio automático, controle de voz, emissor de fumaça e lançador de pregos (para inibir perseguições), chave anti-roubo, faróis de polícia.

Batman (1989) e Batman: O Retorno (1992)

Depois de 23 anos, Batman voltou aos cinemas pelas mãos de Tim Burton. Anton Furst, que levou um Oscar pela direção de arte do primeiro filme, foi o responsável por dar vida à visão de Burton, desenhando Gotham City e o novo Batmóvel. O veículo foi construído a partir do chassi de um Chevrolet Impala, com uma carroceria criada sob medida com linhas curvas. A parte dianteira era ornada por uma turbina de avião e entradas de resfriamento apareciam à frente dos para-lamas traseiros. O painel trazia instrumentação parecida com a de um avião, com sistema de auto diagnóstico e comando de voz. O modelo, aposentado depois de Batman: O Retorno, serviu de inspiração para o Batmóvel de Batman: The Animated Series, além de diversos modelos dos quadrinhos.

Ficha Técnica
Ano: 1989
Designer: Anton Furst a partir de um Chevrolet Impala
Velocidade: 500 Km/h com o impulsionador
Aceleração: 0-60 em 3,7 segundos
Combustível: Gasolina de alta octanagem
Acessórios: sistema de auto diagnóstico, comando de voz, bombas esféricas, duas metralhadoras laterais, "pé central", que permitia o carro girar, ganchos laterais para curvas de 180º, atirador de batdiscs, emissor de fumaça, dispensadores de óleo, gravador de CD, sistema de escudo.

Batman Eternamente (1995)

Depois da visão gótica de Tim Burton, coube ao diretor Joel Schumacher mostrar uma nova Gotham nas telas. A designer Barbara Ling optou por seguir uma linha mais orgânica, buscando traços que lembrassem costelas, músculos e asas de morcego. Para acentuar as linhas do carro, o motor, painel, rodas e interiores emitiam um brilho azul. As rodas foram desenhadas para manter o logo do Morcego sempre posição vertical, mesmo quando em movimento.

Em caso de perseguição, o Batmóvel possuía dois sistemas de defesa: a capacidade de bloquear as quatro rodas perpendicularmente ao seu eixo central, permitindo rápidos movimentos laterais; e a habilidade de dirigir em superfícies verticais íngremes como se estivesse em terreno plano, graças a um sistema de cabos e ganchos e ao realinhamento do jato dianteiro. Ainda assim, este Batmóvel teve vida curta no filme, sendo vítima de explosivos implantados pelo Charada na cabine do carro.

Ficha Técnica
Ano: 1995
Designer: Barbara Ling
Velocidade: 500 Km/h com o impulsionador
Aceleração: não informado.
Motor: Chevrolet 350 ZZ3
Combustível: não informado
Acessórios: gancho para subir paredes, sistema de movimentos laterais, capota conversível, cabine dupla, monitor retrovisor, sistema de diagnóstico.

Batman e Robin (1997)

Harald Belker criou o Batmóvel do segundo filme de Schumacher na franquia. Barbara Ling permaneceu responsável pelo desing do filme, mas julgou que o novo carro precisava ser mais marcante. Assim, foram mantidos os painéis luminosos, ampliando o sistema de cores para vermelho, laranja e amarelo, além de azul e luzes pulsantes na turbina. A máscara do morcego foi "sutilmente" incorporada à parte dianteira do veículo e as "barbatanas/ asas de morcego" foram esticadas ao máximo, configurando as mais exageradas entre os batmóveis das telas. O novo Batmóvel tem apenas uma grande cena do filme, sendo destruído por Mr. Freeze. Minutos depois, porém, o carro aparece intacto na Batcaverna.

Ficha Técnica
Ano: 1997
Designer: Harald Belker
Velocidade: 300 Km/h e 500 km/h com impulsionador
Aceleração: não informado.
Motor: Chevrolet 350 ZZ3
Combustível: não informado.
Acessórios: cabine individual, infravermelho multidirecional, rastreamento a laser, bombas de eixo, assento ejetável, veículo de emergência, sistema de vídeo-conferência, unidade de radar e interruptor de comunicação.

Batman Begins (2005), O Cavaleiro das Trevas (2008) e O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

Depois dos exageros de Joel Schumacher, Christopher Nolan trouxe seu olhar realista para o Homem-Morcego no cinema. O resultado foi um Batmóvel menos luxuoso e mais parecido com um tanque de guerra. O Tumbler era um projeto militar abandonado pela Wayne Enterprise, criado para dar saltos sem rampa e instalar a base de pontes temporárias. Nathan Crowley e Nolan assinam o design do veículo, que foi construído pelos engenheiros Chris Corbould Andy Smith. Quatro carros foram montados para o filme, ao custo de US$ 250 mil cada, sendo que um deles contava com um motor a jato, alimentado por seis tanques de propano.

O interior do carro foi criado em estúdio e não correspondia aos Tumblers usados nas ruas. Apesar da aparência indestrutível, as limitações do Tumbler foram testadas pelo Coringa em O Cavaleiro das Trevas, que disparou uma bazuca e destruiu a metade traseira do veículo. Para desastres como este, o carro conta com a capacidade de desprender sua parte central, gerando um Bat-pod para que o herói possa escapar com segurança. Em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o Batmóvel dá lugar ao Bat (o veículo aéreo do Morcego), mas os Tumblers ainda aparecem, usados pelo exército anarquista de Bane.

Ficha Técnica
Ano: 2005
Designer: Nathan Crowley e Christopher Nolan.
Potência: não informado.
Velocidade: 300 Km/h e 500 km/h com impulsionador
Aceleração: 0-60 em 5.6 segundos
Motor: 5.7 liter GM V8
Combustível: propano
Acessórios: flaps de freio, lançador de foguetes, sistema de extintor de incêndio integrado, modo discreto (que permite o veículo desaparecer em lugares escuros), sistema de ataque.

Confira nossa entrevista com o criador do Tumblr e veja, na galeria, as fotos da exposição na Comic-Con 2012:

Confira a segunda parte do especial:  os Batmóveis nos quadrinhos