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Séries e TV
Entrevista

Jennifer Garner e equipe comentam adaptação de A Última Coisa Que Ele Me Falou

Adaptação do sucesso literário de Laura Dave chega à Apple em 14 de abril

5 min de leitura
HH
13.04.2023, às 16H15.
Atualizada em 31.08.2023, ÀS 12H28

A vida de Hannah (Jennifer Garner) como uma trabalhadora, esposa e madrasta poderia não ser perfeita, mas tampouco era infeliz. Ela nunca se deu muito bem com a enteada Bailey (Angourie Rice), mas sempre haveria tempo para tentar resolver as coisas - ou pelo menos era o que achava. A vida vira de cabeça para baixo no dia em que uma menina vem até ela na porta de casa, lhe entrega um bilhete e vai embora. O bilhete é de seu marido Owen (Nicolaj Coster-Waldau) e diz apenas “Proteja-a”. A partir dali, ele desaparece e essa é a hora de colocar em perspectiva as verdades sobre essa família, peça central de A Última Coisa Que Ele Me Falou

Essa não é uma história que saiu da cabeça de Josh Singer (criador da série), mas sim das páginas do livro homônimo de sua esposa, Laura Dave. O livro de Laura se tornou o número 1 na lista do New York Times e acabou indo parar nas mãos de Reese Whiterspoon, que há bastante tempo tem trabalhado na adaptação de obras protagonizadas por mulheres. Era só uma questão de tempo até a vida de Hannah sair das páginas e ir parar na TV. 

Josh Singer e Laura Dave puderam explorar juntos que tipo de recorte essa adaptação teria e como transformá-la numa peça de compreensão para leitores e não-leitores da obra. “A primeira coisa que você precisa saber quando pega um material bom como esse é que não se pode machucá-lo. E esse livro tem uma espinha tão exata... o mistério, as reviravoltas... no minuto que nos foi dito que essa poderia ser uma série limitada, dava pra visualizar onde seriam as quebras entre episódios”, disse Josh a respeito. “Para mim, nós tínhamos uma ótima espinha e tudo virou uma questão de saber como abordar aquela história de uma mulher se tornando mãe e como mostrar a beleza da relação entre aquela mãe e sua enteada”

O trabalho de Josh na construção dessa espinha tem o impacto da presença constante de Laura, a autora do livro, nesse processo de “recriação”. Numa adaptação, o problema maior pode ser muito mais a expansão do que a edição.“Dois exemplos de como a gente lidou com isso foram o aumento de cenas nos escritórios do FBI, porque isso ajudava a fazer crescer o processo de investigação; e a presença de Nicolas, um advogado que tem um capítulo inteiro no livro, e que também faz parte dessa área cinzenta que Laura emula tão bem, onde ninguém é só mau ou só bom. Então, como abordar tanto Nicolas sem preparar o espectador? Por isso decidimos voltar e inserir Nicolas antes, apresentá-lo um pouco, pra que ele estivesse pronto para o momento em que tivesse sua virada”

Os leitores da obra de Laura vão se deparar com uma adaptação cuidadosa e com um universo de emoções minimalistas. Embora haja o mistério em torno do paradeiro de Owen, a aproximação de Hanna e Bailey enquanto estão à procura dele ocupa boa parte dos episódios. O mais curioso desse minimalismo é enxergar tanta racionalidade nos personagens, que se expressam o máximo possível através de pequenos gestos. Aisha Tyler, que vive Jules, amiga de Hannah, falou um pouco sobre isso: “Pra mim como atriz, cada personagem é como um quebra-cabeças que você vai montando. Os problemas dos personagens sempre são diferentes, mas me interessam os processos. Mesmo quando o universo é fantástico, as motivações são sempre de proteger quem você ama. Nessa série não é diferente. Encontrar a verdade... trazer alguém pra casa... Isso nunca muda. Então, eu quero deixar essas emoções à vista, ainda que seja quando estou numa ligação com minha amiga. A meta é sempre essa”.  

Na trama da série, a personagem de Aisha está tentando ajudar Hannah a encontrar o marido. Esse marido é uma ausência constante ao mesmo tempo em que é uma presença inconveniente. Owen só é visto através de flashbacks e essa sua versão passa pela ótica de outras pessoas. Nicolaj Coster-Waldau também falou conosco sobre como é construir um papel que não tem independência interpretativa: “Essa é a armadilha de toda situação e foi o que me deixou intrigado. Você tem o começo e o final... o meio inteiro passa pelo filtro das impressões dos outros. E a gente sabe como é... Não se pode confiar totalmente na memória humana. Eu precisei tomar algumas decisões pra viver a parte dele que era contada pelos outros. Foi um grande desafio, mas também foi muito divertido”.  

Jennifer Garner também precisou enfrentar alguns desafios ao se deparar com Hannah. Assim que a entrevista com ela começou, era notória a forma como a atriz precisou fazer um trabalho denso de imersão na personalidade da protagonista. Jennifer não é nada introvertida, tem uma voz com registros agudos e está sempre com um sorriso no rosto. Hannah é o completo oposto, com sua expressão tensa, a voz grave, baixa; e uma postura excessivamente racional sobre tudo. 

“Eu amo que a Hannah seja sempre a pessoa mais madura”, disse Jennifer na entrevista. “Ela foi uma pessoa que cresceu sem os pais e ela precisou sempre cuidar de si mesma. Quando ela precisa cuidar de uma enteada que literalmente a odeia, é que fica claro que ela não foi preparada para a maternidade... ou foi de uma maneira completamente diferente. Uma das coisas que precisei fazer foi baixar o tom dos meus próprios instintos maternais, porque eu achava que para determinadas cenas bastava acolher, acarinhar... e Hannah é completamente diferente, se expressa de maneira diferente. Ela é mais contida; eu sou mais o tipo que já levanta e dança... Ela é uma pessoa muito mais reservada”

Os sete episódios de A Última Coisa Que Ele Me Falou começam a chegar à Apple no próximo dia 14 (dois na estreia e a seguir um a cada semana) e todos poderão conferir não só como será a relação entre Hannah e Bailey, mas também conferir a resolução do grande mistério que envolve o desaparecimento de Owen. 

O clube do livro de Reese Whiterspoon tem mais uma programação para vocês.