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Almost Human | Da Frigideira

Karl Urban estreia bem na TV, numa mistura de neonoir com buddy cop show

18.07.2013, às 05H11.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H24

Dos pilotos de séries de TV exibidos na quarta-feira à noite aqui na Comic-Con 2013, o mais esperado era Almost Human, novo projeto da produtora Bad Robot de J.J. Abrams para o canal Fox. E o episódio correspondeu à expectativa: é uma mistura interessante de neonoir à moda Blade Runner com buddy cop de dinâmica racial, como 48 Horas, Máquina Mortífera e Miami Vice.

almost human

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Roteirista e produtor de episódios de Fringe, J.H. Wyman é o criador e produtor principal da série, que tem Karl Urban como o protagonista John Kennex. A trama se passa num futuro em que a criminalidade cresceu tanto que policiais como John agora são forçados a trabalhar em parceria com androides. A tecnologia não impede, porém, que o esquadrão do protagonista seja emboscado por uma gangue - entre mortos e feridos, John perde uma perna e entra em coma.

Dois anos depois, já desperto, ele recorre a uma clínica de fundo de quintal - um submundo feito de bairros cheios de neon é o primeiro indício de que estamos num futuro similar ao de Blade Runner - para tentar reviver a memória e entender quem armou a emboscada. Paralelamente, de volta à polícia, John precisa de um novo parceiro. Depois de se desentender com o androide de última geração que escolhem para ele - o momento que mais rendeu risadas durante a exibição na convenção - John busca de novo a clandestinidade, agora para conseguir um androide substituto.

E entra em cena a dinâmica racial. Michael Ealy (Common LawThe Good Wife) vive Dorian, robô de uma geração anterior, projetada para se especializar em dedução e que terminou aposentada porque se mostrou "humana" demais: começou a questionar sua condição sintética. "Não gosto dessa expressão, 'sintético'", diz Dorian quando John o chama desse "termo ofensivo". É a clássica relação do policial branco suicida com o negro pé-no-chão que Máquina Mortífera consagrou, só que adaptada para o século 21: Dorian sabe que está interpretando o estereótipo do marginalizado, e chama John de "man" com sotaque de negão para ironizar a situação.

Pelo que o piloto sugere, as cenas entre Urban e Ealy podem se tornar o ponto alto da série - ambos os atores estão à vontade interpretando perfis opostos, o humano impaciente e o androide cerebral. O que deve mover a trama adiante, porém, é a relação entre John e as mulheres. Aí entra o componente do noir futurista; o personagem de Urban é o típico policial solitário que questiona sua capacidade (a perna mecânica dele apita o episódio inteiro) e, na fraqueza, acaba sucumbindo aos "perigos" do sexo oposto. Uma ex-namorada (Mekia Cox), uma colega novata de trabalho (Minka Kelly) e a chefe de polícia (Lili Taylor) formam o elenco feminino do piloto - e todas as três têm algum laço com John.

Essas relações devem dar o tom dos episódios, mesmo porque os efeitos visuais que mais chamam a atenção no piloto, das paisagens futuristas de computação gráfica às cenas de ação, parecem caros demais para ser mantidos numa base semanal. Vamos acompanhar quando a série de fato estrear, em 4 de novembro nos EUA.

Assista ao trailer de Almost Human