Filmes

Entrevista

A Estrada: Omelete Entrevista John Hillcoat

Diretor fala da adaptação do livro para as telas

23.04.2010, às 23H00.
Atualizada em 26.12.2016, ÀS 06H03

Durante o Festival Internacional de Cinema de Toronto, o nosso correspondente em Los Angeles, Steve Weintraub, editor do site parceiro Collider, esteve na cidade canadense e conversou com o diretor John Hillcoat sobre seu novo projeto, A Estrada (The Road). O filme é baseado no livro homônimo de Cormac McCarthy, e é estrelado por Viggo Mortensen, Kodi Smit-McPhee, Charlize Theron, Robert Duvall e Guy Pearce.

Veja abaixo como foi o bate-papo entre os dois ou leia a transcrição em seguida.

Uma das coisas que eu gosto muito do seu trabalho como cineasta é a maneira que você consegue criar atmosferas e criar mundos. Como você se prepara, como cineasta, para estes mundos incríveis?

John Hillcoat: A inspiração sempre veio daqueles diretores e filmes em que eu, como espectador, não questionava o mundo em que eu estava. Eu era transportado para dentro dele. Digo, cineastas como o Kubrick sempre foram grandes inspirações e é por isso que eu amo ir ao cinema. Também acho que mundos extremos trazem à tona o melhor e o pior das pessoas e mostram realmente a essência das pessoas. E eu amo ver isso acontecendo. Isso também vale para os atores, acho que ajuda a performance porque eles conseguem se relacionar num nível bem primário e visceral com o mundo em que eles estão. Porque eles estão, na verdade, reagindo a ele e reagindo uns aos outros.

Quando eu vi o trailer pela primeira vez, havia muitos comentários pela internet sobre a Weinstein Company te forçando a colocar no filme o que realmente aconteceu com o planeta, ou se ia ser mais parecido com o livro. Você sentiu alguma pressão para explicar ou você sempre teve essa liberdade para fazer o que queria?

Bom, eles acabaram dando um apoio incrível. Sabe, Bob Weinstein ficou apaixonadamente comovido com o livro, assim como eu, Viggo, Kody, etc. E todos que estavam envolvidos. Então sempre tínhamos isso para recorrer. Havia a preocupação de que se você não tiver lido o livro, qual o contexto, sabe, como traduzir o livro e como vender o filme. Mas, como eu disse, nós sempre podíamos retornar a isso. Porque eu entrei nesse projeto dizendo "Olha, eu quero ser o mais fiel possível ao livro", então esse era o clima. Como estratégia de marketing, é discutível como isso funciona mas eu consigo compreender porque eles abordaram o filme dessa maneira.

Estou curioso, muitas pessoas que leram o livro vão assistir a esse filme e tenho certeza que pode ou não haver cenas que você cortou. O que as pessoas podem esperar para o DVD e Blu-Ray? Teve muitas cenas que você cortou?

Sim, teve algumas coisas que eu, pessoalmente, de um ponto de vista criativo, lutei para que não entrassem. E havia coisas no livro que algumas pessoas podem achar que deveriam ter entrado mas, sabe, fiquei muito aliviado que o próprio Cormac não sentiu falta de nada do livro, além de quatro falas do diálogo que nós então trouxemos de volta. Foi uma escolha difícil destilar as cenas, porque há tantas cenas lindas do livro. Então elas estarão nos extras, algumas delas.

Eu queria saber quantos minutos você acha que acabarão no DVD?

Isso é difícil de dizer. Eu escolhi algumas cenas, acho que serão umas quatro cenas, que não se encaixaram no filme por diversas razões mas que estarão no DVD.

Eu tenho que encerrar com você mas muito obrigado. Eu também ia te perguntar o que você vai fazer em seguida, mas fiquei sem tempo.

Tenho várias coisas.

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