15 filmes (e diretores) que você só conhece por causa de Sundance
Por Caio Coletti
O Omelete vai para o Festival de Sundance. A partir do próximo dia 23 de janeiro, estaremos em Park City (EUA) para acompanhar um dos maiores festivais de cinema do mundo - mas, se você nunca ouviu falar de Sundance, ou tem só uma ideia vaga da sua importância, não se preocupe!
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Desde sua fundação, em 1978, o Festival tem se solidificado como uma plataforma de lançamento para sucessos comerciais, futuros clássicos cult… e até vencedores do Oscar. A seguir, selecionamos 15 filmes (e diretores!) que só chegaram ao grande público porque foram sucesso em Sundance.
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Gosto de Sangue
Sundance teve o seu primeiro grande hit com esse noir que revelou uma dupla de irmãos com talento de sobra na direção: Joel e Ethan Coen. Financiado com dinheiro do próprio bolso, o longa ganhou o prêmio principal de Sundance 1985 e foi comprado para distribuição, dando o pontapé inicial em uma filmografia que produziria Fargo, Onde os Fracos Não Têm Vez e muitos outros clássicos.
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Sexo, Mentiras e Videotape
Citado por muitos como o filme que melhor encapsula o ethos de Sundance, o longa de estreia de Steven Soderbergh virou sensação na edição 1989 do Festival. Por lá, a Miramax pagou alguns trocados pelo direito de distribuí-lo comercialmente, e o resto é história - Soderbergh mais tarde dirigiria Onze Homens e um Segredo, Magic Mike e Traffic, entre outros títulos aclamados.
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Cães de Aluguel
Pois é, um dos autores mais emblemáticos da virada do século em Hollywood, Quentin Tarantino conseguiu seu primeiro grande sucesso graças a Sundance. Foi por lá que o seu ambicioso Cães de Aluguel virou a próxima grande aposta do cinema independente estadunidense, levando a Miramax a comprar os direitos de distribuição. Tarantino, é claro, seguiria carreira com Pulp Fiction, Kill Bill, Bastardos Inglórios, etc.
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El Mariachi
Outro grande nome do cinema independente dos EUA (e grande amigo de Tarantino), Robert Rodriguez deve a Sundance o sucesso do seu El Mariachi. Feito por menos de US$ 10 mil, o faroeste contemporâneo que deu o pontapé inicial na “Trilogia México” do cineasta virou sensação em Sundance 1992, onde a Columbia comprou os direitos de distribuição. Pequenos Espiões, Sin City e outros sucessos se seguiram.
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O Balconista
Não querendo me repetir demais, mas Kevin Smith, outro gigante do cinema pop estadunidense da virada do século, também saiu de Sundance. Feito por menos de US$ 30 mil, o longa foi comprado pela Miramax no festival - e a empresa gastou mais de US$ 200 mil para completar sua pós-produção. O resultado foi um hit cult, como Smith repetiria em Barrados no Shopping, Dogma, e outros títulos.
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Quatro Casamentos e um Funeral
Mike Newell não foi uma revelação do Festival de Sundance, estritamente falando, mas o sucesso da sua rom-com Quatro Casamentos e um Funeral na edição 1994 do evento certamente impeliu sua carreira - e a de Hugh Grant, Andie McDowell e Kristin Scott Thomas - a novas alturas hollywoodianas. O cineasta britânico logo se veria realizando blockbusters como Harry Potter e o Cálice de Fogo e Príncipe da Pérsia.
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A Bruxa de Blair
Talvez o caso de sucesso mais famoso da história do cinema indie, A Bruxa de Blair começou sua trajetória impressionante em Sundance, onde a produção de US$ 35 mil foi vendida (por mais de US$ 1 milhão) para a distribuidora Artisan Entertainment. Nos meses seguintes, Blair revolucionou o marketing cinematográfico, influenciou dúzias de imitadores e até deu à luz um novo subgênero de terror (o found footage).
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Psicopata Americano
A adaptação de Mary Harron para o livro “infilmável” de Bret Easton Ellis, que consolidou a passagem de Christian Bale de astro mirim para ator adulto, e ainda virou obra cult no processo, já chegou em Sundance com distribuição garantida (a Lionsgate foi um dos primeiros grandes estúdios a apostar no evento como plataforma de lançamento de seus filmes), mas o sucesso no Festival ainda ajudou e muito na projeção da obra.
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Amnésia
A trajetória de sucesso meteórico do longa de Christopher Nolan começou alguns meses antes de Sundance, no Festival de Veneza, mas nem por isso a chegada de Amnésia nos EUA, via Park City, deixa de ser um passo fundamental para a dominação que viria nos cinemas um pouco depois. Com o passar dos anos, Nolan manteve laços fortes com Sundance, inclusive ajudando outro filme a conseguir distribuição comercial…
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Donnie Darko
O filme de Richard Kelly talvez seja o “cult dos cults” hoje em dia, mas teve um caminho difícil até os cinemas comerciais. A estreia em Sundance provou que Donnie Darko tinha potencial, mas cenas do protagonista de Jake Gyllenhaal usando armas de fogo - tão perto do tiroteio em Columbine! - fizeram os estúdios hesitarem em (ironicamente) puxar o gatilho. Foi Nolan quem convenceu o Newmarket a assumir esse desafio.
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Jogos Mortais
Nem só de filme cult vive Sundance! Em 2004, saiu de lá o fenômeno Jogos Mortais, que conquistou o público do Festival com sua reviravolta chocante e seu gore, o que convenceu a Lionsgate a dar tratamento de gala ao longa de James Wan - que acabaria gerando uma franquia de (por enquanto) 10 capítulos. Wan mais tarde faria Invocação do Mal e Aquaman.
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Pequena Miss Sunshine
Pequena Miss Sunshine representa muito bem o tipo de dramédia independente que muitas vezes sai de Sundance para conquistar o mundo - e muitas indicações ao Oscar. O filme de Valerie Faris e Jonathan Dayton fechou um dos acordos mais lucrativos da história de Sundance quando vendeu seus diretos de distribuição para a Fox Searchlight Pictures em 2006.
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Whiplash: Em Busca da Perfeição
Damien Chazelle é realmente um caso de sucesso para Sundance. Em 2013, o curta-metragem Whiplash estreou no Festival e se tornou um queridinho imediato da crítica e do público - e foi só por ter essa plataforma que Chazelle conseguiu atrair investidores para a versão em longa-metragem de sua história, que voltou a Sundance no ano seguinte, ganhou um Oscar para J.K. Simmons em 2015, e segue conquistando fãs até hoje.
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Corra!
Foi só nos últimos anos (apesar de sucessos anteriores no gênero) que o Festival de Sundance se solidificou como uma plataforma de lançamento para filmes de terror curiosos, excitantes e originais, que fogem das grandes franquias - mesmo quando não fogem de algo comercial. A Blumhouse usou essa plataforma com esperteza quando colocou Corra!, o terror definidor de zeitgeist de Jordan Peele, para estrear em Sundance em 2017.
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No Ritmo do Coração
A Apple pagou US$ 25 milhões pelos direitos de distribuição de No Ritmo do Coração, draminha indie estrelado por Troy Kotsur e Marlee Matlin, no Festival de Sundance 2021 - investimento bem colocado, uma vez que o longa se tornou o primeiro da Apple, e a primeira seleção de Sundance, a vencer o Oscar de Melhor Filme.