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Supergirl volta de hiato com trama principal em segundo plano e foco nos coadjuvantes

Série coloca o pé no freio na ameaça das Worldkillers, mas continua relevante com outros temas

17.04.2018, às 16H37.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H46

Quando uma série entra em hiato, é esperado que ela retorne com acontecimentos relevantes para a história, ao mesmo tempo em que relembra os fãs de onde cada trama parou. Supergirl, porém, voltou de sua recente pausa da terceira temporada com um pé no freio da trama principal, apostando principalmente nas histórias de seus coadjuvantes. Isso poderia ser um demérito, se a série não estivesse madura o suficiente para abordar temas interessantes em todos os seus núcleos.

CW/Divulgação

Grande parte de “Schott Through the Heart” é focada em Winn Schott (Jeremy Jordan) e como ele lida com a perda do pai, o Homem-Brinquedo. Embora a presença do vilão ainda exista com artimanhas que ele deixou para trás, o grande antagonista do episódio é a relação conturbada entre pais e filhos. Winn tem o retorno de sua mãe, Mary, interpretada pela incrível Laurie Metcalf. Há um contexto de abandono e ressentimento por parte do filho e as cenas entre Jordan e Metcalf são profundas e de partir o coração. Em outro núcleo, quem precisa lidar com isso é J’onn (David Harewood), que vê seu pai gradativamente perdendo a memória, um momento difícil da velhice para qualquer família. Como todo patriarca superprotetor, M’yrnn (Carl Lumbly) não quer que o filho se afaste de suas atividades para cuidar dele e isso causa um embate emocional delicado entre os dois.

Nesse segundo núcleo, ainda há tempo para uma discussão racial leve, quando Alex (Chyler Leigh) mostra admiração por J’onn - que pode assumir qualquer forma - escolher ser um homem negro no contexto atual dos EUA. A conversa sai de forma natural, não tem tom de discurso e mostra como os roteiristas equilibram o contexto fantástico dos super-heróis com as dores e lutas da vida real. A maturidade desses temas mostra que Supergirl pode se dar ao luxo de deixar a trama principal de lado, principalmente em um hiato não planejado por problemas de produção - saiba mais aqui.

O único grande problema do episódio é a relação entre Kara (Melissa Benoist) e Mon-El (Chris Wood). A separação do casal foi um momento difícil, porém de grande amadurecimento para o seriado. A Supergirl aprendeu lições importantes com a perda e ainda mantém parte dessa maturidade, mas é ruim perceber que um possível retorno do relacionamento fica sempre no ar, seja por uma olhada mais demorada entre os personagens, ou pela trilha sonora que sobe quando os dois se encontram. É difícil se desapegar do contexto de romance, principalmente em uma série que faz sucesso com o público adolescente, mas Supergirl só tem a ganhar se finalmente deixar Kara seguir sua história apenas com a amizade de Mol-El.

Segundo as sinopses já divulgadas, o próximo episódio, “In Search Of Lost Time”, deve manter essa linha de tramas focadas nos coadjuvantes e a ameaça das Worldkillers retorna realmente no capítulo 16, “Of Two Minds”. Mas se Supergirl manter o bom nível deste episódio e continuar com suas discussões relevantes, isso não será um problema.

A série é transmitida no Brasil pelo canal pago Warner Channel.

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