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Artigo

Wolverine: Os criadores

Os autores e ilustradores que definiram o mutante nos quadrinhos

03.05.2009, às 22H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 04H08

Eles são os melhores no que fazem. E o que fazem é bem interessante. 

Parafraseando seu próprio personagem, dá para dizer que os homens que criaram e ajudaram a desenvolver Wolverine fizeram um serviço excelente: dá para contar nos dedos os personagens dos quadrinhos de sucesso comparável ao mutante enfezado. E nenhum dos outros foi criado nos últimos 35 anos. 

Arma X de Jason Aaron 

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Arma X de Jason Aaron

O Wolverine Utimate por Adam Kubert

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O Wolverine Utimate por Adam Kubert

O Wolverine de Frank Quitely

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O Wolverine de Frank Quitely

Byrne cria a Tropa Alfa

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Byrne cria a Tropa Alfa

Inimigo do Estado

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Inimigo do Estado

Wolverine: Origins, de Daniel Way

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Wolverine: Origins, de Daniel Way

A união ao X-Men

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A união ao X-Men

A primeira aparição

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A primeira aparição

A fase de Larry Hama

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A fase de Larry Hama

Claremont e Byrne

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Claremont e Cockrum

Wolverine por Leinil Francis Yu

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Wolverine por Leinil Francis Yu

Pois faz justamente três décadas e meia que Len Wein inventou um herói canadense para uma história do Hulk e decidiu usá-lo na reformulação dos X-Men. Desde então, é difícil encontrar algum grande nome dos quadrinhos que não tenha colocado diálogos na boca de Logan ou desenhado sua cara feia - mesmo porque é difícil encontrar uma revista da Marvel em que ele não tenha aparecido. 

São vários os nomes, mas uma pequena lista conseguiu marcar Logan, revelando mais sobre sua personalidade, desvendando sua complicada história e definindo seu futuro. O que fizeram não foi bonito para Logan nem para aqueles atravessados pelas suas garras. Para a Marvel, porém, foram 35 anos de lucro. E, para os leitores, 35 anos estranhamente cativados por um baixinho peludo dado a ataques de raiva.


Len Wein 

Em 1974, enquanto era editor-chefe da Marvel, Len Wein resolveu criar um novo personagem para a edição 180 de The Incredible Hulk, na qual o gigante verde enfrentava o monstro Wendigo. A luta acontece no Canadá, então o governo canadense manda um de seus operativos para apartar a briga: alguém com cacife para encarar os dois monstros. Ok, era um baixinho de uniforme amarelo - com visual criado pelo diretor de arte da Marvel, John Romita -, mas ele tinha garras bem longas saindo dos braços, resistência literalmente sobre-humana e raiva, muita raiva. 

Se tinha percebido o potencial do personagem ou não, é claro que nunca vai contar. O fato é que Wein logo resolveu aproveitar sua criação para a reformulação dos X-Men - uma série que estava literalmente parada há cinco anos. Em Giant-Size X-Men #1, de 1975, Wein criou Colossus, Noturno, Tempestade, Pássaro Trovejante, adicionou seu Wolverine e dois outros personagens que já haviam aparecido na série, Banshee e Solaris, para relançar a equipe. Foi a partir daí que os mutantes viraram o sucesso mundial que se mantém até hoje.


Chris Claremont 

A série X-Men foi relançada na edição 94. E, pelos mais de 200 números e 16 anos seguintes, a revista teve um único escritor: Chris Claremont. Len Wein entregou os X-Men ao jovem Claremont, e este tornou-se o grande pai dos mutantes, com histórias que definem praticamente tudo que os heróis são hoje. 

Mesmo que não estivesse ao lado de Wein desde o início, Claremont merece pelo menos o crédito de co-criador de Wolverine. Foi ele que o batizou como Logan e que, junto a John Byrne, trabalhou sua "instabilidade emocional". Wein queria revelar que o herói era um carcaju de verdade, alterado geneticamente, e que as garras faziam parte das suas luvas - idéias que Claremont cortou. 

É característico de Claremont em suas HQs criar mistérios e subtramas que se estendem por anos. Wolverine foi vítima desta tendência do escritor, tornando-se um dos personagens mais enigmáticos dos quadrinhos, com mais e mais fatos malucos sobre seu passado sendo pendurados a cada história. Isto aconteceu tanto nas histórias dos X-Men quanto nas HQs solo do herói, como sua minissérie de 1982 (com desenhos de Frank Miller) e no início de sua própria série, em 1988 - que Claremont escreveu por nove edições.


Dave Cockrum 

O desenhista Dave Cockrum esteve desde o início ao lado de Wein e Claremont na reinvenção dos X-Men. Sendo uma nova equipe, cheia de novos personagens, ele era a pessoa ideal para o cargo - fizera carreira na década de 60 e 70 desenhando a Legião dos Super-Heróis, na DC, ajudando a criar dezenas de personagens. Falecido em 2006, ele é até hoje lembrado como um dos melhores designers de uniformes para super-heróis. 

Gil Kane havia desenhado errado a máscara de Wolverine para a capa de Giant-Size X-Men, com o ornamento em torno dos olhos maior do que em sua aparição original na revista do Hulk. Cockrum achou que era um "bom erro" e mudou por definitivo o uniforme. Quando chegou o momento de desenhar Logan pela primeira vez sem máscara, surpresa: o próprio cabelo do personagem era pontudo. O penteado característico que resiste até hoje foi criado por Cockrum.


John Byrne 

O segundo parceiro de Chris Claremont nos X-Men - após trabalhar com o roteirista em Punho de Ferro -, e muito mais que apenas desenhista. Byrne & Claremont foram a dupla Lennon & McCartney dos quadrinhos no final dos anos 70 e início dos 80, assinando os roteiros em conjunto e com centenas de idéias fantásticas para os mutantes.

Naturalizado canadense, Byrne fez de tudo para que Wolverine, de mesma naturalidade, ganhasse destaque na série. Ele inclusive criou toda uma equipe de heróis canadenses, a Tropa Alfa, para falar do passado de Logan antes dos X-Men. E o uniforme marrom e laranja, que o herói usou muito nos anos 80, foi a tentativa de Byrne de livrar-se sutilmente do amarelo - pouco prático se você for um assassino furtivo. 

O afeto pelo personagem não durou muito tempo, pois Byrne e Claremont brigaram e os X-Men ficaram com o último. O desenhista voltou a trabalhar com Logan, porém, em uma seqüência de histórias para sua série solo, em 1990. Leia mais sobre essa fase em um artigo especial.


Larry Hama 

Depois de iniciada por Chris Claremont com desenhos do veterano John Buscema, a série solo de Wolverine ficou sem equipe criativa oficial por várias edições. Larry Hama foi quem a assumiu, já na edição 31 (1990), para dar-lhe uma nova direção. 

Hama, veterano do Vietnã, vinha do sucesso dos quadrinhos baseados em Comandos em Ação, também publicados pela Marvel, e começara a carreira como desenhista. Ao lado do ilustrador Marc Silvestri, ele transformou a série de Logan em aventura ininterrupta e divertida, um dos grandes sucesso de venda da Marvel na época. 

Após desenvolver a idéia de que o complicado passado de Wolverine era resultado de implantes de memória, de ter privado o herói do adamantium e ter transformado-o em uma fera sem cérebro, Hama completou sete anos à frente da série, nos quais trabalhou com desenhistas como, além de Silvestri, Mark Texeira, Adam Kubert e Leinil Francis Yu. Durante todo este período, Wolverine continuou entre os campeões de venda da editora.


Adam Kubert 

Nos anos 90, a cara de Wolverine estava nos desenhos de Adam Kubert. Filho de um mestre dos quadrinhos, Joe Kubert, Adam foi desenhista oficial da série de Logan por aproximadamente três anos - nos quais produziu capas de referência para o herói. 

Já nas páginas internas, não é tão fácil encontrar seu trabalho. Com desenhos meticulosos e cheio de experimentalismo gráfico, Kubert era muito lento para manter o ritmo mensal da publicação, sendo poucas as edições que desenhou por completo. Uma delas, porém, é a mais lembrada pelos fãs: Wolverine #90, a luta definitiva contra Dentes de Sabre, na qual um momento-chave se dava numa página quádrupla - que o leitor tinha que desdobrar para ler (detalhe que a Editora Abril não reproduziu na edição brasileira). 

Kubert também desenhou a versão alternativa de Logan na série Ultimate X-Men e vez por outra ainda faz capas para o personagem.


Daniel Way 

Relativamente novo na indústria de quadrinhos, Way nasceu no mesmo ano em que Wolverine surgia nas HQs. A partir de publicações independentes, ele foi contratado pela Marvel em 2000 e desde então vem fazendo diversos trabalhos para a editora. 

Um deles é o tipo de trabalho que nenhum autor gostaria de pegar: a série Wolverine: Origins, cujo propósito é resolver o passado de Logan juntando todas as peças do quebra-cabeça soltas pelas três décadas do personagem. Depois que a Marvel decidiu uma versão definitiva para sua infância e a descoberta de seus poderes mutantes - na minissérie Origem, de 2001 -, a série mostra Logan descobrindo por conta própria a verdade sobre seu passado. 

Dentro do possível, Way tem feito um bom trabalho de juntar o quebra-cabeça. A grande revelação, até o momento, foi a de que Logan tem um filho, Daken, também de garras nos braços e igualmente sujeito a ataques raivosos.


Leinil Francis Yu 

O desenhista filipino é mais jovem que a criação de Logan, mas foi com este personagem que ele entrou no mercado norte-americano. Diferente da grande maioria dos talentos da indústria, que passam por vários estágios antes de chegar a best-sellers, seu primeiro trabalho publicado foi uma edição de Wolverine que logo lhe concedeu o contrato para artista regular da série. 

Yu desenhou várias edições de Wolverine nos anos 90, voltou a ele na série dos X-Men e, mais recentemente, desenha-o como membro dos Novos Vingadores. Neste século, a cara de Logan provavelmente é definida pelo que Yu faz, sendo o artista da Marvel em maior contato com o herói.  


Mark Millar e John Romita Jr. 

A dupla Mark Millar e John Romita Jr. nem ficou com Wolverine por muito tempo - foram 12 edições, entre 2004 e 2005. Mas as 12 edições foram o suficiente para fazer uma das melhores, se não a melhor, saga do herói nos últimos anos: "Inimigo de Estado". A história jogou Wolverine num blockbuster de aventura da qual participou boa parte do Universo Marvel. 

Isso não quer dizer que os dois não tenham outras relações com o personagem. Romita Jr. foi um dos desenhistas mais marcantes dos X-Men na década de 80, e colocou muitos charutos na boca de Logan. No início dos anos 90, ele trabalhou na principal série mutante de novo, desta vez dando ombros largos para o personagem para seguir a tendência da época. 

Millar, por sua vez, desenvolveu sua própria versão de Wolverine em Ultimate X-Men, série que comandou pelas 30 edições iniciais. Além disso, atualmente ele é o responsável por "Old Man Logan", história que transcorre na série principal de Wolverine nos EUA, contando um possível futuro do personagem onde ele é a esperança de um Universo Marvel destruído. É seu novo blockbuster com Logan.


Jason Aaron 

A nova e grande aposta da Marvel - e dos quadrinhos americanos como um todo - é Jason Aaron, roteirista que teve uma ascensão meteórica a partir de 2006, quando publicou seu primeiro trabalho pelo selo Vertigo, da DC Comics, a minissérie The Other Side. Foi lá também que lançou a série que o tornou comentado por todos os lados: Scalped

Mas Aaron começou nos quadrinhos mesmo com um concurso caça-talentos da Marvel. Ele foi ganhador com uma história de Wolverine. Depois do sucesso na Vertigo, ele resolveu bater na porta da Marvel de novo. O resultado foi "O homem no poço", uma história com desenhos de Howard Chaykin que está entre as melhores do herói neste século. 

A Aaron foi confiada a série Wolverine: Weapon X, que deve ser o chamariz para novos leitores com o filme de Logan nas telonas. Grande responsabilidade, mas que o autor tem tudo para cumprir.

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