Capa da coluna Pilha de Gibis

Créditos da imagem: Montagem Omelete/Reprodução

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Pilha de Gibis #3 | Aquele Verão, Fabulosos e mais

Nas dicas de hoje, conheça obras de Mariko Tamaki, Roger Cruz e mais

27.06.2020, às 11H00.

Seguindo a inconstância de trazer novidades que li quando deu tempo, cá estamos com mais uma lista de HQs que consegui tirar da minha pilha de gibis não lidos. Temos aqui o recém-lançado Sabrina e os alguns dos mais elogiados quadrinhos de 2019, Aquele Verão e Roseira, Medalha, Engenho e Outras Histórias. Completam a lista os nacionais Fabulosos e Jay

Sabrina (Veneta), de Nick Drnaso - 3 ovos

Capa de Sabrina
Divulgação

Veio cheio de indicações a graphic novel Sabrina, de Nick Drnaso. Além de ser a primeira HQ indicada ao prestigiado Man Booker Prize, alguns amigos tinham lido e recomendado. Entendo a empolgação inicial, que me levou a ir virando as páginas com a mesma voracidade com que devoro um potão de pipocas. Os desenhos de Drnaso e a forma como ele diagrama a história são realmente deliciosas e a trama inicia de forma envolvente. 

A HQ começa sem introdução, com duas histórias paralelas que vão se desenvolvendo de forma bastante intensa, até que, em algum momento, acabam se encontrando e a trama se revela. O que era uma história com ares e tons de filme indie americano sofre uma reviravolta para virar um desses casos escabrosos que tentamos não ver nos noticiários e, por fim, um estudo de caso sobre este mundo recheado de fakenews em que vivemos. 

Aquele Verão (Mino), de Jillian Tamaki (arte) e Mariko Tamaki (texto) - 5 ovos

Capa de Aquele Verão
Divulgação

Adolescentes. Férias na cabana. Ao lado de um lago ou praia. Estes elementos estão nos clássicos filmes de terror dos anos 1970 e 1980 que as protagonistas Rose e Windy, duas pré-adolescentes, alugam na loja de conveniência de Awago, no Canadá. As duas se conhecem desde pequenas e se reencontram anualmente durante o verão. Mas parece que nesta temporada as coisas estão diferentes. Hormônios, mas não apenas isso. 

A arte de Jillian Tamaki é linda e o texto de sua prima, Mariko, mostra o que não coube nos quadros - ou o que elas optaram por mostrar em forma de pensamentos ou diálogos. E são tão lindos quanto delicados, mas também, às vezes, bastante duros - como a vida. Sexo, gravidez, aborto, sexismo, medos, angústias, depressão… tudo isso está nas páginas d’Aquele Verão, que certamente mudou as vidas de Rose e Windy - e também pode mudar a sua. 

Roseira, Medalha, Engenho e Outras Histórias (Pipoca & Nanquim), de Jefferson Costa - 4 ovos

Capa de Roseira, Medalha, Engenho e Outras Histórias
Divulgação

Não é fácil a leitura da nova HQ de Jefferson Costa (Graphic MSP - Jeremias: Pele). E essa é parte da graça de Roseira, Medalha, Engenho E Outras Histórias, primeiro trabalho em que o artista assina também o roteiro. O álbum vai e vem no tempo sem pegar o leitor pela mão para ambientá-lo, forçando-o a prestar ainda mais atenção aos lindos quadros que mostram a vida de pessoas como Antôim Bunitim e Vaninha, em paisagens como o sertão da Bahia e Pernambuco nas décadas de 1950 a 1980 e plantações de cana de açúcar. 

Em meio a sonhos e tragédias, os causos e folclores vão virando histórias reais e cotidiano. 

Fabulosos (Dead Hamster), de Roger Cruz - 3 ovos

Capa de Fabulosos
Divulgação

Quem leu quadrinhos de heróis nos anos 1990 aqui no Brasil conhece bem o nome Roger Cruz, principalmente por seus desenhos nos títulos mutantes. Esta experiência toda ilustrando as histórias dos pupilos do Professor Xavier credencia Roger para trazer agora uma história dos Fabulosos, uma paródia dos X-Men, que ele começou a imaginar em 2002. 

A aventura está dividida em três partes, com uma apresentação do grupo e seus antagonistas, a Irmandade; uma peleja contra vampiros em que eles contam com a ajuda de Blazer, o vampiro que caça vampiros; e, finalmente, o desfecho, em que eles enfrentam uma infestação zumbi. 

O tom do gibi é do escracho e lotada de referências da cultura geek e vai servir de refresco para os órfãos da Mad. O traço de Roger continua ótimo e, embora, entenda a opção econômica para uma HQ em preto e branco, gostaria de ver as 60 e poucas páginas com as caros de Marcelo Maiolo, que colore a capa. 

Jay (independente), de Guilherme Match e Raoni Marqs - 3 ovos

Capa de Jay
Divulgação

Temos aqui uma HQ curta de ação bem humorada sobre um herói, Jay, que recebe a missão de recuperar e guardar um dos mais poderosos artefatos da história, capaz de transformar quem o possuísse no maior e mais poderoso ser de todo o mundo. Já disse que tal objeto de cobiça é um... rabanete? Essa foi a forma que os anciões bolaram para que ele não caísse em mãos erradas, afinal, quem é que ia sair correndo atrás do indigesto tubérculo, né? 

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