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Crítica

Bush - Black and White Rainbows | Crítica

Bush lança novo disco e reencontra boa mistura entre pop e sonoridades perdidas nos anos 2000

14.03.2017, às 17H26.
Atualizada em 14.03.2017, ÀS 18H00

O Bush, apesar de aproveitar bastante o sucesso de sua música nos Estados Unidos, sempre sofreu, em sua terra natal, o Reino Unido. Isso nunca deslegitimou a sonoridade do grupo que mantém uma pegada de fácil identificação, mas que se perdeu entre idas e vindas, troca de integrantes, projetos solo do vocalista Gavin Rossdale entre tantas outras distrações.

Integrantes do Bush posam para foto de divulgação

Agora, com o Black and White Rainbows a banda parece ter reencontrado alguns traços clássicos de sua sonoridade e entrega bons momentos que lembram The Science of Things (1999) e Golden State (2001), projetos de maior vendagem.

No entanto, logo de entrada, um disco com 15 faixas dificilmente será constante e é isso que acontece com esse projeto. A faixa de abertura, "Mad Love", que parece dar o tom do álbum, abordando temas de amor e guerra, chega com boa pegada e já mostra o clássico timbre de guitarra da banda. Logo em seguida, o clima do disco cai rapidamente até ganhar um gancho em "Lost in You", com letra inspirada, trabalho de guitarra simples e sonoridade que te faz querer retornar à faixa mais vezes. "Skys Tuns Day Glo" também se mostra uma boa aposta do grupo, com bom refrão, e que consegue emular em alguns momentos, os efeitos do U2 do final da década de 80/90.

O álbum se mantém ligado pela temática amorosa, agora com uma música cantada em inglês com título e refrão em espanhol, "Toma Mi Corazon". Um bom experimento, mas que parece não se encaixar muito bem dentro da proposta do projeto. "Nurse" mostra alguns bons momentos, com síncopes bem encaixadas, riffs interessantes e sem dúvida uma faixa que poderia estar presente nos bons, e nem tão recentes, momentos da banda.

"Nothing But A Car Chase" também é outra boa aposta do disco, com vocais bem colocados e um clima construído, mais uma vez, de forma simples, por guitarras e bateria, que dá o pontapé ideal na parte final de Black and White Rainbows. Em seguida, o clima se mantém com duas faixas calmas, "The Edge of Love" e a instigante "People at War", que ganhou um clipe marcante e forte com a temática dos refugiados.

No final do percurso, é notável que a banda consiga sua melhor sonoridade quando emula seus discos mais famosos em conjunto com uma sonoridade simples, o que deveria ser fácil de fazer, mas parece não ser. Atualmente Rossdale é jurado do The Voice UK e essa poderia ser a chance de, enfim, fazer as músicas do Bush mais conhecidas em sua terra natal, já que ele foi engolido pelo BritPop no auge das suas vendas nos Estados Unidos. Mas com tantas músicas integrando o disco, uma temática que parece guiar a feitura da obra, mas ainda sim não é capaz de dar uma cara única, prejudicam bastante o conjunto do disco. Com certeza, Black and White Rainbows é melhor do que os dois projetos lançados pela banda em seu retorno pós 2010, mas ainda está muito longe de ampliar barreiras sonoras e ser algo capaz de inspirar novos ouvintes. Ouça o disco na íntegra.

Nota do Crítico
Bom

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