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<b>Tim Festival 2004</b> - glossário de jazz

<b>Tim Festival 2004</b> - glossário de jazz

05.11.2004, às 00H00.
Atualizada em 23.12.2016, ÀS 03H06

Até o dia 7 de novembro acontece a segunda edição do TIM Festival, mas engana-se quem acha que o festival é uma idéia recente. Ele nasceu do antigo Free Jazz Festival, um acontecimento tradicional dos amantes do jazz.

Quando o governo proibiu que as indústrias de cigarro patrocinassem atividades culturais a partir de 2003, houve um grande receio de que mais um evento do calendário cultural do país se extinguisse. Graças à iniciativa da empresa de telefonia celular TIM, o festival renasceu e para melhor. A primeira edição com o novo nome aconteceu ano passado no Rio de Janeiro e este ano, o evento acontece em São Paulo.

Além da mudança do nome, o festival tem conseguido trazer atrações das mais diversificadas características e assim atrair mais público. Em São Paulo, quase todos os shows estão esgotados, dos vovôs da música eletrônica Kraftwerk, até os novíssimos Libertines, que acabaram de lançar seu segundo disco e são os atuais queridinhos da mídia mundial.

O jazz teve um tão longo cheio de ramificações quanto o festival. Do seu nascimento há quase 100 anos atrás, até os dias atuais, este gênero musical tem sido marcado por todo tipo de inovações. Para facilitar a compreensão de estilos, acompanhe esse minidicionário:

Balada - forma de canção, geralmente em tom melancólico, que faz parte do repertório tradicional do jazz.

Bepop, bop - estilo jazzístico surgido na primeira metade dos anos 40. Seus ritmos são mais complexos que os do jazz tradicional, suas melodias mais assimétricas, as harmonias mais dissonantes, os improvisos mais livres.

Big band - tipo de conjunto surgido ao final dos anos 20, como veículo do swing. Seu número médico de integrantes ficava por volta de 14, entre a seção rítmica e os naipes de sopros.

Blues - forma musical de origem afro-americano, surgida nos EUA por volta do final do século 18. Originalmente tem letra, com temática social ou amorosa.

Blue Note - nota característica da escala empregada no blues. Tem origem na escala pentatônica (de cinco notas) da música africana. Provoca a sensação de melancolia do blues. É também inspiração para o mais famoso selo de jazz, o Blue Note Record.

Boogie-woogie - estilo de blues tocado no piano, popular nos anos 20 e 30. A mão esquerda do pianista repete células rítmicas, enquanto a direita improvisa.

Chicago - cidade ao norte dos EUA onde foram feitas as primeiras gravações de jazz "new orleans", nos anos 20. Músicos brancos desta cidade decalcaram essa música, resultando o estilo "chicago".

Chorus - a extensão total (medida em compassos) de uma melodia. Ao improvisar, o solista a usa como uma espécie de roteiro.

Combo - abreviatura de "combination", isto é, um pequeno conjunto como um quarteto ou quinteto.

Cool - "frio", em inglês. Estilo de jazz surgido ao final dos anos 40, como uma espécie de "esfriamento" do "bebop". Sua sonoridade é mais suave, contida como a da música erudita.

Dixieland - versão branca do estilo "new orleans".

ECM - gravadora alemã que nos anos 70 representou mais claramente a tendência ao ecletismo e aos longos solos com influências do "free jazz", música erudita e oriental.

Free Jazz - literalmente o jazz livre. Estilo desenvolvido no final dos anos 50, caracterizado pelo atonalismo (as tradicionais seqüências harmônicas não são mais seguidas), total liberdade melódica, harmônica e rítmica.

Funky - estilo característico da segunda metade dos anos 50, influenciado pelo "gospel" (música religiosa). Seu ritmo era mais simples e pesado que o do "bebop". O músico devia tocá-lo com sentimento ("feeling"), com a alma ("soul").

Fusion - fusão do jazz com o rock e a música pop, caracterizada pela eletrificação dos instrumentos ao final dos anos 60. Também conhecido como "jazz rock".

Gospel - forma de música religiosa cantada nas igrejas batistas negras dos EUA. Influenciou diretamente o "funky" e o "rhythm and blues" nos anos 50.

Hard bop - estilo que se contrapôs ao "cool", "progresive", "thrid stream", escolas "eruditas" do jazz, optando por uma retomada do "bebop", na segunda metade dos 50. Tanto ritmicamente como em suas harmonias e melodias é mais simples que o "bop".

Horn - nome geral dado aos instrumentos de sopro.

Hot - "quente", em inglês. Termo que era aplicado a todo o jazz tradicional, por seu emocionalismo e excitação.

Jam session - reunião informal de músicos de jazz, em que acontecem sessões de improvisação, ou, disputas ("battles"). Uma versão explica o termo "jam" como abreviatura de "jazz after midnight" (jazz depois da meia-noite).

Jazz band - o primeiro conjunto de jazz, composto por seção rítmica (bateria, banjo, piano, contrabaixo ou tuba) e um trio solista ("cornet" ou trompete, clarinete e trombone). É típico do "new orleans" e do "dixieland".

Mainstream - "corrente principal", em inglês. Estilo jazzístico que une a tradição do "swing" a elementos de escolas mais modernas.

Neobop - corrente dos anos 80 que retorna o jazz dos anos 50 e 60, como o "bop" e o "hard bop".

Progressive - estilo introduzido nos anos 50, que aplicava elementos da música erudita contemporânea ao jazz. Era a opção de fazer música de concerto e não para dançar.

Ragtime - forma musical popularizada no início do século, fundindo influências da música clássica com o ritmo de origem negra, que se caracterizava por um baixo rígido e melodia sincopada. Primeiro era trocado só ao piano, depois começou a ser arranjado para bandas de metais.

Rhythm and blues - evolução urbana do blues tradicional, marcado por um forte impulso rítmico e interpretação emocional.

Riff - fase melódica usada como acompanhamento a um solista, em geral nas "big bands".

Scat - estilo de canto jazzístico a partir de sílabas ou frases sem sentido, onomatopaicas.

Shout - maneira de cantar o blues, com o máximo de envolvimento vocal e emocional, literalmente gritando.

Spiritual - forma de música religiosa negra surgida no final do século 19, cantada originalmente nas congregações ou reuniões ao ar livre. As vozes dos cantores se harmonizam de forma quase livre.

Soul - alma, em inglês. Substantiva o sentimento ao tocar o jazz, especialmente o "funky", que nos anos 50 se contrapunha à frieza e ao cerebralismo do "cool jazz".

Standard - forma de canção norte-americana que se integrou ao repertório básico do jazz.

Swing - a capacidade de "balançar" ao tocar o jazz. Musicalmente, é o efeito produzido pela simultaneidade do ritmo regular e da melodia fluida. "Swing" também é o nome do estilo desenvolvido no início dos anos 30, baseado nas "big bands" que dominou os salões de dança nos EUA.

Third Stream - estilo surgido nos anos 50, que tentava unir o jazz à música erudita (daí o nome "terceira corrente").

West Coast - o jazz tocado por "jazzmen" brancos da costa oeste dos EUA, nos anos 50. Na prática sua música era cool, em contraposição aos músicos de Nova York, na costa leste (a "East Coast"), mais vinculados ao "hard bop" e negros.

Work Songs - canções levadas da África pelos negros, utilizadas para acompanhar seu trabalho (o ritmo comum aumentava a concentração e a produção). Algumas foram adaptadas posteriormente, para o trabalho de colheita do algodão ou na construção das ferrovias.

Fonte de consulta: Folha de São Paulo e Coleção Jazz do diretor Ken Burns, caixa com 4 DVDs dos doze programas exibidos no GNT.

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