Scalene subiu ao palco pontualmente às 14h. Apesar de algumas falhas técnicas no som, que permaneceram durante toda a apresentação, a banda de Brasília contou com um público oralmente conectado as suas faixas durante todo tempo do show.
Antes mesmo da primeira música muita gente aguardava o início do show em frente ao palco. O público estava ali, realmente, aguardando a entrada da banda e isso ficou claro com os gritos já nos primeiros acordes. E, apesar dos problemas técnicos, o som ao vivo da banda é realmente impactante.
Durante todo o tempo, enquanto a plateia cantava cada faixa, era possível ver a movimentação dos roadies tentando ajustar os detalhes sonoros, mas o ajuste não aconteceu de forma concreta em quase nenhum momento. Os problemas dos bastidores, porém, não pareceram afetar o público, que respondia prontamente a todos os comandos do vocalista Gustavo Bertoni, que focou a plateia em sua performance e na vontade da banda de tocar.
A dinâmica do show condensa a atenção de forma direta, já que a alternância de atmosfera entre guitarras agitadas e momentos de calma levam todos os sentidos em direção ao palco. O destaque fica por conta de “Surreal”, que com seus acordes iniciais tirou gritos da plateia.
E claro, como parte da apresentação da faixa “Distopia” que, em um telão ao fundo do palco, era complementada com imagens de políticos e gerou a primeira manifestação política do festival com gritos de ordem da plateia contra o atual presidente.
Durante a apresentação ainda houve espaço para agradecimentos ao festival pela aposta em bandas novas, “que devem se tornar destaque no cenário nacional” e também para a preocupação com os escassos 45 minutos de palco. No final, o que marca a performance do Scalene é a intensidade, que mesmo com problemas no som entregou uma performance digna de headliner, com pegada sonora e muita vontade de tocar.