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Por que Hollywood vai continuar a dividir o final das suas franquias

Mesmo com queda na arrecadação na segunda parte de A Esperança, fórmula ainda é lucrativa demais para ser abandonada

23.11.2015, às 16H41.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos EUA, arrecadando US$ 101 milhões. A quantia, porém, foi inferior ao arrecadado pela sua primeira parte (US$ 121,89 milhões) e pelo primeiro filme da franquia, que fez US$ 152,53 milhões no seu primeiro fim de semana. Seria uma consequência da fórmula do final dividido em duas partes?

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Quinta maior abertura do ano nos EUA - atrás de Jurassic World (US$ 208,8 milhões), Vingadores: Era de Ultron (US$ 191,27 milhões), Velozes e Furiosos 7 (US$ 147,18 milhões) e Minions (US$ 115,71 milhões) - o filme também já soma US$ 247 milhões mundialmente (US$ 101 milhões EUA+ US$ 146 milhões internacional), mas vai precisar contar com o insucesso de Creed, O Bom Dinossauro e No Coração do Mar nas próximas semanas para se manter em primeiro lugar e chegar nos US$ 337,13 milhões arrecadados nos EUA pela primeira parte de A Esperança (que fez mundialmente US$ 755,35 milhões). Jogos Vorazes: Em Chamas ainda deve permanecer como a maior arrecadação da marca com os seus US$ 865 milhões arrecadados pelo mundo (US$ 424,66 milhões EUA + US$ 440,34 milhões internacional).

Teria a primeira parte do final estragado o clima para os fãs menos fiéis de Jogos Vorazes? Sem a ação dos dois primeiros filmes, o longa foi criticado por parte do público, apesar de ter méritos no aprofundamento de personagens e da trama política da franquia - leia a nossa crítica. A repetição de temas em O Final, porém, deixou claro que a divisão servia apenas para dobrar a arrecadação do estúdio - leia mais. Fato que não parece ter incomodado o público brasileiro, que lotou 1244 salas, somando R$ 25,1 milhões desde a estreia antecipada, no dia 18 de novembro - veja a tabela completa.

Os fãs já conhecem a fórmula desde Harry Potter e As Relíquias da Morte, mas na ocasião a divisão seguiu um caminho inverso ao de Jogos Vorazes: a primeira parte arrecadou US$ 125 milhões na abertura, somando $960,28 milhões mundialmente (US$ 295,98 milhões EUA + US$ 664,3 milhões internacional); a segunda parte estreou com US$ 169,18 milhões, somando US$ 1,341 bilhão mundialmente (US$ 381 milhões EUA + US$ 960,5 internacional). Amanhecer, o final de A Saga Crepúsculo, foi pela mesma linha. Foram US$ 138,12 milhões arrecadados na estreia da Parte 1 nos EUA, com US$ 712,2 milhões arrecadados mundialmente (US$ 281,28 milhões EUA + US$ 430,91 milhões internacional); a Parte 2 fez US$ 141 no fim de semana de estreia, somando US$ 829,74 milhões mundialmente (US$ 292,32 milhões EUA + US$ 537,42 milhões internacional). Dividido em três partes, tentando repetir o sucesso de O Senhor dos Anéis, O Hobbit também faturou alto, com pequena perda na arrecadação total entre cada filme. Foram US$ 1,021 bilhão para Uma Jornada Inesperada, US$ 958,36 milhões para A Desolação de Smaug e US$ 956 milhões para A Batalha dos Cinco Exércitos. Nas críticas, porém, a resposta às divisões exageradas costuma ser sempre a mesma: muita enrolação, pouca substância. 

A queda na arrecadação de abertura de Jogos Vorazes: A Esperança - O Final não parece tão alarmante, mas foi o suficiente para derrubar o valor das ações da Lionsgate, que já vinha enfrentando uma desvalorização desde junho com lançamentos que renderam abaixo do esperando (incluindo O Último Caçador de Bruxas e American Ultra). Segundo analistas (via Deadline), uma campanha de marketing fraca e as nevascas do Meio-Oeste teriam enfraquecido o fim de semana de abertura do longa, que antes figurava como um dos filmes mais antecipados do ano, faturando com a venda de ingressos antecipados. Ainda assim, mesmo se o filme arrecadar abaixo do previsto pelo estúdio, a decisão de dividir A Esperança em duas partes continua a ser economicamente correta, com a soma das arrecadações totais ultrapassando a barreira dos bilhões.

Ou seja, os estúdios continuarão a usar a técnica de dois filmes com o conteúdo de um, aliando a multiplicação da arrecadação a uma diminuição de custo, já que os longas costumam ser rodados ao mesmo tempo. Cabe ao público cobrar o devido respeito de produções ainda inéditas como o final da série Divergente (com Convergente previsto para março de 2016 e Ascendente para março de 2017); e épicos de super-heróis como Liga da Justiça (a Parte 1 estreia em novembro de 2017 e a Parte 2 em junho de 2019) e Vingadores: Guerra Infinita (a Parte 1 estreia em abril de 2018 e a Parte 2 em março de 2019). 

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