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High School Musical: The Musical: The Series não acerta no humor

Vimos o primeiro episódio da série do Disney+

25.08.2019, às 19H08.

O retorno ao East High não foi tão caloroso quanto prometeu o trailer de High School Musical: The Musical: The Series, produção do Disney+ que revisita a icônica escola de Troy, Gabriella e Sharpay. O primeiro episódio, exibido exclusivamente para os presentes na D23, revelou uma tentativa do streaming de produzir uma série teen diferente, brincando com o formato mockumentary que fez tanto sucesso em comédias como The Office e Parks and Recreation. No entanto, tímido demais para abraçar de vez este estilo, o retorno da franquia se mostrou genérico e sem o carisma do original. 

Intitulado “The Audition”, o capítulo de estreia apresenta o quarteto de protagonistas em um clima de evidente competição. Depois de um “eu te amo” não correspondido, o relacionamento do skatista Ricky (Joshua Bassett) e da aspirante a cantora Nini (Olivia Rodrigo) definitivamente esfriou nas férias de verão. De volta à escola, a adolescente não apenas não quer vê-lo, como já está de namorado novo, o veterano E.J (Matt Cornett), com quem ela inclusive compartilha a paixão pelo teatro musical. 

O recém-anunciado espetáculo baseado no clássico - palavras da diretora da peça -  High School Musical se mostra a oportunidade perfeita para que Ricky reconquiste sua ex. Enquanto ele precisa se esforçar para aprender as falas de Zac Efron para seu teste, Nini descobre que tem uma competidora à altura para o papel de Gabriella, a confiante e talentosa Gina (Sofia Wylie). E é em meio a um triângulo amoroso e uma nova rivalidade Sharpay-Gabriella que a peça estudantil começa a tomar forma.

A premissa da série, isto é, mostrar os bastidores da montagem de uma peça estudantil por si só já remete a outro sucesso entre os adolescentes, Glee. Porém, infelizmente, a semelhança não para por aí. O novo High School Musical tenta emular o humor do seriado de Ryan Murphy, mas são raras as ocasiões em que a piada funciona - todas sabiamente colocadas no trailer com um ritmo mais acelerado. O texto é muito fraco e as atuações do elenco não dão o ritmo necessário para que os momentos desconfortáveis da trama efetivamente causem riso. É triste dizer, mas é mais fácil rir de vergonha alheia do que de fato por achar a situação engraçada.

Como o humor não encaixa, o formato mockumentary perde seu objetivo, enfraquecendo ainda mais a produção. No fundo, a série não é bem resolvida sobre como usar esse estilo de filmagem em prol da história. Embora seja legal explorar os depoimentos dos jovens, em muitas ocasiões teria sido mais interessante mostrar seus dilemas, não descrevê-los. Não bastasse isso, com poucas interações com a câmera ao longo do episódio, fica a impressão de que para os produtores mockumentary significa simplesmente filmar com a câmera na mão.

Por outro lado, o novo High School Musical sacia parte da nostalgia dos fãs da trilogia. As músicas originais estão de volta - neste episódio, “Start of Something New” foi a canção escolhida para as audições -, assim como alguns dos cenários tão marcantes dos filmes. Sim, rever o refeitório, os corredores e o próprio teatro dá um calorzinho no coração. Mas em nenhum momento essas referências se tornam maior do que a história que está sendo contada agora. Esse saudosismo é só mais um elemento dentro da série.

High School Musical: The Musical: The Series estreia nos Estados Unidos em 12 de novembro, dia em que será lançado o Disney+. No Brasil, assim como o serviço de streaming, a série deve chegar somente em 2020.

 

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