Filmes

Entrevista

“Fiz esta história para falar da toxidade do amor”, diz diretor de Custódia

Longa chega aos cinemas esta semana

03.07.2018, às 17H44.

Consagrado duplamente no Festival de Veneza de 2017, com o troféu Luigi De Laurentiis (dado ao melhor filme de cineasta iniciante) e o prêmio de Melhor Direção, Custódia, de Xavier Legrand, enfim vai estrear no Brasil: quinta-feira (5), esta trama sobre possessividade em família entra em cartaz. No papel central vem um dos atores mais aclamados da França na atualidade, Denis Ménochet, o Mounsieur Lapadite de Bastardos Inglórios (2009), que viveu um piloto no último filme de José Padilha, 7 Dias em Entebbe. Coube a ele viver Antoine, um brutamontes que surta após o fim de se casamento, pelo impasse de ver os filhos.

“Construí esta história para discutir a toxidade do amor”, disse Legrand ao Omelete. “Temos em cena a história sobre um lugar onde um dia houve um grande amor. Um amor que se transformou num exercício de controle coercitivo. Antoine se rende à paranoia e ao ciúme doentio, por amar demais”.

Indicado ao Oscar de Melhor Curta-metragem por Avant Que De Tout Perdre, cuja direção ele assina, Legrand era mais conhecido no cinema europeu por seu trabalho como ator. Ao migrar para os longas, ele aposta no trágico ao narrar o processo de enfurecimento de Antoine (papel de Ménochet) depois que sua mulher, Miriam (Léa Drucker), entra na Justiça para restringir o acesso dele a seus filhos: Joséphine (Mathilde Auneveux) e Julien (Thomas Gioria). Ela, já na adolescência, desdenha da figura brucutu do pai. Já o menino tem medo da agressividade dele. A narrativa de Custódia, sufocante, extrai tensão de cada um de seus 93 minutos.

“Meu editor, Yorgos Lamprinos, e eu fomos diretamente às cenas de tensão, na hora de montar o material bruto, a fim de valorizar o que havia de ritmo mais ágil na trama”, diz Legrand. “A ideia era manter um tom de suspense que parecesse orgânico”.

Para Ménochet, a saída foi refletir sobre a angústia de Antoine. “Tento deixar toda a minha alma aberta àquilo que o personagem precisa”, diz o ator. “O processo de construção da figura do personagem foi facilitado pelas conversas com Legrand e pela troca com Léa Drucker”.

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