Filmes

Entrevista

Diretor brasileiro estreia no cinema dos EUA com Virgens Acorrentadas

Cineasta de Curitiba é conhecido por cults como Nervo Craniano Zero

04.07.2018, às 18H07.

Diante do crescente prestígio internacional do cinema de horror brasileiro, vide o êxito europeu de As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, alguns realizadores nacionais especializados no gênero já estão sendo convocados para filmar terror lá fora, como é o caso do paranaense Paulo Biscaia Filho. Ele lança por aqui, no dia 9 de agosto, seu primeiro filme em língua inglesa: Virgin Cheerleaders in Chains, filmado em Austin, no Texas. O título em português: Virgens Acorrentadas. O lançamento nos EUA ainda não foi divulgado.

“O horror sempre foi importante para o crescimento da identidade de cinema em diversos países. Porque consegue ser mais barato, porque tem diversos subgêneros e porque pode ser divertido para caramba”, afirma o cineasta.

Realizador de longas cultuados como Nervo Craniano Zero (2012) e Morgue Story: Sangue, Baiacu e Quadrinhos (2010), Biscaia filmou majoritariamente em solo texano, tendo rodado algumas cenas em Curitiba. Na trama, um grupo de cineastas amadores decide fazer um filme de horror independente, quando descobre que uma família de sádicos reescreveu o roteiro. O elenco é formado por um elenco de jovens das terras texanas como Kelsey Pribilski (atriz de Last Girl Standing), Ezekiel Z. Swinford (de Long Road Home), Elizabeth Maxwell (dubladora de vários videogames e animes) e Larry Jack Dotson (de Bernie). Há ainda uma participação especial de Gary Warner Kent, veterano dublê de Hollywood.

“Entrei nesse projeto a convite do roteirista e produtor Gary Gannaway. Nós nos conhecemos no Festival de Cinema de Horror de Nova Orleans, em 2012, e mantivemos contato desde então. Ele me mandou o roteiro de Virgin Cheerleaders in Chains e me convidou para dirigir. Com esse título, topei sem ler o roteiro. Quando li, fiquei mais empolgado ainda”, diz Biscaia Filho. “Este filme é um ‘meta-slasher-cômico’, que brinca com clichês do gênero e fala, acima de tudo, sobre o prazer que temos em fazer e ver cinema. O cinema como um instrumento de fuga, de criação de ambientes que não podemos visitar, de pactos de fantasia. Foi uma delícia rodar o filme. A equipe foi incrível, apesar de eu estar rodando com eles pela primeira vez. O Matt Godwin, diretor de fotografia, virou um parceirão”.

A chegada de Virgens Acorrentadas ao circuito brasileiro, daqui a um mês, conversa com uma transformação no filão. “Hoje se fala bastante em pós-horror... um horror que não trabalha com jump scares baratos. Todo mundo também já cansou de found footage. Agora é a vez da criatividade e da criação de ambientação”, diz Biscaia Filho, hoje com 48 anos. “Isso não é uma moda, é um lugar e um caminho de amadurecimento para o horror no mundo”.

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