As discussões sobre o direito ao aborto nos Estados Unidos têm ficado cada vez mais frequentes após a derrubada da decisão Roe v. Wade pela Suprema Corte no fim de junho. Diablo Cody, diretora de Juno, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original em 2007, refletiu sobre o legado do longa nos dias atuais — uma história sobre uma adolescente que fica grávida e decide dar o bebê para adoção.
"Sou enfaticamente pró-escolha e tenho sido toda a minha vida. E é importante para mim deixar isso claro", declarou a diretora ao The Hollywood Reporter (via IndieWire). "Mas, você sabe, eu consigo entender por que as pessoas entenderiam mal o filme. Olhando para trás, posso ver como isso pode ser percebido como anti-escolha. E isso me aterroriza."
"Quando olho para trás na época em que escrevi o roteiro, me sinto melancólica, porque nunca me ocorreu que meus direitos reprodutivos pudessem estar em perigo. Se alguém tivesse me dito na época – como uma feminista despreocupada, mais jovem, da terceira onda – que em 2022, Roe v. Wade seria derrubada, eu estaria aterrorizada e assumiria que estamos entrando numa distopia inconcebível."
Ela continua: "Na época, parecia impossível. Eu dei valor a Roe, e muitos de nós o fizeram. Eu estava apenas criando; Eu nunca pretendi que o filme fosse qualquer tipo de declaração política. Não consigo imaginar ser tão inocente novamente.”
Juno é estrelado por Elliot Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Baterman, J. K. Simmons entre outros. O filme está disponível no Prime Video.
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