Os 10 melhores discos de Bruce Springsteen e as músicas imperdíveis de cada um

Poucos são os artistas que podem dizer que passaram dos 75 anos lotando estádios, arenas e festivais com shows de quase três horas. Um desses que pode sim bater no peito e afirmar que tem presença de palco, vitalidade e repertório para isso é Bruce Springsteen. Com a chegada de Springsteen: Salve-me do Desconhecido aos cinemas, escolhemos nossos discos favoritos do Boss e o que faz de cada um deles tão especial.

• [Crítica] Springsteen: Salve-Me do Desconhecido é melancólico, intimista e apaixonado

O filme traz Jeremy Allen White como Bruce e Jeremy Strong interpretando Jon Landau, lendário empresário e amigo de Springsteen, na jornada dos dois para lançar Nebraska, considerado uma das obras-primas do cantor.

Você pode entender mais sobre o filme na crítica e vídeo acima e agora vamos falar de música o nosso Top 10 de Bruce Springsteen!

Lançado no mesmo ano de Greetings From Asbury Park, NJ, traz um Springsteen mais ambicioso do que no disco anterior, com arranjos mais complexos e uma sonoridade mais rica, contando com saxofones, metais e uma pegada mais R&B e jazz. As canções já retratavam personagens urbanos, marginais e românticos. É o primeiro disco onde o som da E Street Band aparece em plenitude, com mudanças de ritmo dentro das faixas. Fez mais sucesso que o primeiro álbum, mas passou longe de ser um estouro e foi descoberto como uma “joia perdida” após o lançamento do marcante Born to Run. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Rosalita (Come Out Tonight), Incident on 57th Street, New York City Serenade e It’s Hard to Be a Saint in the City

O disco romântico de Bruce Springsteen e o último do Boss com a E Street Band até 2002. Após o sucesso astronômico de Born in the USA, Springsteen decidiu mergulhar no introspectivo, íntimo e melancólico, o que foi considerado corajoso pela crítica da época. Tunnel of Love é o retrato musical de um casamento em crise, inspirado pelo relacionamento entre Bruce e a atriz Julianne Phillips. O disco traz canções sobre vulnerabilidade emocional, insegurança e desilusão amorosa. Musicalmente mais suave e muito mais voltado para confissões pessoais do que letra sobre a realidade urbana. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Brilliant Disguise, Tunnel of Love e One Step Up

Álbum de estreia de Bruce Springsteen, lançado quando ele tinha apenas 23 anos e gravado com os músicos formariam a E Street Band no futuro. A inspiração em Bob Dylan é clara, com seu rock mais poético e letras repletas de verborragia e imagens urbanas. A Columbia Records queria um novo Dylan e Bruce ainda buscava sua própria voz. Greetings mistura folk, soul e rock de bar, com o olhar de um jovem sonhador da região costeira de Nova Jersey tentando narrar a vida dos excluídos e dos sonhadores da América. Bem recebido pela crítica, o disco foi um fracasso de vendas. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Blinded by the Light, Spirit in the Night e Growin’ Up.

O 11 de setembro de 2001 mudou o mundo para sempre e também trouxe Springsteen e a E Street Band de volta depois de mais de uma década separados para um álbum sobre comunidade, luto e reconstrução, que buscam significado e esperança diante da perda. Springsteen mistura espiritualidade, fé e como bom contador de histórias através de suas músicas, faz tudo isso com o olhar de vítimas e sobreviventes dos ataques aos EUA. O retorno reaproximou Bruce de seus fãs, foi aclamado pela crítica e lhe rendeu prêmios, se tornando um de seus melhores trabalhos no novo século. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: The Rising, Counting on a Miracle, Lonesome Day e Mary’s Place

Um dos discos mais adorados do Boss, Darkness on the Edge of Town foi lançado em 1978, entre Born to Run e The River, após uma longa batalha judicial que o impedia de lançar músicas novas. Quando chegou o momento, as letras de Springsteen ficaram mais pesadas, centradas no desgaste da classe trabalhadora, nas frustrações e no limite entre sonho e realidade. O brilho era menor, o grito de protesto era mais contido, mas o som era mais duro. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Badlands, The Promised Land, Racing in the Street e Prove It All Night.

Um espetáculo cinematográfico de Bruce Springsteen, Western Stars deixa de lado o rock urbando para explorar o universo do country orquestral e da música pop americana dos anos 60/70. Bruce cria um álbum conceitual sobre personagens solitários do interior americano: cowboys esquecidos, dublês de cinema, caminhoneiros e homens tentando lidar com o tempo e o arrependimento. As letras são contidas, maduras e poéticas, com uma instrumentação rica, carregadas por cordas e trompas, que remetem trilhas sonoras de faroestes. Uma obra-prima. - Alexandre Almeida

Músicas imperíveis: Western Stars, Stones, There Goes My Miracle, The Wayfarer e Drive Fast (The Stuntman)

Se no início de sua carreira a gravadora o via como uma possibilidade de criar o novo Bob Dylan, foi com Born to Run que Bruce Springsteen mostrou que seu lugar era no rock. O álbum era o seu “ou vai ou racha” e acabou transformando Springsteen em um fenômeno e deu a identidade do que esperar de seu futuro ao lado da E Street Band e seu grande parceiro Clarence Clemons. Crítica e público abraçaram sua tentativa de levar o sonho americano em formato de rock’n’roll e o cantor virou capa de duas das maiores revistas dos EUA - Time e Newsweek - ao mesmo tempo, como um símbolo da nova voz do rock do país. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Born to Run, Thunder Road, Jungleland e Tenth Avenue Freeze-Out.

Antes de se isolar do mundo para compor Nebraska, Springsteen entregou um álbum duplo que misturava o rock das bar bands que ele tocava no início da carreira com a melancolia. De baladas alegres ao drama familiar, The River é um dos melhores trabalhos do cantor e permite que ele mostre essas duas faces que sempre ditaram sua carreira: o cara que entretém e o cronista urbano. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Hungry Hearts, The River, Out in the Street e Two Hearts

Pode esquecer os solos arrasadores, a E Street Band com seu som enorme e a energia lá no alto. Só com voz, violão e gaita, esse álbum é mais do que uma coleção de músicas, mas uma abertura para a alma de Bruce Springsteen e todos seus demônios. Considerado por muitos como sua obra-prima, Nebraska é uma revelação que mostra um artista em seu momento mais vulnerável e honesto, despido de qualquer floreio em prol das suas emoções. - Vitor Dejulis

Músicas imperdíveis: Nebraska, Atlantic City, Higway Patrolman e My Father’s House

O mais famoso e mais bem-sucedido álbum de Bruce Springsteen é aquele que resume praticamente tudo que você precisa saber sobre o Boss. Com seus refrões vibrantes, uso de sintetizadores e guitarras, carregando letras amargas sobre desilusão, desigualdade, trabalho e o esquecimento dos veteranos de guerra, o disco recheado de hits - sete deles no Top 10 - tornou o cantor um astro global. - Alexandre Almeida

Músicas imperdíveis: Born in the U.S.A., Dancing in the Dark, I’m on Fire e Downbound Train