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Crítica

Review | The Outer Worlds 2 é a evolução da Obsidian em prática

RPG da Obsidian consegue pegar a "Fórmula Bethesda" e finalmente encontrar uma evolução para o gênero

6 min de leitura
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03.11.2025, às 15H36.

Créditos da imagem: Divulgação/Obsidian

Comecei minha jornada em The Outer Worlds 2 com um sentimento ambíguo. O primeiro Outer Worlds não me pegou tanto, acabei jogando um pouco, mas logo depois acabei deixando de lado para jogar outras coisas. Contudo, o segundo título sempre pareceu promissor nos materiais promocionais feitos pela Obsidian

Após passar algumas boas horas desbravando a galáxia em prol do Diretório Terrestre, podemos dizer que o jogo consegue entregar aquilo algo que era questão de tempo: encontrar a sua própria fórmula, mas sem deixar sua inspiração na Bethesda de lado. 

Captura de Tela

Boa parte dos fãs de Falloutprincipalmente aqueles que começaram na era Bethesda da franquia, tem algum tipo de sentimento por Fallout: New VegasOu gostam muito, ou acham que é o melhor jogo da franquia. Me sinto inclinado mais para o lado dos que acham que a Obsidian conseguiu entregar o melhor Fallout moderno. E Outer Worlds 2, me trouxe aquele sentimento que senti quando joguei Fallout 3 pela primeira vez. 

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A criação do personagem de Outer Worlds 2 é extremamente competente, principalmente na forma como constrói as habilidades do jogador, seus defeitos e também como ele vai querer abordar o jogo. Quer sair dando tiro em todo mundo sem se preocupar com a furtividade? Vai na fé. Prefere resolver as coisas na base da lábia? Também é possível. Isso abre um leque de oportunidades maravilhoso para quem gosta de mexer e remexer nas builds de personagem e garantir que consiga fazer o melhor Comandante possível. 

Na trama de Outer Worlds 2, você é um Comandante do Diretório Terrestre que devido a um acontecimento catastrófico - que acontece na primeira hora de jogo -, acaba ficando preso no espaço por bastante tempo, e após ser achado pelo seu antigo companheiro de equipe, resolve ir atrás de Augustine De Vries, a pessoa responsável pelos problemas que o jogador enfrenta no começo da aventura. 

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E é a partir daí, que Outer Worlds 2 começa a brilhar. Seja com companheiros que te cativam desde o começo da aventura, como Niles, ou pela forma como você pode abordar o combate e o mundo, o jogo faz questão de soltar a mão do jogador e falar: se divirta no espaço. A variedade de armas também é interessantíssima. Até agora, a minha preferida é uma pistola de plasma com dano corrosivo que encontrei explorando. O dano é surreal e ela simplesmente derrete alguns dos inimigos com facilidade. 

Também é possível escolher uma série de armas corpo a corpo, excelentes para aqueles que querem se esgueirar por aí, podendo usá-las para chegar por trás dos inimigos e abatê-los sem problema. E devo dizer que para aqueles acostumados com um stealth mais robusto, talvez Outer Worlds 2 não te encante muito, já que a sua sutileza pode ser de um elefante numa loja de cristais e ainda assim os inimigos vão demorar para te encontrar. 

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O combate armado é talvez a parte mais divertida da jogabilidade, com Outer Worlds 2 oferecendo um combate frenético, e, ao mesmo tempo, com uma precisão gostosa ao acertar os inimigos com as armas disponíveis. Acredite, me surpreendi vendo como o jogo estava lidando com o recuo da arma, cadência e outros por menores que estariam mais atrelados a um Battlefield 6 do que um RPG espacial. 

A possibilidade de customização também é muito interessante, principalmente quando você começa a angariar recursos e também receitas para customizar suas armas e equipamentos. Contudo, o que eu mais gostei até agora de Outer Wilds 2, são as possibilidades de diálogo disponíveis para o seu personagem, e aforma como você pode desarmar uma situação complicada somente na lábia e angariando informações. 

Desarmar a situação antes que ela aconteça, é sempre gratificante, principalmente quando a solução pacífica aparenta ser mais interessante para a história do que qualquer outra coisa. E nisso, é muito interessante ver como a Obsidian consegue entregar um RPG ocidental moderno, com tudo aquilo que gostamos no formato popularizado pela Bethesda, de uma forma que não tem como não colocar, como uma evolução natural e muito bem-vinda desse estilo.

Sei que pode parecer estranho falar tanto sobre as similaridades entre as duas desenvolvedoras, mas a Obsidian tomou para si esse estilo de jogabilidade após desenvolver Fallout: New Vegas, Outer Worlds 2 é ver a Obsidian finalmente florescendo e entregando uma experiência que lembra aquela que nos fez nos apaixonar por Fallout 3 e outros RPGs da Bethesda, mas sem perder o ar de originalidade, e também de novidade.

É estranho, eu sei. Para um jogo que parece tanto com outros títulos, Outer Worlds 2 consegue criar diferenças o suficiente para ser um produto próprio, mas sem perder o ar de ser uma evolução natural do gênero, que precisava imediatamente de um respiro. Andar pelo mapa ouvindo músicas antigas (mesmo que inventadas) do jogo, é maravilhosamente familiar, mas com a quantidade de atualizações de jogabilidade, ritmo e polimento que esperamos de uma empresa em 2025. 

Outer Worlds 2  consegue trazer um sentimento de evolução notável no estilo da Obsidian, e parece que a empresa finalmente encontrou o seu ritmo para criar seus RPGs. As piadas, os movimentos dos personagens, a história, a construção de mundo, tudo está ali de uma forma muito bem executada. Existem alguns defeitos, como a furtividade não ser das melhores e o desempenho do jogo também não estar lá tão incrível. Contudo, o saldo é extremamente positivo para a sequência, com grandes chances de ir muito mais longe que o jogo anterior.

A história do jogo pode perder o seu senso de urgência assim que você cai no mundo para desbravar tudo, porém, quem já está acostumado com RPGs grandes, sabe que está tudo bem que o mundo vai acabar, ele consegue esperar mais um pouco até você conseguir entregar aqueles três itens que o NPC no canto remoto do mapa está precisando para agradar à esposa. E isso, não é nem de longe um problema, mas entendo quem acabe achando que a missão principal perde força, eu concordo com isso. 

Com o jogador precisando se envolver com as 3 facções principais do jogo, suas maquinações e problemas para tentar salvar a galáxia das fendas que estão prestes a destruir tudo, a sensação de ser um New Vegas 2.0, continua muito mais forte, principalmente depois desbravar cada vez mais a história. As questões da galáxia são diversas, mas tudo gira em torno sobre como o corporativismo é cruel e o capitalismo explora até a última gota de todos. E aqui, a Obsidian brilha em trazer um humor cínico, uma crítica extremamente pontual em uma aventura que apesar do problema vigente, consegue não se levar a sério em prol de fazer uma grande sátira quanto as grandes corporações. 

Em uma época em que RPGs nesse estilo carecem de boas aventuras, Outer Worlds 2 entrega justamente o que o jogador quer: um bom combate, uma boa história, missões divertidas e um sistema de RPG que realmente faz você sentir que vale a pena investir seu tempo nesse jogo. E isso é algo que poucas empresas de RPGs ocidentais conseguem provocar nos seus jogadores atualmente. E em Outer Worlds 2, a Obsidian nos deixa sonhar com um futuro brilhante para o estúdio, desde que a Microsoft deixe que eles continuem trabalhando desse jeito. 

 

Nota do Crítico

The Outer Worlds 2

The Outer Worlds 2

23.10.2025
RPG
Desenvolvedora: Obsidian Entertainment
Publicadora: Obsidian Entertainment
Classificação: 18 anos
Plataformas: PC , Xbox Series X , Xbox Series S
Testado em: PC