Mais um filme brasileiro foi confirmado para a seleção oficial do 69º Festival de Cannes (11 a 22 de maio): o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, cujo foco está na revolução audiovisual ocorrida no país entre 1962 e 1969 a partir de uma nova geração de realizadores. Em uma costura poética de imagens de 130 longas, curtas e médias-metragens, a produção dirigida por Eryk vai para a seção Cannes Classics, onde pode concorrer ao prêmio L’Oleil D’Or, dedicado a narrativas documentais.
“É um filme sem cunho historicista nem didático, que tenta criar uma ponte reflexiva entre passado e presente, narrado em primeira pessoa pelos próprios autores do Cinema Novo, entre eles Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Cacá Diegues, Luiz Carlos Barreto, Paulo César Sarraceni, Ruy Guerra e outros”, diz Eryk, que incluiu imagens de seu pai, o mítico Glauber Rocha (1939-1981), representado a partir de filmes como Terra em Transe (1967).
Nessa mesma linha de reflexão audiovisual, a seção Cannes Classics incluiu o longa Voyage à Travers le Cinéma Français, de Bertrand Tavernier, fazendo retrospectiva do que a terra de François Truffaut fez de melhor de 1895 até hoje. De quebra, a mostra vai projetar The Family Whistle, sobre o clã de Sofia Coppola e seu pai Francis Ford, realizador de O Poderoso Chefão (1972).