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Festival de Cannes | "Quanto pior estiver o mundo, mais a magia se faz necessária", diz Spielberg

Cineasta defende o poder redentor das fábulas ao lançar O Bom Gigante Amigo na Croisette

14.05.2016, às 12H39.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Uma das apostas mais altas do mercado exibidor em 2016 por marcar o regresso de Steven Spielberg ao terreno fabular das aventuras infanto-juvenis, O Bom Gigante Amigo fez do Festival de Cannes um palco de luxo para sua première mundial na manhã deste sábado. Com base na literatura de Roald Dahl, a superprodução dos estúdios Disney trouxe o midas das bilheterias e seu novo ator-fetiche, Mark Rylance (de Pontes de Espiões), à Croisette, onde o cineasta fez uma defesa aguerrida sobre a importância da fantasia no mundo contemporâneo.

"Quanto pior o mundo estiver mais a magia se faz necessária como um alimento para a esperança", disse o cineasta, num bate-papo com a imprensa, no qual não desgrudava de sua estrela-mirim, Ruby Barnhill.

Ela interpreta Sophie, órfã que embarca numa jornada para aprender a arte de sonhar ao conhecer um gigante cheio de  empenho para preservar o encatamento da menina. A criatura toma emprestado feições, olhares, voz e gestos de Rylance, numa técnica de animação por motion capture.

"Fazer este filme foi uma forma de visitar o terreno da imaginação a partir da prosa de Dahl, que eu lia para meus filhos quando eles eram pequenos. Filmo essa fábula buscando ser universal. No fundo, é uma grande história de amor, que espelha uma típica relação entre avô e neta", diz Spielberg, lembrando que, muito antes do projeto, a filha de Rylance fez um filme caseiro com o ator se passando por um gigante.

"Escolher atores é uma arte tão sofisticada quanto dirigir: é importante saber que parceiros escalar. E a troca com Mark tem sido ótima. É singular acompanhar a evolução de um ator que faz um personagem cruel e frio, como o espião dele em pontes, e, depois, consegue surpreender como um doce gigante".