Cartaz de O Exorcista

Créditos da imagem: O Exorcista/Divulgação

Filmes

Lista

31 filmes de terror essenciais

As obras que marcaram o cinema de horror, e merecem ser destacadas e assistidas até nos dias de hoje

Omelete
1 min de leitura
13.12.2019, às 11H15.
Atualizada em 25.07.2022, ÀS 09H25

Filmes de terror são tão antigos quanto o próprio cinema, portanto é uma tarefa árdua definir quais são as obras que se destacam em mais de um século de produções. Durante o mês de outubro, para o Halloween, o Omelete aceitou o desafio! Abaixo, listamos os 31 filmes essenciais de horror ao longo da história. 

A maratona é altamente encorajada. Para quem quiser ir acompanhando os filmes, basta seguir nossa lista no Letterboxd e ir marcando os assistidos por lá.

Vale lembrar que há uma limitação de quantos filmes cabiam na lista - afinal, seriam um por mês durante todo o mês de outubro -, portanto o critério não foi só importância histórica mas também significado, reconhecimento e, claro, entretenimento aterrorizante. Nos comentários, a discussão continua com opiniões dos leitores e muitas outras recomendações sangrentas!

Lista originalmente publicada e atualizada durante todo o mês de outubro de 2019.

01/10 - O Exorcista

Regan possuída em O Exorcista
O Exorcista/Divulgação

1973
Direção
: William Friedkin

É possível que a lista de 31 filmes essenciais de terror entregue escolhas polêmicas que criem discórdia entre os leitores, mas se há um que não há discussão é O Exorcista. O filme de 1973, dirigido por William Friedkin e adaptado por William Peter Blatty a partir do seu livro homônimo, não existiria sem alguns filmes predecessores (alguns dos quais também serão citados na lista de outubro), mas ele marcou a história do cinema como o primeiro terror a ser indicado a melhor filme no Oscar, estabelecendo novas possibilidades para o gênero.

Surpreendendo o estúdio, que lançou O Exorcista em 24 salas de cinema inicialmente, o filme arrecadou uma impressionante bilheteria, que ajustada para inflação, é a maior na história de filmes de classificação para maiores, chegando próximo de US$1 bilhão. Tão marcante quanto sua arrecadação foi o rebuliço de público, com relatos de vômitos e desmaios nas exibições, e reações ainda mais absurdas (e nunca comprovadas) que incluem infartos e abortos. Isso não impediu que o filme fosse indicado a 10 categorias no Oscar, vencendo Melhor Roteiro e Mixagem de Som.

Seja pelo vômito de sopa de ervilha, a menina se arrastando de cabeça para baixo, a masturbação com crucifixo ou o famoso giro de pescoço, O Exorcista marcou o cinema com cenas icônicas, mas o seu ritmo e clima sinistro também são inesquecíveis. Citado como “o que 2001 – Uma Odisséia no Espaço é para a ficção científica”, ou “o que O Poderoso Chefão é para os filmes de máfia”, é difícil minimizar o legado de O Exorcista, que mudou filmes de possessão demoníaca para sempre.

02/10 - Suspiria

Jessica Harper em Suspiria, de Dario Argento
Suspiria/Divulgação

1977
Direção
: Dario Argento

Dario Argento é o mestre definitivo do horror!”, discute Ellen Page em uma cena de Juno - e ela não está errada. O diretor italiano deixou sua marca no terror mundial ao ajudar a popularizar o giallo - provocativos e estilosos filmes italianos de serial killer - ao lado de outros como Mario Bava e Lucio Fulci. A lista poderia facilmente ter Prelúdio para Matar (1975), Tenebrae (1982) ou Phenomena (1985), mas Suspiria talvez seja o maior exemplar da obra e técnica de Argento.

O filme acompanha Suzy (Jessica Harper), uma dançarina americana que se junta à uma prestigiada academia de dança alemã. Mas ao chegar, assassinatos e ocorrências estranhas indicam que a escola e suas diretoras escondem um segredo perverso. O que faz Suspiria elevar-se acima dos demais é que a narrativa fica em segundo plano, dando espaço à uma verdadeira exploração sensorial, com visual surrealista, que passa a impressão de um belíssimo pesadelo em neon, e desconfortáveis ruídos e barulhos ao lado da excelente trilha sonora feita pela banda Goblin. É um terror que brilha na experimentação do que é medo, provando que desconforto pode ser tão eficiente e marcante quanto os sustos.

Ao longo das quatro décadas após seu lançamento, Suspiria tornou-se um clássico cult, indo muito além da Itália. Em 2018 ganhou um remake pelo diretor Luca Guadagnino e estrelado por Dakota Johnson e Tilda Swinton. A nova versão é excelente e tem ótima trilha sonora por Thom Yorke mas, infelizmente, troca a estética de sonho que consagrou o original por maior foco narrativo, ainda que entregue um ótimo longa em seus próprios termos.

03/10 - O Massacre da Serra-Elétrica

Leatherface em O Massacre da Serra-Elétrica
O Massacre da Serra-Elétrica/Divulgação

1974
Direção
: Tobe Hooper

O subgênero de slasher teve seu ápice (e desgaste) na década de 1980, mas isso não significa que excelentes filmes do tipo não tenham sido feitos antes disso. Na verdade, o cinema italiano e alguns longas setentistas pavimentaram esse caminho. Assim, não haveria Freddy Krueger, Jason e inúmeros outros assassinos descontrolados se não fosse por Leatherface.

O Massacre da Serra Elétrica é um divisor de águas. Histórias de horror da época costumavam ocorrer em locais isolados, mas o diretor e roteirista Tobe Hooper traz o medo para o coração dos Estados Unidos, acompanhando um grupo de jovens durante uma viagem, caindo na mão de uma surtada família texana e sendo perseguidos por um maníaco vestindo um rosto de pele humana costurada e carregando uma motosserra. Em termos de produção é um caso ainda mais impressionante, por ter sido feito com pouca grana (algo entre US$80 mil e US$100 mil) e atores inteiramente desconhecidos. O resultado, conquistado através de ótima direção e controle da tensão, é uma jornada sobre a natureza da violência e insanidade. De quebra, teve mais de US$30 milhões de bilheteria e ajudou a catapultar o slasher nos EUA e no mundo.

Pela ótica moderna - especialmente após a popularização do torture porn de Jogos Mortais e O Albergue -, o filme até “pega leve” na sua violência gráfica, que marca presença moderada. Mas o que torna um clássico atemporal é justamente o fato de que Hooper trabalha a brutalidade de Leatherface com certa sutileza, optando por mostrar pouco e deixar a mente do espectador completar os detalhes grotescos. Essa visão, é claro, não se aplica ao público da época: sua sanguinolência era absurda nos anos 70 que causou desistências nas salas de cinema pelo nojo, banimentos em países como o Brasil e, supostamente, sessões que distribuíam sacos para vômito junto com os ingressos.

04/10 - A Bruxa

A Bruxa
A Bruxa/RT Features/Divulgação

2015
Direção
: Robert Eggers

Até agora, a lista dos filmes essenciais de terror focou em clássicos que surgiram nos anos 70, mas não é preciso retornar tanto ao passado para citar filmes que marcaram o gênero. Um dos mais recentes que não poderia ficar de fora é A Bruxa, estreia de Robert Eggers na direção e roteiro de um longa, e de Anna Taylor-Joy nos cinemas. Contando a história de uma família profundamente cristã na Nova Inglaterra em 1630, isolada de sua comunidade e atormentada por forças malignas, A Bruxa é um exemplo atual de construção de tensão, ritmo e maestria técnica.

Já se distanciando do terror mainstream de sua época, A Bruxa chama atenção por uma atenção impressionante aos detalhes, desde os costumes religiosos da época até um vocabulário arcaico, que entrega um realismo imediato. A captura de uma assombração tão primordial como a bruxa e o retrato cru do colapso espiritual de uma família são, neste contexto, perfeitamente eficazes. O estudo de ambientação feito por Eggers e sua equipe levaram o comprometimento das produções a um outro patamar.

A construção de suspense com poucos sustos também é memorável. Focando na crescente tensão entre os membros da família, o filme transmite a sensação de sufoco através do retrato do impacto do fundamentalismo religioso, e cria um desconforto marcante mostrando o difícil amadurecimento de uma jovem mulher neste ambiente. Com um elenco absolutamente impecável (a família é completa por performances inesquecíveis de Ralph Ineson como o pai e Kate Dickie como a mãe), A Bruxa é um dos maiores exemplos de um novo clássico do terror.

05/10 - O Sexto Sentido

1999
Direção: M. Night Shyamalan 

1999 é um ano inesquecível para o cinema e para o terror, e um dos motivos para isso foi a estreia de O Sexto Sentido. O longa que lançou a carreira de M. Night Shyamalan pode ser relembrado por inúmeros elementos, mas o que o introduz à lista de filmes essenciais de terror é imediato: a revolução da expectativa do público e o conceito de um twist final.

Claro que reviravoltas já existiam no cinema, mas o caso de O Sexto Sentido marcou uma evolução no terror. Antes da internet e do conceito de spoilers, a produção de Shyamalan fez do público seu parceiro, e criou um fenômeno de boca a boca que levou fãs ao cinema para entender o burburinho ao redor do segredo do filme.

Enquanto isto é o que torna O Sexto Sentido tão marcante, não é apenas nisso que o filme se sustenta. Funcionando primeiramente como um drama familiar, o suspense psicológico apresentou pela primeira vez o traço único de Shyamalan, criando um clima de assombração através do passo lento de sua câmera e de seus diálogos. O Sexto Sentido não poupa imagens marcantes ou sustos, mas seu maior elemento aterrorizante está no prolongamento das cenas. Tudo isso ainda se completa por Bruce Willis em um papel distante do seu familiar “cara durão”, Toni Collette incrível como sempre e o pequeno Haley Joel Osment, que marcou a história do cinema com a icônica frase “eu vejo pessoas mortas”.

A relevância do longa foi oficializada com seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhores Atuações Coadjuvantes de Haley Joel Osment e Toni Collette.

06/10 - Arraste-Me Para o Inferno

2009
Direção: Sam Raimi

A franquia Evil Dead é a maior contribuição de Sam Raimi para o terror mas, durante o início dos anos 2000, o cineasta se afastou do gênero para comandar a trilogia Homem-Aranha, com Tobey Maguire. Após o decepcionante Homem-Aranha 3 em 2007, Raimi sumiu dos holofotes e ensaiou um retorno ao universo que o consagrou. O resultado veio dois anos depois, chamado de Arraste-Me Para o Inferno.

O longa acompanha Christine (Alison Lohman), uma analista de crédito que, na tentativa de impressionar seu patrão, nega a extensão da hipoteca da senhora Ganush (Lorna Raver). A idosa, sentindo-se humilhada, amaldiçoa a jovem, atrelando sua alma a um poderoso demônio. Isso dá início à uma aterrorizante ameaça para Christine, que corre o risco de queimar no inferno por seus erros. Na obra é possível observar o estilo de Raimi em seu ápice, com um terror provocativo, escatológico e, claro, cheio de humor pastelão. É um filme bastante simples mas que cria uma mitologia intrigante ao mesmo tempo que testa a tolerância e estômago do espectador.

Nos dias de hoje, Arraste-Me Para o Inferno não tem o reconhecimento que merece mas, na época, teve um papel importante em colocar em movimento uma nova era de ouro de horror nos cinemas. O filme entregou uma bilheteria sólida, mostrando que havia espaço para ideias originais e para uma revitalização do terror apelativo. Mas a conquista mais importante do filme é sem dúvidas restaurar a confiança de Raimi como cineasta de gênero. Logo em seguida, ele reviveu sua criação original com um remake de Evil Dead em 2013, dirigido por Fede Álvarez, e desenvolver a série de TV Ash vs. Evil Dead, além de também assinar a produção-executiva de uma variedade de projetos de peso, como O Homem nas Trevas e Predadores Assassinos.

07/10 - Psicose

1960
Direção
: Alfred Hitchcock

O Exorcista pode ser o ápice do terror, mas nenhuma obra da lista é tão popular e influente quanto Psicose. Naquele ponto, em 1960, Alfred Hitchcock já era o Mestre do Suspense, tendo comandado clássicos como Pacto Sinistro (1951), Janela Indiscreta (1954) e Um Corpo que Cai (1958), mas é contando os eventos de uma noite no Motel Bates que o diretor mostra que também sabe criar horror de peso e altíssimo nível.

A trama acompanha Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que aplica um golpe em seu patrão e foge com dinheiro. Em sua fuga criminosa durante uma noite chuvosa, ela é forçada a parar em um motel de estrada, comandado por Norman Bates (Anthony Perkins). Daí em diante, as coisas só ficam mais sombrias e violentas, algo que o público dos anos 60 não estavam preparando para encontrar tão graficamente no cinema. Psicose literalmente criou um novo padrão para horror visceral, ao ponto que sua icônica cena de assassinato - com sangue feito com xarope de chocolate - é parte integral da cultura pop.

Mesmo sendo tão reconhecível, Psicose é atemporal e continua uma experiência intensa até para sensibilidades modernas. Não importa saber o que está para acontecer, a forma como Hitchcock trabalha a tensão e prende o interesse do espectador é algo que poucos conseguiram fazer nos anos seguintes.

08/10 - Hereditário

2018
Direção:
Ari Aster

O filme mais recente da lista também marca a estreia de Ari Aster na direção de um longa. Além disso, é um dos títulos mais polêmicos dos últimos anos. Seguindo a tendência do horror moderno que preza pela complexidade, o cineasta explora a ruptura de uma família tomada pelo luto. Ao ritmo que sua trama avança, fica mais e mais claro que também há influência de forças sobrenaturais.

Hereditário anda no seu próprio ritmo, entregando progressão agoniante que valoriza mais o emocional destruído de seus personagens do que algum tipo de ação ao espectador (ainda que os momentos finais compensam bastante esse aspecto). Esse terror de desconforto é exaltado ao intercalar drama familiar muito bem atuado com violência gráfica. É um filme único no gênero, e ainda mais especial por ter conseguido fazer sua voz ser amplamente ouvida na era do barulho incessante das franquias cinematográficas.

Assim como outros filmes dessa leva, como A Bruxa, Hereditário também foi alvo da cansativa discussão a respeito de ser ou não terror. A obra de Aster não só se encaixa perfeitamente no gênero com suas ameaças satânicas e metacomentário através do choque, como também o faz com qualidade de primeira e impacto imperdoável. É uma experiência memorável e traumatizante em medidas iguais, seja pelo uso de imagens horripilantes ou então pela poderosa atuação de Toni Collette. Não há dúvidas que Hereditário é um clássico moderno do horror.

09/10 - Tubarão

1975
Direção: 
Steven Spielberg

Há um longo e infinito debate ao redor do gênero de Tubarão, o clássico de Steven Spielberg, que brinca com os limites do terror e da aventura. E apesar de muitos chegarem a categorizar o longa como drama (ou até comédia), não há quem negue que o suspense de Tubarão é seu elemento mais memorável. Seria impossível lembrar de Tubarão sem ouvir as icônicas notas de John Williams ou reviver um dos maiores jump-scares do cinema, quando a criatura finalmente se revela para os protagonistas.

Tubarão retrata a ameaça de um animal em um resort de uma pacata cidade, e a subsequente caça da criatura por três homens: o chefe de polícia (Roy Scheider), um biólogo marinho (Richard Dreyfuss), e um caçador profissional (Robert Shaw). O filme alterna entre momentos de suspense absoluto, marcado pelo ponto de vista do animal sem revelar o seu físico, e no confronto direto entre os homens e sua presa, que marca o passo do terceiro ato do filme.  

Os efeitos de Tubarão para o cinema são amplamente conhecidos: não apenas ele marcou como uma das maiores bilheterias da história (hoje ele é listado em 7º lugar entre maiores bilheterias ajustadas para a inflação) como ele estabeleceu a tática de lançamento de blockbusters de verão nos EUA, ampliando a exibição em diversos cinemas com uma estratégia de marketing pesada. Para o terror, seu peso é ainda mais claro. Do mesmo modo que muitos filmes da lista dão início a um novo medo no público, após o lançamento de Tubarão o medo do animal cresceu significantemente: no ano da estreia, pesquisas indicaram menor número de pessoas nas praias e um aumento no número de pessoas que registraram ter visto um tubarão.  

O suspense criado por Spielberg na primeira metade do filme, que mantém a aparência do tubarão em segredo, também é citado como grande influência no terror slasher. A primeira cena, que mostra a diversão do público, a música crescente, e a primeira vítima do animal, é creditada como referência para Halloween, de John Carpenter, que seria lançado três anos mais tarde.

10/10 - Invocação do Mal

2013
Diretor:
James Wan

O terror comercial moderno é frequentemente alvo de críticas, muitas delas bastante válidas, mas isso não significa que não há valor em algumas das obras. Em 2013, quando a ideia de universos cinematográficos se limitava apenas à Marvel, o cineasta James Wan - já veterano de Jogos Mortais e Sobrenatural - importou o conceito para o horror. Assim surgiu o primeiro Invocação do Mal, um verdadeira fonte de ideias - e dinheiro - para a Warner Bros.

A trama é inspirada pelo casal de exorcistas Ed e Lorraine Warren, aqui vividos por Patrick Wilson e Vera Farmiga, e mostra um caso de assombração que a dupla enfrentou durante a década de 1970. O filme pode ser sim raso em sua narrativa, mas compensa bastante com uma pegada de “brinquedo de parque de diversões”, colocando um susto atrás do outro. Pode ser difícil conceber isso agora, visto que este universo já rendeu sete filmes (contando derivados) que tentam imitar a linguagem, mas a direção de Wan brilha em estabelecer a tensão de cada momento, brincar com as expectativas do público e também intercalar com pitadas de humor.

O maior foco em experiência do que conteúdo combinam muito bem com Wilson e Farmiga, que trazem dinâmica e química ao casal. Tudo isso misturado faz com que Invocação do Mal seja o primeiro procedural de horror dos cinemas, que atende bem tanto os espectadores veteranos em busca de cinema de gênero blockbuster quanto os novatos, que tiveram pouco contato com horror. Os derivados podem ter descarrilado ao passar dos anos, mas a franquia continuará funcionando enquanto a ideia seja entreter e assustar.

11/10 - O Babadook

Screen Australia/Divulgação

2014
Direção: Jennifer Kent

É impressionante como alguns dos maiores terrores que surgiram nos últimos anos vieram de diretores estreantes. Assim como A Bruxa, de Robert Eggers, e Hereditário, de Ari Aster, O Babadook marcou o primeiro longa da diretora Jennifer Kent, com estreia no Festival de Sundance em 2014. Entrando para a lista de filmes de terror que são dramas intensos, o longa conta a história de uma mãe viúva que ainda sofre com a morte de seu marido e seu filho exigente, quando um livro misterioso liberta um monstro em sua casa e domina sua vida.

Com uma direção certeira, O Babadook trabalha em uma construção de suspense que mantém o seu monstro no mistério, com poucas aparições e muita tensão, mas com belos sustos. Na realidade, o filme trabalha mais no psicológico da mãe e no aprofundamento de sua insanidade enquanto ela lida com a criatura, tornando um dos terrores mais claros em sua metáfora: Babadook é mais sobre trauma, depressão e maternidade do que um filme de assombração gratuito. Sua história é tão rica em representações que o monstro chegou até a virar um ícone LGBTQ+

O terror australiano foi sucesso de crítica e considerado um dos melhores filmes de 2014, rendendo até elogios de um dos mestres do gênero, o diretor de O Exorcista, William Friedkin, que colocou a obra no mesmo patamar de Psicose e Alien. No Twitter, Friedkin agradeceu a diretora pelo seu trabalho: Obrigado pela experiência intensa com personagens verossímeis. Raro hoje em dia”.

12/10 - Jogos Mortais

2004
Direção: James Wan

O terror passou por maus bocados no início dos anos 2000. Após a saturação de slashers das décadas anteriores, as produções de alto nível decaíram, e o horror de qualidade se encontrava mais em suspenses como os de M. Night Shyamalan. É nesse contexto que Jogos Mortais se torna tão interessante: interrompendo a onda dos thrillers com um terror sujo, cheio de violência e, inesperadamente, atingindo um sucesso estrondoso.

O filme, projeto universitário de James Wan com Leigh Whannell, segue a lógica de Caẽs de Aluguel e coloca toda a história para correr em um único lugar, se firmando na interação entre seus personagens e o cenário. Dois homens acordam acorrentados em lados opostos de um banheiro, sem saber como chegaram lá. No meio da sala, um cadáver com um toca-fitas avisando que tudo está prestes a ficar pior caso os dois não encontrem uma forma de sair dali. É uma premissa contida, intercalada por trechos do mundo exterior que narram uma investigação policial pelo assassino por trás das armadilhas. Dessa forma, o longa atende tanto o público fã de suspenses da época quanto quem sentia saudade de sangue.

Deixando de lado a noção de que a franquia se tornou cada vez mais absurda, o primeiro Jogos Mortais se mantém como terror independente de qualidade, que soube trabalhar tanto uma premissa boa em um orçamento minúsculo através de boa direção e escrita que combina mistério com violência suja e bruta. Além disso, também é uma daquelas poucas histórias de sucessos inusitados. O projeto fez cerca de US$100 milhões nas bilheterias, o que é ótimo considerando seu valor de produção de US$ 1,2 milhão.

13/10 - Carrie

1976
Direção: Brian De Palma

Uma das maneiras admiráveis de fazer terror é levar a crueldade humana para a tela, e entre os filmes clássicos do gênero poucos fizeram isso tão bem quanto Carrie. A adaptação do primeiro conto de Stephen King, dirigida por Brian De Palma, funciona como terror em diversos níveis, mas seu principal elemento é fazer o público se relacionar com a sua protagonista, refletindo a maldade em quem ri dela, até o seu ato final, quando o espectador se vê forçado a se afastar ao testemunhar suas últimas consequências. Se isso não bastasse para tornar Carrie um dos filmes essenciais do terror, o longa traz a cena mais icônica de um baile de formatura, que já foi referenciada, copiada e parodiada diversas vezes no cinema.

Carrie (Sissy Spacek) é uma garota tímida e protegida do mundo por sua mãe (Piper Laurie), uma religiosa fanática, o que a torna um alvo fácil de bullying em sua escola. Desenvolvendo sua força através de poderes telecinéticos, Carrie impõe sua vingança quando é ridicularizada por seus colegas na formatura. Na trama, De Palma brinca com humor, suspense e terror em um mesmo filme, em pouco mais de 90 minutos.

Apesar de se sustentar com uma trama adolescente pela maior parte de sua duração, Carrie encontra o seu suspense na relação da garota com sua mãe, e ambienta um terror psicológico na casa das duas, onde tudo é escuro e recheado de símbolos religiosos. Mas é em seu final que De Palma transforma a história de Carrie em um terror inegável, e por mais distante que o estilo do filme esteja do terror atual, ele termina com um dos jump-scares mais memoráveis do cinema. O filme se torna grandioso também pelas performances marcantes de Spacek e Laurie - indicadas ao Oscar por suas atuações - e uma trilha sonora perfeita de Pino Donaggio.

Discutido por diversos motivos, Carrie funciona em tantos níveis que pode ser considerado um suspense, um humor sombrio e um filme sobre amadurecimento feminino que tem interpretações tanto feministas quanto seu completo oposto. Mas é esta complexidade que faz de Carrie um terror tão duradouro.

14/10 - O Iluminado

1980
Direção: Stanley Kubrick

O clássico de Stanley Kubrick, de 1980, é difícil de colocar em palavras. Baseado no livro de Stephen King e protagonizado por Jack Nicholson, em uma das performances mais marcantes de sua carreira, O Iluminado revolucionou o que se espera do terror tanto em clima quanto em técnica. Se utilizando da recém-introduzida tecnologia da Steadicam (que rendeu as cenas que acompanham Danny em seu triciclo, por exemplo), e estabelecendo novos padrões de direção para o gênero, o filme acompanha a vida da família de Jack (Nicholson) isolada da sociedade no grandioso Hotel Overlook, assombrada por seus corredores vazios e histórias de um passado terrível.

O que torna O Iluminado tão assustador é a sua energia sinistra. Do começo ao fim, o filme se distancia do terror tradicional por atingir um nível de estranheza singular, mesmo em cenas que poderiam ser absolutamente corriqueiras, com espaços abertos e bastante iluminação. É o comportamento de seus personagens, que sempre beiram a insanidade, junto com um acompanhamento musical de primeira, que fazem O Iluminado constantemente sinistro.

O filme tem uma série de imagens assustadoras que ficam na memória – o dilúvio de sangue, as gêmeas, a velha pelada no espelho, o indivíduo com a máscara de animal – e frases que se tornaram clássicas no terror, mas todos estes elementos apenas intensificam a jornada de terror testemunhada por Danny (Danny Lloyd), Jack e Wendy (Shelley Duvall). Além de tudo isso, o fator mais inquietante de O Iluminado é a eterna dúvida do que é assombração e o que é loucura. Com isso, Kubrick puxa o público para dentro da história, para duvidar de si mesmo e ficar marcado para sempre pela estranheza do que testemunhou.

Demorou para que a crítica e o público entendessem a grandiosidade de O Iluminado, que surpreendentemente não recebeu nenhuma indicação ao Oscar e, inclusive, foi mencionado duas vezes no Framboesa de Ouro, nas categorias de Pior Atriz e Pior Diretor (!!!). Com o tempo, a crítica começou a se reposicionar e o público também, entendendo o impacto duradouro e único do que Kubrick criou. Hoje ele é considerado não apenas um terror essencial como uma das maiores obras do cinema.

15/10 - O Brinquedo Assassino

1988
Direção: Tom Holland

O Brinquedo Assassino não é o primeiro filme de terror a figurar um boneco como grande ameaça, e definitivamente não foi o último. Isso já havia sido feito em filmes como Na Solidão da Noite (1945) e Bonecas Macabras (1987), com bonecos de ventríloquo e bonecas de porcelana. A diferença do filme de 88 é a introdução de um boneco de criança, com o visual inocente e o apelo infantil. Com um filme que combina suspense de slasher, magia e humor, Chucky se tornou o símbolo absoluto de bonecos assassinos.

Um dos fatores mais amedrontadores de Chucky (dublado maravilhosamente por Brad Dourif) é a sua posição como companheiro de Andy, um garoto de apenas sete anos, interpretado por Alex Vincent, que tinha a mesma idade e uma aparência perfeitamente inocente. Quando os crimes de Chucky vão sendo atribuídos a Andy, o efeito é devastador. A pobre criancinha, responsabilizada pelos crimes e ainda perseguida por Chucky, retratava a vítima perfeita. O boneco é também um dos maiores exemplos de assassinos imbatíveis: ele sempre retorna, mesmo após ser espancado, decepado ou incinerado. 

O Brinquedo Assassino também se tornou uma das franquias mais duradouras do terror, levada adiante por uma legião fiel de seguidores. Apesar de não ser mais levado para os cinemas e seus últimos lançamentos terem sido produções direto para vídeo (o remake de 2019 não fez parte da franquia original, por acontecer sem envolvimento do criador, Don Mancini), a franquia de Chucky tem longevidade impressionante com seis sequências, HQs e uma vindoura série de TV. O visual de Chucky, salvo por algumas cicatrizes, também se tornou sagrado. A tecnologia pode avançar, mas Chucky sempre será um boneco animatrônico. 

Equilibrando muito bem horror e humor, Chucky é o perfeito símbolo do assassino que pode ser assustador e também ridículo. A duração da franquia e sua aparência icônica fazem de O Brinquedo Assassino um filme essencial de terror. 

 

16/10 - Predador

1987
Direção:
John McTiernan

Ação é o oposto do terror. Ter protagonistas habilidosos e armados é a fórmula certa para acabar com qualquer tensão. É isso que torna Predador um marco, a fusão perfeita entre os populares filmes de brucutu oitentista com horror slasher.

Estrelado por Arnold Schwarzenegger, a trama acompanha um grupo de militares em missão de resgate em uma selva da América Central. Chegando lá, eles são surpreendidos por um matador extraterrestre que os caça, um por um. Assim como Alien, o que faz a ameaça funcionar é o fato de pouco ser mostrado até o ato final. O filme usa bastante a perspectiva do monstro espreitando os soldados, mas tudo que o público vê são rastros e vultos - assim como os protagonistas. Quando finalmente sua figura é revelada, o caçador nada mais é do que grotesco e horripilante, rapidamente se tornando um dos monstros mais icônicos do cinema.

Como toda boa franquia de horror, Predador foi muito explorada, das sequências bizarras aos crossovers inusitados, mas o original continua sendo o melhor. O longa é especialmente pontual na era das inúmeras discussões sobre a natureza do terror já que, mesmo entre bordões, tiros e homens bombados, o monstro entrega tensão e sangue ao provar que o gênero funciona até mesmo quando misturado com outros.

17/10 - Sexta-Feira 13

1980
Direção: Sean S. Cunningham

Quando se fala de assassinos de filmes de terror, é impossível não mencionar Jason, o maior nome da franquia de Sexta-Feira 13. O primeiro capítulo da saga, dirigido por Sean S. Cunningham e lançado em 1980, no entanto, traz apenas uma breve menção ao psicopata do Acampamento Crystal Lake. Foi apenas em seus capítulos seguintes, mais precisamente no terceiro longa, de 1982, que Jason apareceu como é conhecido hoje, com a icônica máscara de hockey. Mesmo assim, para a lista de filmes essenciais de terror, o que entra é o primeiro longa. 

Mostrando a curta estadia de um grupo de adolescentes no Acampamento Crystal Lake, local que havia sido abandonado por anos após um garoto ter morrido afogado, o filme traz as convenções clássicas de um slasher do começo dos anos 80, mas ganha destaque por uma reviravolta marcante do cinema. Com uma câmera bem trabalhada que coloca o público no ponto de vista do assassino, e revelações limitadas à vestimenta do criminoso, Sexta-Feira 13 traz um twist de gênero memorável ao desvendar finalmente quem realmente estava aterrorizando os jovens. Apesar de não ser tão bem recebido pela crítica – aliás, a franquia inteira de Sexta-Feira 13 não agradou muito os especialistas – o twist final foi elogiado, e se tornou uma das mais famosas surpresas do gênero.

Vale ressaltar, no entanto, que a figura de Jason, por sua representação dentro do terror, não pode ficar de fora da lista. Apesar da posição pertencer ao primeiro filme, esse item é uma tentativa de representar a relevância da franquia. Assim como Freddy Krueger ou Michael Myers, Jason Vorhees é um assassino essencial do terror. 

18/10 - À Meia Noite Levarei Sua Alma

1964
Direção
: José Mojica Marins

O que é a vida? É o princípio da morte. O que é a morte? É o fim da vida. O que é a existência? É a continuidade do sangue. O que é o sangue? É a razão da existência!”, e com essas palavras José Mojica Marins inaugurou o cinema de horror no Brasil.

Bons filmes de terror nacionais não estão em falta - precisaria de uma lista só para citar as obras de Rodrigo Aragão, Gabriela Amaral, Dennison Ramalho, entre outros -, mas nenhum deles existiriam sem as polêmicas e perturbadas produções do cineasta em meados da década de 1960. Junto com a chegada do gênero ao país, veio também seu monstro mais reconhecível: o Zé do Caixão.

O filme marca a primeira aparição do coveiro. Em uma cidade do interior de São Paulo, Zé do Caixão se diferencia dos demais pela sua aparência e postura anti-religiosa. Seu único objetivo, em meio à uma vida de descrença, é encontrar uma mulher apta para lhe parir um filho - mesmo que contra a vontade. O personagem é um vilão sem redenção, e sem desculpas ou justificativas para seus atos monstruosos e agressões. Isso faz com que Meia Noite soe como um filme brutal e implacável mesmo nos dias de hoje, o que é reforçado pela técnica suja, imperfeita e traumatizante de Mojica. Um roteiro cheio de diálogos impactantes e ocasionalmente caricatos, com um gostinho de faroeste pelas experiências passadas do diretor, criam algo único, uma experiência verdadeiramente perversa, profana e fantasmagórica.

Felizmente, o Zé do Caixão teve todo o reconhecimento que merece, gerando não só duas continuações (composta por Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de 1967, e Encarnação do Demônio, de 2008), como também inúmeros filmes, séries de TV e HQs. No Brasil é referência máxima da produção nacional até os dias de hoje. Já no exterior virou ícone trash, seja ao ser recomendado por cinéfilos exploradores, ou então ter suas obras como alvo de desejo de todo tipo de cineasta, do mestre do filme-b Roger Corman (Stallone: Cobra) ao cult Roman Polanski (O Bebê de Rosemary).

19/10 - O Despertar dos Mortos

1978
Direção:
George Romero

A Noite dos Mortos-Vivos é o avô dos filmes de zumbi, pois não há dúvidas que Madrugada dos Mortos é o pai. Enquanto a produção independente de George Romero - talvez até por acidente - tenha popularizado os comedores de cérebro, é aqui que o cineasta se prova como um mestre do horror ao expandir o escopo do apocalipse.

A trama segue um grupo de sobreviventes de uma emissora televisiva que, usando um helicóptero, partem em busca de ajuda e encontram refúgio em um shopping-center - que, na época que o filme foi lançado, se espalhavam rapidamente pelos Estados Unidos. É assim que Romero eleva o subtexto de “zumbis como crítica social” de A Noite dos Mortos-Vivos a outro nível, atacando consumismo e a sociedade setentista de forma impiedosa. O que firma Despertar dos Mortos no patamar de clássico é o fato de ter um pouco de tudo, sempre muito bem feito: há tensão, sangue, comédia e crítica.

Não é a toa que o filme é imitado até os dias de hoje, seja em comédias como Zumbilândia, jogos como Dead Rising ou até mesmo um remake dirigido por Zack Snyder e escrito por James Gunn. Quando se trata de zumbis, Despertar dos Mortos é a definição de “influente”, e também merece os créditos por alavancar a carreira de Romero, que pouco após dirigiu também Creepshow, com Stephen King, e o terceiro capítulo de sua franquia, Dia dos Mortos.

20/10 - Mártires

2008
Direção
: Pascal Laugier

Uma família comum toma café de manhã e bate papo em uma típica manhã de domingo, até que a campainha toca. O pai abre a porta, é alvejado por um tiro de espingarda. A visitante - uma moça de capuz - então passa a massacrar os demais membros. Esses são apenas os primeiros momentos de Mártires, e já serve para Pascal Laugier estabelecer que não pegará leve com o espectador.

O filme é o maior representante do Cinema Extremo Francês, trazendo baldes de sangue e violência bastante gráfica. Mas o que faz o movimento se diferenciar do torture porn americano é que toda essa brutalidade tem, de fundo, uma busca maior por significado. Mártires, por exemplo, toca bastante na temática de trauma, o significado do sofrimento e o fascínio pela morte - tudo enquanto tortura suas personagens de formas degradantes. É um filme cujas assombrações são tanto metafóricas quanto reais e ameaçadores, uma combinação que marca bem a virada no gênero no fim da primeira década dos anos 2000.

O Cinema Extremo Francês desacelerou hoje em dia, cedendo o holofote para outros países - como a Coréia do Sul - demonstrarem suas próprias vertentes de horror. Mesmo assim, a experiência crua, maldosa e degenerada de Mártires ainda soa atual e pesada. Não é só um filme essencial para se assistir, mas sim um trauma para se carregar.

21/10 - O Bebê de Rosemary

1968
Direção: Roman Polanski

Em 1968, Roman Polanski era pouco conhecido fora da Europa e Mia Farrow não era mais que uma atriz coadjuvante, conhecida por seu trabalho na TV. Tudo mudou quando, em maio, foi lançado nos cinemas o que se tornaria um novo clássico do terror: O Bebê de Rosemary. Construindo suspense através de um realismo memorável, a adaptação do livro de Ira Levin se tornou icônica por levar as ameaças ao ambiente urbano e popularizar ideias de satanismo, criando espaço e interesse para uma nova geração de filmes sobre o demônio.

A estreia de Polanski em Hollywood conta a história de Rosemary (Farrow), uma jovem mulher que se muda com seu marido Guy (John Cassavetes) para o prédio The Bramford, em Nova York, e é importunada por dois vizinhos (interpretados por Sidney Blackmer e Ruth Gordon, que venceu um Oscar pelo papel) enquanto tenta se acostumar com a nova moradia e uma gravidez. O crescente intrusão do casal que mora ao lado e o mal-estar da nova condição de saúde fazem com que Rosemary se torne cada vez mais fraca, enquanto tenta entender quem realmente são seus novos conhecidos. 

Um dos fatores mais notáveis de O Bebê de Rosemary é a total falta de elementos sobrenaturais. Não há um fator surreal no longa, o que torna o desconforto com a posição e definhamento de Rosemary muito mais relacionável. Com auxílio da câmera, frequentemente colocada no ponto de vista da protagonista, a fraqueza da jovem e seu desamparo ressoam no público, que sente como familiar o sentimento de invasão e perda de controle de suas próprias decisões. 

O Bebê de Rosemary é, também, cheio de interpretações por seus comentários sociais. Além de ser uma análise da vida caótica urbana, e a proximidade com estranhos, o filme toca em questões de feminismo ao retratar a perda de controle que Rosemary tem sobre o seu próprio corpo. Algumas análises chegam a atribuir todos os acontecimentos do filme à um delírio traumático de Rosemary, interpretação permitida pelo ponto de vista da narração exclusiva à protagonista. 

Com atuações marcantes de Gordon e Farrow, uma trilha sonora infantil sinistra, e uma capacidade de construir tensão mesmo retratando atividades rotineiras, O Bebê de Rosemary, mais de 50 anos depois, ainda serve como padrão para qualquer filme que lide com o oculto. 

22/10 – O Silêncio dos Inocentes

1991
Direção: Jonathan Demme

O Silêncio dos Inocentes, adaptação do livro de Thomas Harris dirigido por Jonathan Demme, é um daqueles filmes que gera discussão sobre seu gênero e, assim como Tubarão, é contestado por parte do público quando colocado em listas de filmes de terror. Mas existem elementos tão memoráveis em O Silêncio dos Inocentes que ele não poderia ficar de fora da lista de filmes essenciais do horror. De modo geral, a obra de Demme é desconsiderada como terror simplesmente por sua qualidade inegável, como parte de um costume estranho de retirar a qualidade de terror dos filmes considerados obras primas do cinema. Em entrevista ao Criterion, Demme explicou muito bem o que causa a confusão: “É um filme de suspense com uma protagonista feminina que nunca está em perigo sexual. É um filme slasher não apenas sem cenas de slasher como sem a antecipação destas cenas”

O filme conta a história da novata do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster), recrutada para entrevistar o psiquiatra e serial killer canibal Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), que pode fornecer informações importantes para a investigação de um outro assassino, Buffalo Bill. A investigação progride com o filme, mas o que marca O Silêncio dos Inocentes são as cenas memoráveis de entrevista entre Starling e Lecter. A tensão e o jogo de poder, controlado pelo canibal, e retratado perfeitamente na câmera de Demme, são os elementos mais poderosos do suspense, ainda mais complementados pela interpretação perfeita de Foster e Hopkins. Seu peso é tamanho que é difícil lembrar que Lecter não é o vilão real do filme.

A importância de O Silêncio dos Inocentes pode ser exemplificada por seu sucesso comercial (como o quinto filme mais lucrativo do ano de lançamento) ou pelos elogios da crítica (a American Film Institute elegeu como o 5º thriller mais influente de todos os tempos), mas há um elemento que explica simplesmente: ele foi um dos três únicos filmes da história que saiu vencedor das cinco maiores categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator e Melhor Roteiro.

23/10 - Evil Dead II

1987
Direção
: Sam Raimi

Em 1981 o diretor Sam Raimi conquistou os fãs de terror com Evil Dead, que testava os limites da sanguinolência e qualidade das produções independentes. Sete anos depois, o cineasta mostrou o que consegue fazer com um pouco mais de dinheiro, e assim que surgiu Evil Dead II, um dos clássicos absolutos do terror.

O longa usa a mesma premissa do original, mostrando Ash (Bruce Campbell) e sua namorada Linda (Denise Bixler) viajando até uma cabana no meio do mato. Lá, o casal encontra um gravador. Ao tocar a fita descobrem o erro que cometeram já que as gravações são passagens do Necronomicon, o livro dos mortos, capaz de despertar um Mal antigo quando lido em voz alta. Linda é tomada pelas forças sobrenaturais e, a partir daí, Ash é forçado a assumir o papel de herói para combater as criaturas demoníacas.

O filme equilibra muito bem seus momentos de terror e violência com humor sombrio, com toques de pastelão. A combinação pode parecer inusitada, mas é o que faz Evil Dead uma franquia cheia de personalidade, além de reforçar o desconforto do espectador diante da bizarrice das situações. Ash - interpretado por Campbell no papel de sua vida - representa bem isso, sendo muito habilidoso e comicamente desastrado ao mesmo tempo. Essa dualidade faz parte de todo o DNA da obra, como por exemplo um momento em que Ash caça mão decepada (e possuída) pela casa. Ao acertar as paredes, o buraco de bala abre uma verdadeira torneira de sangue que banha o protagonistas. Tomado pela insanidade do momento, ele e os objetos da casa passam a gargalhar intensamente, momento que soa como uma versão distorcida de um desenho antigo. É uma cena icônica do terror, e também longe de ser a única.

24/10 - A Mosca

1986
Direção:
David Cronenberg

O terror moderno pode ser conhecido por tocar em tópicos pontuais, mas o canadense David Cronenberg já fazia isso desde a década de 80. O cineasta colocava na telona todo tipo de história perturbada sobre vícios, traumas e medos da época, mas tudo representado por monstros grotescos e terror corpóreo. Um de seus maiores filmes, A Mosca impressiona por ter tudo isso e, mesmo assim, ser também um conto romântico.

A trama é bem direta ao ponto, e acompanha um cientista chamado Seth Brundle - interpretado pelo sempre-excelente Jeff Goldblum - cuja invenção mais recente é um teletransportador. A máquina precisa de muitos ajustes, especialmente quando se trata de transportar seres vivos. Um dia, Seth decide que ele mesmo testará a máquina mas, sem perceber, entra na cabine de teleporte junto com uma mosca. Seus DNAs se combinam, e o cientista lentamente começa a se transformar numa criatura híbrida entre humano e inseto.

O filme é potente em se conduzir como um romance para fazer o espectador se importar com seus personagens, o que eleva a tensão muito bem criada por Cronenberg. Mas seu maior feito é, sem dúvidas, os excelentes efeitos práticos da transformação, extremamente nojentos e muito mais impactantes que qualquer coisa feita com computador. Não é a toa que a equipe de maquiagem foi premiada com um Oscar, e esse tipo de bizarrice corporal se tornou parte recorrente da carreira do diretor na época, que virou o mestre do subgênero de body horror. Além disso, A Mosca foi um enorme sucesso de bilheteria e influente para toda a cultura pop, sendo parodiado e homenageado incontáveis vezes ao longo da história. Seu legado é tão grande que até seu slogan - “Tenha medo. Tenha muito medo” - se tornou expressão popular no mundo todo.

25/10 – Hora do Pesadelo

1984
Direção: Wes Craven

Até 1984, Wes Craven era conhecido como o diretor de terror responsável por obras de sucesso como Aniversário Macabro e Quadrilha de Sádicos, mas foi neste ano que ele cimentou seu legado como um dos mestres do gênero. O que ele criou em A Hora do Pesadelo foi não apenas uma das figuras mais icônicas do terror - Freddy Krueger - como uma obra memorável que brinca com os limites da realidade e torna o simples ato de dormir, uma das necessidades básicas do ser humano, uma atividade amedrontadora.

A Hora do Pesadelo conta a história de um grupo de adolescentes atormentado por Freddy Krueger, um sujeito que invade sonhos e consegue ultrapassar barreiras e cometer atos violentos durante o sono. Focado na adolescente Nancy Thompson (Heather Langenkamp), que tenta descobrir uma maneira de capturar o assassino, A Hora do Pesadelo também explora temas da vida adolescente, mais proeminentemente sexualidade. O curioso e cativante da obra de Craven é que ele é um slasher clássico, mas com um elemento simples que faz toda a diferença: os atos são cometidos em uma outra dimensão.

A estética de A Hora do Pesadelo é uma de suas maiores qualidades. O ambiente que Freddy caminha nos sonhos e os mecanismos usados para expressar as irrealidades deste mundo (como a cena em que Nancy afunda os pés na escada) são alguns dos exemplos, mas nada é mais icônico do que o próprio rosto da criatura. Para o filme, Craven queria um assassino sem máscara – para um caminho diferente de O Massacre da Serra Elétrica, Sexta-Feira 13 e Halloween – e para isto ele construiu a face assustadora de Krueger, inesquecível também pela performance de Robert Englund.

Tudo isso foi feito com um orçamento de US$ 1,8 milhões, quantia arrecadada pelo longa no primeiro final de semana. A Hora do Pesadelo foi um sucesso comercial tão grande que salvou a produtora New Line Cinema da falência, desde então conhecida como "The House that Freddy Built" ("A Casa que Freddy Construiu"). O filme de 1984 gerou uma das maiores franquias do terror, com várias sequências, uma série de TV e um remake de 2010.

26/10 - Corra!

2017
Direção
: Jordan Peele

O terror sempre retratou problemas do mundo real, mas é difícil dizer que minorias tiveram espaço para fazer o mesmo no gênero - especialmente no cinema mainstream. Isso é um dos fatores que torna Corra!, estreia do comediante Jordan Peele na direção, em algo tão impressionante, já que o cineasta traz todo ponto de vista inédito no horror, e criar tensão a partir disso.

A trama acompanha Chris (Daniel Kaluuya), um homem negro que precisa aturar a família branca de sua namorada Rose (Allison Williams) durante um fim de semana, mas as coisas rapidamente tomam rumos assombrosos. A genialidade de Peele vêm de trabalhar o medo através de situações do infeliz racismo cotidiano. A sutileza em deixar o espectador desconfortável com comentários preconceituosos, e situações que trazem a tona cenários de violência racial, servem como uma poderosa ferramenta de empatia que vai além das palavras: colocar o espectador nesse lugar de falta de privilégio emplaca com força o seu argumento.

Tanto pelo contexto em que foi lançado, por sua mensagem de impacto, ou então pela ótima técnica cinematográfica, Corra! teve todo o reconhecimento que merece. O filme fez US$255 milhões no mundo todo, teve quatro indicações e uma vitória (Melhor Roteiro Original) no Oscar e, ainda por cima, fez Peele se apaixonar pelo gênero. Desde então, o diretor comandou o também-excelente Nós (2019) e se envolveu com inúmeros projetos de horror, seja o reboot de The Twilight Zone ou de Candyman. O cinema de horror precisa de mais diversidade na frente e atrás das câmeras, e Corra! é o melhor exemplo prático disso.

27/10 - A Bruxa de Blair

Haxan Films/Divulgação

1999
Direção: Daniel Myrick e Eduardo Sánchez

Na lista de 31 filmes essenciais de terror existem alguns que revolucionaram o gênero completamente, marcando uma ruptura clara na história do cinema. Um destes é A Bruxa de Blair, longa de 99 que abriu espaço para uma nova geração de filmes, marcado por longas como Atividade Paranormal, REC, Cloverfield, entre outros. Contando a história de três estudantes que investigam a lenda de uma Bruxa em Maryland, A Bruxa de Blair é composto apenas das supostas gravações que os jovens teriam deixado para trás.

Apesar de não ter sido o primeiro filme a se utilizar da técnica de found footage (em que as filmagens parecem amadoras e simulam registros reais), A Bruxa de Blair marcou época por seu sucesso comercial extraordinário, chegando ao 10º lugar entre as maiores bilheterias de 99, e com isso revivendo o estilo. Isso foi resultado de um comprometimento com o seu próprio mistério muito admirável, comandado pelos roteiristas e diretores Daniel Myrick e Eduardo Sánchez. Os cineastas, em sua produção de estreia, quiseram atores desconhecidos e especialistas em improvisação, fornecendo apenas linhas gerais do que deveria acontecer em cada cena. O resultado é um trabalho totalmente realista, e por isso, aterrorizante. 

Não foi apenas a produção de A Bruxa de Blair que inovou, e o filme também é relembrado por sua técnica de marketing, que divulgou a história como um caso real e os atores como mortos ou desaparecidos. O longa é considerado o primeiro filme a manter sua técnica de divulgação predominantemente pela internet, onde um site divulgava o caso da Bruxa como real, sustentado por depoimentos e relatórios policiais falsos. 

O sucesso de A Bruxa de Blair não foi somente comercial como também de crítica. O filme é considerado uma das maiores realizações do terror além de uma das produções mais aterrorizantes e influentes do cinema. 

28/10 - Alien: O Oitavo Passageiro

1979
Direção
: Ridley Scott

Para ganhar novas fronteiras do medo, o terror passou a se combinar com outros gêneros - e nenhuma combinação deu tão certo quanto o slasher e ficção científica de Alien - O Oitavo Passageiro. A obra de Ridley Scott é tão confiante na definição de seu estilo que, até hoje, não foi superada por ninguém - nem mesmo suas continuações.

Ambientado em um futuro de exploração espacial, seu diferencial não é acompanhar corredores cromados e bravos comandantes, mas sim os comuns trabalhadores de uma lata-velha caindo aos pedaços. A tecnologia retrô, a pegada industrial, o visual operário da tripulação, tudo cria um charme bruto à obra. A lata-velha em questão é a Nostromo, uma nave mineradora cuja missão é interrompida por um pedido de resgate, vindo de um planeta próximo. Chegando lá, a nave é atacada por uma estranha forma de vida que cada vez mais se demonstra mais ameaçadora e letal. A tensão de Alien não vêm só de esconder o visual de seu antagonista, mas também da disputa de poder entre a tripulação e a manipulação por um integrante mal intencionado. O filme funciona tanto como terror, quanto sci-fi e drama. Quem carrega uma mistura tão complexa quanto essa é a tenente Ellen Ripley, de Sigourney Weaver, que tem o conhecimento para questionar seus superiores com propriedade, e também a força e habilidade para combater o monstro quando eventualmente tudo dá errado.

Alien provou que terror não precisa se limitar, podendo até chegar ao espaço. Mesmo em 2019, é um filme atual e cheio do que discutir, do machismo até a exploração do trabalhador por grandes corporações. Até hoje serve como inspiração para a cultura pop, mas ninguém realmente acertou a mão em algo tão redondo, polido, impactante, atemporal e inesquecível. É um daqueles poucos filmes verdadeiramente perfeitos.

29/10 - Pânico

1996
Direção: Wes Craven

No início dos anos 90, o cinema vivia a decadência do gênero slasher, com as maiores franquias ainda tentando sobreviver em continuações desgastadas. Mesmo com o sucesso de O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger em 94, o gênero mostrava todos os sinais de seu fim, mais povoado por fracassos de bilheteria e crítica como Jason vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira e Halloween 6: A Última Vingança. Mas Wes Craven conseguiu ressuscitar o slasher com um filme que explicita as regras e tradições do próprio gênero: Pânico. Lançado em 1996, o filme se tornou o slasher mais bem-sucedido comercialmente em sua época, sendo o primeiro a ultrapassar US$ 100 milhões na bilheteria e o maior terror desde O Silêncio dos Inocentes, de 91. 

Pânico acompanha a vida de Sidney Prescott (Neve Campbell), alvo de um assassino de máscara branca que atormenta suas vítimas com ligações telefônicas sinistras. O filme – assim como suas três sequências – estabelece o suspense de descobrir quem é o misterioso assassino e não poupa violência e sangue, mas é memorável por misturar tudo isso com um senso de humor sarcástico. A consciência e metalinguagem de Pânico, que fala com todas as palavras as leis do terror antes de obedecê-las ou distorcê-las, é o espírito único que a franquia manteve durante seus quatro filmes. 

Um dos fatores decisivos para o sucesso do Pânico foi o poder do elenco, que, ao contrário de slashers clássicos (que normalmente reuniam nomes desconhecidos), trouxe atores bem conhecidos como Neve Campbell, Courteney Cox e Drew Barrymore. Esta, aliás, era o maior rosto do cartaz e foi a grande responsável por chamar o público. Sua morte nos 10 primeiros minutos do filme – em uma das melhores sequências de abertura do terror - ficou conhecida como um dos grandes twists publicitários do cinema.

30/10 - Enigma de Outro Mundo

1982
Direção
: John Carpenter

John Carpenter fez seu nome com Halloween, mas Enigma de Outro Mundo é sua obra definitiva. Adaptando um conto de John W. Campbell Jr., o filme é uma experiência claustrofóbica, que mistura drama e suspense psicológico com gore de altíssimo nível. A trama traz um grupo de pesquisadores em uma base no Ártico que, após encontrarem uma nave congelada, passam a ser atormentados por uma criatura capaz de tomar a forma humana.

Sem dar sinais claros de quem é humano e quem é monstro, o filme coloca personagens e público em perfeita sintonia através da paranoia. É a estrutura de contos de assassinato reinterpretada para o horror. O elenco, liderado pelos excelentes Kurt Russell e Keith David, adiciona bastante personalidade à obra, mas o que segura é a técnica de Carpenter para criar tensão inacabável. A cena do teste de sangue, por exemplo, é de tirar o fôlego até para quem já sabe seu resultado.

Enigma de Outro Mundo não teve uma boa bilheteria na época, com arrecadação de meros US$27 milhões em um orçamento de US$10 milhões. Com o passar dos tempos, sua genialidade passou a ser apreciada com uma enorme legião de fãs. Hoje Carpenter é considerado um mestre do horror, e Enigma de Outro Mundo é essencial para qualquer lista de melhores do gênero.

31/10 - Halloween

1982
Direção
: John Carpenter

Estava fácil de adivinhar que o último filme da lista, em 31 de outubro, seria Halloween. O clássico de John Carpenter, que estabeleceu os rumos do terror e do slasher pelos anos seguintes, mudou as regras do jogo e elevou o padrão de direção no gênero. Halloween é uma obra completa, com trilha sonora inesquecível do próprio Carpenter, a criação de um dos maiores ícones do terror com Michael Myers e direção de suspense e mistério difícil de encontrar até hoje.

Halloween começa com um plano sequência impecável, em que o espectador é colocado no ponto de vista da câmera, de um sujeito misterioso que anda, pega uma faca de cozinha e faz sua primeira vítima. Quando é revelado que o responsável pelo crime é uma pequena criança, Halloween, antes de chegar ao marco de 10 minutos, já realiza diversos feitos: créditos iniciais inovadores (com a filmagem lenta e sinistra de uma abóbora), uma câmera convidativa e misteriosa, e a revelação de uma ameaça inesperada. Quando o filme avança 15 anos ao futuro e revela que aquele garoto se tornou o insano e impiedoso Michael Myers, que acabou de fugir do hospital psiquiátrico, Halloween introduz um dos seus elementos mais importantes: o mal inexplicado.

Em uma noite de matança pela vizinha, Michael Myers persegue uma vítima em particular, a histórica Laurie Strode, interpretada por Jamie Lee Curtis em sua estreia no cinema e no papel que marcaria tanto sua carreira quanto o gênero, onde se tornou a eterna “final girl” (termo usado para se referir à última garota sobrevivente de filmes de terror). Este, aliás, é apenas um dos aspectos que foram cimentados por Halloween. Apesar das sementes do slasher já estarem presentes em filmes como O Massacre da Serra Elétrica ou Noite do Terror, foi a obra de Carpenter que popularizou aspectos como o assassinato de adolescentes promíscuos, telefonemas sinistros e uma música tema para o antagonista.

O legado de Halloween é praticamente imensurável. Inaugurando uma nova era do terror e adentrando o universo de cidades pacatas (até então, assassinos eram limitados à lugares remotos e menos familiares), o filme de John Carpenter ultrapassou US$ 70 milhões de bilheteria (com pouco mais de US$ 300 mil de orçamento), provando o interesse do público nestas histórias e abrindo portas para novas gerações, que até hoje são influenciadas pelo estilo de Carpenter. 

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