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Mulheres especiais na vida do Homem-Aranha

Mulheres especiais na vida do Homem-Aranha

24.05.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

May Parker

Tia de Peter, May criou-o desde pequeno, depois que seus pais morreram. Primeiro, com a ajuda do marido, Ben; depois, sozinha, quando ficou viúva.

May sempre teve um papel fundamental na vida do sobrinho. Foi ela quem, depois de muito custo, apresentou o tímido rapaz à Mary Jane Watson, sua futura nora. Forte de espírito, a velhinha sempre teve saúde frágil. Não raro, sofria ataques cardíacos, ou coisa que o valha. Já viúva, teve dois namorados: o rabugento Nathan Lubensky e Willie Lumpkin, ex-carteiro do Quarteto Fantástico. Nathan foi morto em um conflito envolvendo o Aranha e o Abutre, e Willie desapareceu depois de algum tempo.

A tia May sempre foi o esteio de Peter, seu porto seguro. Graças ao senso de responsabilidade da bondosa senhora e de seu marido, o jovem acolheu a carreira de Homem-Aranha. Antes de se casar com Mary Jane Watson, era ao se lembrar de May que ele reunia forças para superar as mais difíceis situações. Inúmeras vezes, quando tudo parecia perdido, o Homem-Aranha indagava-se como a anciã ficaria sem seu sobrinho, como reagiria se descobrisse que ele era a ameaça mascarada denunciada pelo Clarim Diário. Então, a irrefreável vontade de lutar voltava, fazendo nosso herói superar aquele obstáculo ou derrotar o inimigo. O padrão-ouro destas aventuras é Se este for o meu destino, historia em três partes que representou o auge da fase do desenhista Steve Ditko. Foi publicada, pela última vez no Brasil, em Spider-Man Collection 7 e 8, da editora Abril.

Durante a Saga do Clone May foi dada como morta, mas, pouco depois, reapareceu viva e - dadas as circunstâncias - saudável. Depois do casamento de Peter, a importância de May na vida do aracnídeo diminuiu, mas continua bastante presente.

Betty Brant

Betty Brant foi a primeira namorada de Peter Parker.

Os dois conheceram-se no Clarim Diário. Na época, ela era secretária de editor J. J. Jameson. Apesar de mais velha, logo se apaixonou por Peter. No entanto, nem tudo foram rosas. Além de ciumenta, Betty achava que o rapaz aventurava-se demais. Comparava-o a alguém que ela conhecia cujo nome jamais revelava. Isso impedia que seu namorado a ajudasse. Não tardou muito para que os leitores soubessem que as más recordações da jovem tinham a ver com Gordon, alguém que dificultou muito sua vida.

Amigo de Bennett Brant, o irmão de Betty, Gordon levou-o a se envolver em apostas arriscadas. Na tentativa de saldar as dívidas, Bennett pediu dinheiro emprestado a Blackie Gaxton e não pagou. O mafioso procurou-o em sua casa, mas só encontrou sua mãe. Assustada, a Sra. Brant mandou-o embora, o que irritou o bandido. Ele a agrediu, deixando-a paraplégica.

Com medo de Gaxton e tendo que pagar contas hospitalares, Betty assumiu o lugar da mãe como secretária de J. J. Jameson, o editor mais ranzinza do mundo. Mais tarde, contraiu empréstimos com agiotas, envolveu-se com Octopus e com os Executores.

O tempo tratou de afastar Peter e Betty, deixando o terreno livre para um repórter do Clarim, Ned Leeds. Ele se casou com a moça, mas o matrimônio não durou muito. Ned foi assassinado e levantaram-se suspeitas de que fosse o Duende Macabro. O estado emocional de Betty foi muito abalado. Com a ajuda de Peter, ela se recuperou e tornou-se jornalista do Clarim. Com impressionante determinação, desmascarou a farsa que vinculava seu falecido ao supervilão.

Liz Allen

Linda e popular.

Eis os adjetivos que melhor descreviam Liz Allen, aluna do colégio Midtown na época em que Peter Parker ainda era o magrelo CDF, ridicularizado por seus colegas de classe. O tímido garoto, porém, sentia-se atraído por ela, confirmando a teoria de que os opostos se atraem. Infelizmente, Liz não lhe dava a mínima. Afinal, era namorada de Flash Thompson, o popular capitão do time de futebol americano da escola.

Quando Peter ganhou seus poderes, Liz passou a vê-lo com outros olhos; e aproveitou-se dele para provocar ciúmes em Flash. Mais tarde, ela promoveu sua aproximação da turma da qual também fariam parte Harry Osborn, Mary Jane Watson e Gwen Stacy.

Com o tempo, a paixonite adolescente de Peter desapareceu. Restou apenas uma grande amizade. Liz casou-se com Harry Osborn e passou por maus bocados, principalmente quando a psicose do marido se manifestava e ele assumia a identidade do Duende Verde. A pobre moça ainda culpa, em parte, o Homem-Aranha por muitas de suas agruras matrimoniais. Por outro lado, reconhece que, sem a proteção do herói, talvez ela e o filho tivessem tido um destino mais sombrio nas mãos de seu sogro, Norman.

Depois da morte de Harry, Liz manteve-se no controle das Indústrias Osborn até que o patriarca da família voltasse do túmulo. Atualmente, a maior preocupação de Liz é manter seu filho longe da influência negativa do avô.

Gwen Stacy

Para muitos, a personagem mais querida de todo o elenco de coadjuvantes do Homem-Aranha.

Gwen era a namorada de Peter Parker - e, talvez de todos os seus leitores - durante o início da década de setenta. Meiga, gentil e carinhosa, Gwen até hoje faz falta.

Como tudo na vida de Peter, o namoro dos dois não foi um mar de rosas, mas teve seus bons momentos. A ruína começou quando o capitão George Stacy, pai de Gwen, morreu acidentalmente numa luta entre o Aranha e o Dr. Octopus. Gwen, a princípio, culpava o Aranha pela morte do pai, o que deixava Peter numa situação difícil ao defender a inocência do Aranha.

Quando tudo parecia estar se endireitando, o Duende Verde (Norman Osborn), que conhecia a identidade do Aranha, enlouqueceu de novo e seqüestrou Gwen. Durante o conflito, que se deu sobre a ponte George Washington, o vilão jogou a moça lá de cima. O Aranha tentou deter a queda com sua teia, mas o pescoço de Gwen quebrou-se e ela morreu. A cena da ponte no filme do Homem-Aranha é uma referência explícita a essa história.

Sua morte repercutiu como uma bomba na vida do Homem-Aranha e das pessoas ao redor dele. Pela primeira vez desde que foi picado pela aranha radioativa, Peter Parker desejou tirar uma vida; no caso, a de Norman Osborn. Ao fim da luta, o Duende morreu, porém não pelas mãos de nosso astro.

Outro que se abalou muito foi o professor Miles Warren, secretamente, o Chacal. Ele era apaixonado por Gwen e fez vários clones dela.

Depois de muito tempo de luto, Peter reencontrou, em Mary Jane, o amor que perdera. No entanto, jamais deixou de sentir falta de Gwen, prato cheio para os escritores que, vez por outra, oferecem histórias não contadas de quando ela ainda vivia.

Debra Debby Whitman

Debby era assistente do Professor Sloan, na Universidade Empire State, onde Peter estudava, e apaixonou-se por ele. No entanto, o sentimento não foi correspondido, uma vez que seu colega vivia preocupado com suas notas e a falta crônica de dinheiro. A certa altura, a jovem começou a ter estranhos sonhos nos quais via Peter como o Homem-Aranha. A psicose era reforçada pela vitalidade acima do comum do rapaz e de suas fotos serem as melhores do herói aracnídeo.

Quando o estado mental de Debby agravou-se, Peter decidiu lhe revelar sua identidade secreta. A psicologia reversa surtiu resultado e Debby convenceu-se de que ele jamais poderia ser o Escalador de Paredes. Pouco depois, partiu de Nova Iorque e não tornou mais a aparecer.

Mary Jane Watson

Esposa de Peter, ela demorou para entrar na vida do herói.

No início, May Parker e Anna Watson queriam desesperadamente que seus sobrinhos se conhecessem. Assim, as duas viviam marcando encontros entre os dois. Peter, no entanto, sempre dava um jeito de escapar. Temia que Mary Jane não fosse atraente. Quando o menino não conseguia se safar, era ela quem ficava doente ou coisa do gênero. Meses de fugas nada heróicas depois, ele não teve escolha e conheceu a garota. Só então percebeu como havia marcado bobeira. A sobrinha de Anna Watson era uma linda deusa de cabelos ruivos.

Mary Jane sempre foi estabanada, animada, ousada e independente; pelo menos na faceta que revelava ao mundo. No íntimo, porém, guardava mágoas de uma infância sofrida, sob o jugo de um pai repressor e ausente; um covarde que, no momento de maior dificuldade, abandonou a família. MJ reprimiu, então, as recordações dolorosas, buscando levar uma vida mais empolgante.

Na turma da faculdade, ela era a cabeça de vento. Foi namorada de Harry Osborn e, mais tarde, de Peter Parker.

Modelo profissional, esteve ausente um longo período, viajando pelo mundo. De volta a Nova Iorque, reaproximou-se de Peter, revelando, inclusive, que conhecia sua dupla identidade. Não tardou e ele a pediu em casamento pela segunda vez. Como antes, ela não aceitou. Porém, a recusa não durou muito, e os dois finalmente se casaram.

Mary Jane teve uma filha com Peter Parker durante a A saga do clone. A menina, no entanto, foi seqüestrada por Norman Osborn antes mesmo que seus pais pudessem vê-la. Para o casal, a pequena May Parker nasceu sem vida. Por muitos meses, a própria Mary Jane foi dada como morta.

Brian Michael Bendis, em seu Ultimate Spider-Man, uma revisão anos 2000 do mito do Homem-Aranha, trouxe aos leitores uma versão bem diferente de Mary Jane. A menina linda e estabanada da versão clássica de Stan Lee cedeu lugar a uma garota estudiosa e solitária. No Universo Ultimate, Peter e MJ estudam no mesmo colegial e se conhecem desde a infância.

Felícia Hardy

Filha do ladrão conhecido como o Gatuno. Após a morte do pai, Felícia abraçou sua carreira e tornou-se a Gata Negra.

Um plágio da Mulher-Gato? No princípio, sim. Com o passar dos anos, porém, a personagem diferenciou-se bastante da inimiga de Batman.

Ela e o Aranha entraram em conflito diversas vezes, mas o tempo desenvolveu, entre eles, um sentimento novo, que a levou a se regenerar e se tornar parceira do herói. Ele, inclusive, revelou-lhe sua identidade. No entanto, quando quase morreu nas mãos do Dr. Octopus, o Aranha desfez a parceria. Teve medo de que, sem poderes, a jovem fosse alvo fácil dos supervilões. Frustrada, buscou ajuda onde pôde até ser auxiliada, sem saber, pelo Rei do Crime. Graças ao criminoso, adquiriu o dom de provocar azar em quem a atacasse. Voltou, então, a atuar ao lado de seu colega de aventuras. O romance, porém, não durou, uma vez que, vez por outra, ela cometesse pequenos furtos.

A situação entre ambos agravou-se quando ficou evidente que Felícia não só trazia má sorte a quem a ameaçasse, mas àqueles que se acercassem dela. Com a ajuda do Dr. Estranho, o mal pôde ser desfeito, mas ela perdeu os poderes.

Mais uma vez, Felícia desapareceu. Ao dar as caras de novo, descobriu seu antigo amor casado. Tentou causar ciúmes, namorando Flash Thompson, mas isso não durou.

Hoje, abandonou a carreira de criminosa e tornou-se mercenária. Muito raramente, revive a parceria com o Homem-Aranha.

A Garota-Aranha

Anos atrás, a Marvel expandiu suas fronteiras e iniciou um projeto chamado Marvel Comics 2, ou, simplesmente, MC2. A idéia era apresentar um futuro alternativo, no qual uma nova geração continuaria o legado dos heróis de hoje. Assim, filhos assumiriam a identidade de seus pais e adolescentes de hoje tomariam as rédeas de grupos clássicos.

O Quarteto Fantástico, por exemplo, tornou-se um Quinteto, formado por um Tocha Humana, mais velho, um Coisa sem braço, o cérebro de Reed Richards dentro do robô Herbie, a alienígena Lyja Storm e Franklin Richards, o filho mutante de Reed e Sue.

Wolverine e Psylocke casaram-se e tiveram uma filha com uma mescla dos poderes do pai e da mãe. Adotou o nome de Wild Thing.

Os Vingadores, coordenados pelo agora supercomputador Visão, acolheram novos membros como Nova e Speedball (oriundos dos Novos Guerreiros), Jubileu (X-Men, Geração X), Choque (Thunderbolts) e uma nova versão do Fanático.

O Demolidor também ganhou seu herdeiro na forma do Destruidor. E, é claro, MC2 gerou uma tradução futura do maior herói da Marvel: a Garota-Aranha.

A heroína fez sua estréia em What if... 105. Na história, o escritor Tom DeFalco brincou com a possibilidade de May Parker, a filha de Peter e Mary Jane, dada como morta durante A saga do Clone tivesse sobrevivido. Mutante, pouco depois da puberdade ela desenvolveu os poderes herdados do pai. Seu primeiro desafio foi enfrentar o novo Duende Verde. Norman Harry Osborn, filho de Harry Osborn e Liz Allen, assumiu a identidade do vilão e decidiu se vingar de Peter Parker.

Peter, no entanto, havia muito deixara de ser o Homem-Aranha, desde seu derradeiro confronto com o Duende original. O vilão morrera, mas o herói perdera uma perna, encerrando sua carreira.

Temendo pela vida do pai, May decidiu agir e vestiu o uniforme usado por Ben Reilly quando este assumiu a identidade do Homem-Aranha.

A resposta dos leitores à simpática heroína foi muito boa. Por isso, quando a Marvel descontinuou MC2, ela foi a única a manter seu título. Esse sucesso todo deveu-se a Tom DeFalco, que trouxe de volta ao Universo Marvel o herói (no caso, heroína) adolescente descobrindo seus poderes.

Recentemente, a Garota-Aranha foi alvo de polêmica. Apesar de sua significativa popularidade, a Marvel, por mais de uma vez, ameaçou cancelar sua revista. Quando do primeiro anúncio, os apelos dos leitores garantiram a sobrevida do título, com o preço de capa aumentado de 2,25 para 2,50 dólares. Mais tarde, o editor Joe Quesada voltou a anunciar o cancelamento. Spider-Girl 50 seria o último número. Os fãs mais uma vez se mobilizaram e Joe propôs manter a revista reajustando seu preço para 2,75 dólares. Aí, foi a vez de Peter David sair em defesa do título. Na verdade, o escritor estava defendendo Captain Marvel, a revista que roteiriza. Como Spider-Girl, e Black Panther, o gibi também corria o risco de ser descontinuado. Até o presente momento, as ações de David garantiram nova sobrevida às publicações e evitou o reajuste.

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