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Lá fora: Os lançamentos norte-americanos

Lá fora: Os lançamentos norte-americanos

31.10.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H15

Na seção "LÁ FORA", o Omelete lê e comenta todos os grandes lançamentos em quadrinhos nos Estados Unidos.

Será que aquele projeto que foi tantas vezes notícia aqui rendeu alguma coisa boa ou foi decepcionante? Quais são as novas séries que estão agitando os leitores americanos? Onde estão surgindo os novos nomes, seja de escritores ou ilustradores?

Vamos conferir aqui, sempre atentos às lojas especializadas americanas, as respostas para estas e outras perguntas.

Gotham Central 12

Essa é daquelas séries que você lê e diz: Cara, isso é BOM.

É Gotham City contra o crime: a vida dura e dedicada dos bons policiais do principal distrito numa das cidades mais perigosas dos Estados Unidos. E, se durante a batida, você descobre que o infrator na verdade é um supervilão assassino à prova de balas? E se depois de meses de investigação, Batman resolve tudo de um dia pro outro? Ou pior: e se for o Robin?

Desde a primeira edição, os problemas da polícia de Gotham são representados com perfeição pela dupla de escritores Ed Brubaker e Greg Rucka. É uma mudança de perspectiva em relação aos bat-títulos, num estilo Marvels, que cria ótimas histórias.

Isso sem falar que Brubaker finalmente se achou no bat-universo. Vindo com todas as recomendações para o título central Batman, ele só mostrou a que veio quando assumiu a série da Mulher-Gato (em breve comentários aqui), e agora em Gotham Central. Às vezes escrevendo com Rucka, às vezes sozinho, ele é o melhor do gibi, num páreo duro.

Ou talvez o melhor mesmo sejam os desenhos de Michael Lark. Não é mais aquele traço art decô de Terminal City, mas sim um estilo Alex Raymond ou David Mazzuchelli, que com pouquíssimo traços (ou melhor, manchas) consegue um trabalho expressivo, consistente e interessante.

Olho aberto para não deixar essa revista ser esquecida pelas editoras brasileiras.

Hawkeye 1

Fabian Nicieza repentinamente ressurge na Marvel e é jogado para a nova série que nenhum leitor estava pedindo: do Gavião Arqueiro.

Por que dar um gibi para o Gavião Arqueiro? A primeira edição ainda não explicou.

Clint Barton vai passear na Carolina do Norte, salva moça bonita de valentão num bar e acaba caindo - é claro - no meio de uma briga muito maior envolvendo poderosos da cidade.

Eu já vi isso antes. Não, não a história do bar (quem não já viu isso antes?). Fabian Nicieza escrevendo heróis solitários salvando indefesos e se metendo em sujeiras. Isso era o gibi do Nômade, dez anos e bolinha atrás. Nômade tinha passado, de repente, de parceiro-mirim do Capitão América para cabeludo motociclista herói dos oprimidos que só falava através de recordatórios. A publicação ainda fazia uma homenagem a Lobo Solitário (o mangá), pois ele carregava um bebê. Não era ruim, mas ficou repetitiva depois de um tempo. Hawkeye deve ir no mesmo caminho.

Os desenhos do italiano Stefano Raffaele são um pouco inconsistentes ao longo da edição, mas um colorista melhor faria maravilhas com o traço.

Iron Man 73

Há uns dois anos, a Marvel tentou dar uma chance a escritores da velha guarda: colocou Bruce Jones em Hulk e Mike Grell em Iron Man. Jones e Hulk já entraram para a História. Mas as coisas não foram tão bem com Grell e o Homem-de-Ferro...

Para ressuscitar a série, o editor Tom Brevoort, desta vez, resolveu apostar em um novo escritor. John Jackson Miller, o cara com nome legal e boas idéias, que faz só algumas semanas estreou na editora com Crimson Dynamo, já entra com liberdade para mexer na vida de Tony Stark.

O que inventaram agora? Anthony Stark, Secretário de Defesa dos Estados Unidos. Sim, de uma das nações mais belicosas do mundo. Apareceu algum problema com as patentes que ele havia vendido para o governo americano quando ainda produzia armas (alguns anos atrás, na cronologia Marvel; na década de 70, de verdade), e o único jeito de resolver foi aceitar o convite de um de seus amigos nos altos escalões.

Imagine agora: um cargo importante no governo, visitas constantes à sala oval, eleições presidenciais chegando... até Schwarzenegger se elege hoje em dia, não é? Aguarde...

Sentinel 6

Metade da linha First Wave é dedicada a dar espaço (desnecessário) para heróis e vilões Marvel, como Mística, Venom e o povaréu em The Crew. A outra metade empenha-se a alcançar o público jovem com heróis jovens. E parece que apenas essa segunda parte está tendo sucesso, tanto em vendas quanto em crítica.

Sentinel, cria do escritor Sean McKeever, junta-se a Runaways e Namor num estilo de roteiro que lembra muito os filmes para jovens de Hollywood: fúteis até morrer, algumas idéias boas espalhadas e bom entretenimento para uma tarde de sábado. Não são trabalhos supercriativos, mas sim bem leves e bobinhos. Previsíveis, mas geralmente num bom sentido.

McKeever puxa muita coisa de sua série independente, The waiting place, que, pelo pouco que sei, tem alguns toques de auto-biografia.

Sentinel é sobre um garoto de dezesseis anos aficionado por eletrônica que descobre um robô Sentinela no pátio e ajuda a reconstruí-lo. Em seis edições, porém, o enfoque foi mesmo a vida sacal de high school, garotas e valentões. E como tirar proveito de um robô gigante, claro. Tem um bom pano de fundo para seguir em frente.

Os desenhos da equipe Udon (Deadpool, Agente X) não tem muito a se destacar. Apenas uma coisa: lembram muito o mangá nacional, de Combo Rangers e Holy Avenger.

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