Schulz and Peanuts é a primeira biografia de Charles Schulz, o criador de Charlie Brown, Snoopy e sua turma, a ser lançada após a morte do autor, em 2000. São 670 páginas escritas pelo jornalista David Michaelis, que serão lançadas na semana que vem nos EUA. E já atraem controvérsia.
Schulz and peanuts
Segundo matéria do New York Times esta semana, a família de Schulz aprovou a iniciativa de Michaelis e colaborou com material desde o início - mas não gostou do resultado.
A biografia retrata o cartunista como um homem extremamente melancólico e que estava sempre correndo atrás de várias mulheres. Schulz seria uma versão crescida, e triste, de Charlie Brown. "Acho que ele quis escrever um livro assim, e usou a nossa família", reclama Amy Schulz Johnson, filha do biografado.
Jean Schulz, segunda esposa do autor, diz que o livro "não é um retrato completo. Sparky [apelido do cartunista] era muito mais. Na maior parte do tempo, ele amava rir".
"Acho que a melancolia de Sparky e seu primeiro casamento são mais interessantes de descrever do que 25 anos de felicidade. Felicidade não é divertida", diz a viúva, lembrando que a última frase era a resposta de Schulz quando questionado por que Charlie Brown nunca conseguia chutar a bola.
O filho do primeiro casamento, Monte Schulz, é o principal crítico da biografia. Diz que há diversas inconsistências no relato dos fatos e que a publicação é "um absurdo".
O autor Michaelis comenta que é difícil para uma família ver seu pai de forma diferente do que está acostumada. "Este é o homem que encontrei", relatou o autor, assegurando ao NYT que sua versão da história é a correta.
Schulz and Peanuts traz não só a história de Charles Schulz, mas também comparações de seu estado de espírito com os 50 anos de tiras - reproduzidas nas páginas - que desenhou. A edição da Harper sai dia 16 nos EUA, ao preço de US$ 34,95.