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Sugestões dos Chefs: <em>Exile On Main Street - </em>Rolling Stones

Sugestões dos Chefs: <em>Exile On Main Street - </em>Rolling Stones

14.06.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

Lá se vão os anos 60

Exile on Main Street - Rolling Stones

Lançamento: maio de 1972

Produção Jimmy Miller

Músicos:

Mick Jagger - vocal, gaita, guitarra e teclado

Keith Richards - guitarra, vocal, piano, baixo e teclado

Mick Taylor - baixo, guitarra e vocal

Bill Wyman - baixo, teclado, sintetizador e vocal

Charlie Watts - bateria

Participações Especiais:

Jimmy Miller - percussão e produção

Dr. John - órgão e vocal

Billy Preston - órgão, piano, teclado e vocal

Nicky Hopkins - piano e teclado

Jim Price - órgão, piano e metais

Bobby Keys - saxofone e gaita

Ian Stewart - piano e teclado

Tracklist:
"Rocks Off"
"Rip This Joint"
"Shake Your Hips"
"Casino Boogie"
"Tumbling Dice"
"Sweet Virginia"
"Torn And Frayed"
"Sweet Black Angel"
"Loving Cup"
"Happy"
"Turd On The Run"
"Ventilator Blues"
"I Just Want To See His Face"
"Let It Loose"
"All Down The Line"
"Stop Breaking Down"
"Shine A Light"
"Soul Survivor"



















A década de 1960 foi marcada pela música, pela arte e pelo comportamento. Quem nunca ouviu falar nos hippies? Guerra do Vietnã? Movimento de Paz e Amor? O primeiro homem a pisar na Lua? Drogas lisérgicas, como o LSD? Festival de Woodstock? Beatles, Rolling Stones, The Who, Creedence Clearwater Revival, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Doors e por aí vai.

Tudo isso é fruto dos anos 60, talvez a década de maior valor cultural de todos os tempos e em todos as partes do mundo, principalmente na Inglaterra e Estados Unidos. Enquanto os norte-americanos se metiam mais uma vez numa guerra desnecessária, os jovens vestiam roupas coloridas e saiam às ruas gritando por Paz, Amor e Liberdade. No cenário musical não era diferente, os artistas estavam interessados em arte, drogas, críticas aos políticos e o fim da guerra. (Engraçado como o tempo passa e a situação continua "quase" a mesma).

A ano de 1969, o último de uma importante década, tinha tudo para terminar em grande estilo com o Festival de Woodstock. Mais de 300 mil pessoas em paz, assistindo (chapadas) ao que tinha de melhor na música, com uma exceção: os Rolling Stones.

As lendas contam que Mick Jagger e seus comparsas não foram chamados para o festival por serem muito gananciosos e comerciais. Para dar o troco naquele monte de "bicho grilo", os Stones "inventaram" seu próprio Woodstock, o show de Altamont (Califórnia). A apresentação foi realizada num autódromo, a entrada era franca e a segurança feita pelos Hells Angels - o principal moto clube de toda a história. Sabe qual foi o cachê dos caras? O montante de cerveja que eles agüentassem beber... e olha que não foi pouco.

Altamont teve ainda outras bandas antes dos Stones: Grateful Dead, Jefferson Airplane e Flying Burrito Brothers. Desde o momento em que o público começou a chegar, estava na cara que alguma coisa de ruim iria acontecer. A organização era precária, o local, de difícil acesso, o público superou a expectativa, as drogas rolavam soltas e o clima ficou pesado. Já no show do Jefferson Airplane, um dos Hells Angels bateu boca com o guitarrista da banda e os dois saíram na porrada no meio da apresentação A relação entre o público impaciente e os "seguranças" só piorava a cada momento. Enfim caiu a noite e os Stones chegaram de helicóptero. Subiram ao palco e viram a zona que tinham armado. Mick Jagger pediu calma, parou o show em alguns momentos, mas nada disso evitou a maior tragédia de todas: um jovem negro armado com um revólver foi morto a facadas pelos Hells Angels. Era o fim da década de Paz e Amor. Um belo chute na bunda dos hippongas de Woodstock!

Chegam os anos 70

Aquela conversa furada de "eu te amo meu irmão, pegue esta flor" começou a desaparecer nos anos 70. As drogas eram mais fortes, os jovens mais informados e a música muito mais "pesada". Nesta década aconteceu o fim dos Beatles, mas o mundo conheceu pra valer Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath e Alice Cooper, entre outros. E quem continuava a todo vapor? Rolling Stones.

A banda percebeu a mudança dos tempos e também mudou sua forma de fazer música. As guitarras ficaram mais pesadas, as letras, mais profundas e os shows tornaram-se autênticos cultos ao rock ‘n roll.

A banda

Em 1969, durante a sessão de gravação do álbum Let It Bleed, Brian Jones, o guitarrista da formação original, foi substituído por Mick Taylor, recém-chegado da banda de John Mayall, os Bluesbreakers. Poucos dias depois desta mudança, Brian foi encontrado morto na piscina de sua casa (até hoje sua morte é um mistério). Mick Taylor trouxe uma outra cara para os Stones, uma cara mais blues, mais crua.

O primeiro álbum dos Rolling Stones na década de 70 foi o excelente "Sticky Fingers", lançado em 1971. Nesta "bolacha" estão os clássicos: "Brown Sugar", "Wild Horses", "Dead Flowers", entre outros. Este foi o primeiro disco lançado pela própria gravadora da banda (Rolling Stones Records) e pela primeira vez eles usaram o seu logotipo: a imensa boca vermelha malcriada de língua de fora, inventada pelo papa da Pop Art, Andy Warhol.

O recado estava dado, os Stones eram a maior banda de rock ‘n roll do mundo, mas o melhor estava por vir.

O álbum

Depois de uma turnê muito lucrativa (como sempre), os Stones se exilaram na França para fugir dos impostos britânicos e produzir o seu próximo álbum. Foi justamente no estúdio da casa de Keith Richards que a banda criou sua obra prima. A inspiração foi tanta que Exile On Main Street saiu como um disco duplo. No começo Mick Jagger ficou preocupado, pois seria mais caro que um LP simples, mas logo ele viu que "Exile" se tratava de um marco na história da banda.

O nome inicial do disco deveria ser Tropical Disease, mas foi mudado no decorrer da produção.

Parecia que os Stones tinham voltado às raízes dos seus primeiros álbuns, mas, por outro lado, apesar de não soar nada novo, as músicas eram brilhantes e a energia da banda foi capturada no estúdio. Um trabalho genial, que soa como um disco de rock, blues, soul e até country.

As duas primeiras músicas, "Rocks Off" e "Rip This Joint", são de derrubar qualquer vaso em cima da caixa de som. Ao longo do disco aparecem blues de primeira como: "Shake Your Hips", "Ventilator Blues" e "Stop Breaking Down".

Exile On Main Street também trouxe clássicos da banda, por exemplo: "Happy", "Tumbling Dice" e "All Down the Line". A diversidade musical não pára por aí: "Sweet Virginia" é uma canção folk, "Shine A Light" é gospel e é nesta competente salada de estilos que seguem as 18 faixas do LP.

O grande segredo deste álbum, talvez seja a falta de compromisso da banda com o sucesso, já que em 1972, os Stones tinham inúmeros hits na carreira.

Eles literalmente tocaram com muita vontade e garra somente o que estavam a fim, se divertiram e relaxaram. Muito provavelmente fizeram o álbum abastecidos de substâncias proibidas (principalmente Keith Richards), um fato que não tira nem um pouco o mérito e o brilho do trabalho.

Falando nisso, foi justamente nesta época que Keith começou a pegar "muito" pesado com as drogas, principalmente heroína. Foi proibido de entrar em vários países, inclusive na própria França.

Por todos estes motivos acima listados, Exile On Main Street é considerado pela maioria dos fãs dos Rolling Stones como a maior obra da banda.

Influências

Os Rolling Stones sempre foram influenciados pelo blues norte-americano. Leia-se: Muddy Waters, John Lee Hooker, Howlin Wolf, entre outros.

Alguns pioneiros do rock ‘n roll também serviram de inspiração: Chuck Berry, Bo Diddley, Buddy Holly, etc...

É importante ressaltar que alguns anos antes da banda gravar Exile On Main Street, Keith Richards se aproximou bastante de Gram Parsons - guitarrista e vocalista que tocou no Byrds e no Flying Burrito Brothers. Durante esta amizade os dois trocaram muitas experiências e Keith passou a se interessar muito pela música country e folk.

Influenciados

Bandas influenciadas pelos Stones: Led Zeppelin, Aerosmith, Black Crowes e quase todas as outras que surgiram depois de 1963.

Frases Celebres

"Eu só me senti mal quando larguei as drogas" (Keith Richards).

"Desde que minha foto esteja na primeira página, eu não me importo com o que vão dizer de mim na página 96" (Mick Jagger).

"O que eu seria se não tivesse me juntado aos Rolling Stones? Um marginal, mas um marginal de alta classe" (Keith Richards).

"Quando eu acordo de manhã, escuto Vivaldi e os grandes sucesso de Marvin Gaye" (Mick Jagger).

"Já houve um tempo em nós corremos o risco de nos tornamos respeitáveis" (Keith Richards).

"Às vezes um orgasmo é melhor do que estar no palco. Às vezes estar no palco é melhor do que um orgasmo" (Mick Jagger).

Assista

  • Gimme Shelter - filme que registra a turnê da banda em 1969, inclusive o show trágico de Altamont (Califórnia).
  • Rock n Roll Circus - especial musical da banda feito para a TV ambientado num circo. Participações de John Lennon, Eric Clapton, Taj Mahal, The Who, Jethro Tull, entre outros.
  • Ned Kelly (faroeste) e Performance (drama) dois filmes porcarias de 1970 estrelados por Mick Jagger.

Mais sugestões dos chefs:

The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars - David Bowie
Nevermind - Nirvana
Substance - New Order
London Calling - The Clash

Paranoid - Black Sabbath

Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band - The Beatles
Pet Sounds - The Beach Boys
Revolver - The Beatles
Parklife - Blur
Dois - Legião Urbana
Never mind the bollocks (here´s the Sex Pistols) - Sex Pistols







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