Música

Entrevista

Omelete Entrevista: Jack White, Jimmy Page e o diretor Davis Guggenheim

Guitarristas e o cineasta comentam o documentário A Todo Volume

27.01.2010, às 17H00.
Atualizada em 05.12.2016, ÀS 10H03

Não é todo dia que você tem pela frente guitarristas como Jack White (White Stripes) e Jimmy Page (Led Zeppelin). Mas os dois se juntaram ao diretor Davis Guggenheim para falar do filme A Todo Volume (It Might Get Loud), em que trabalharam ao lado também de The Edge (U2). Além do filme e como foi trabalhar junto, eles falaram sobre Guitar Hero e seus próximos projetos.

Confira abaixo, na Galeria de Vídeo (requer Quicktime) ou na transcrição feita por Carina Toledo:

Muito obrigado pelo seu tempo. Eu achei que o filme foi muito bom e eu realmente aprendi muita coisa. Foi uma surpresa o tanto que eu aprendi. A primeira é: vocês são muito experientes, tanto na música quanto no cinema. Vocês conseguiram tirar desse filme coisas para seus próximos projetos? Vocês aprenderam coisas novas?

Jack White: Eu acho que sim. Eu acho que você sempre tira alguma coisa quando está trabalhando com outros músicos. Mesmo só numa conversa com outros músicos, você consegue tirar muita coisa. E esse filme foi a gente realmente tocando juntos, e tocando juntos sem que ninguém dissesse "Toque esta música" ou "faça aquilo". Nós estávamos só tocando juntos e aí alguma coisa surgia dali. Alguém tinha uma ideia e nós explorávamos aquilo. Não dá pra evitar, acaba te influencidando.

O que eu ia dizer é que vocês três, quando estavam filmando e tocando juntos, havia uma energia que dava pra sentir pela tela. Eu conseguia sentir isso enquanto estava assistindo. Quando vocês estavam lá, vocês conseguiam sentir como aquilo era especial, no momento?

Jimmy Page: Sim, era uma coisa muito poderosa, quando estávamos tocando juntos. Até porque não tinha um roteiro. Nós íamos encontrando nosso caminho no meio de tudo isso. E as coisas iam se revelando e surgindo. Eu devo dizer que quando começamos a tocar as guitarras juntos você tinha esses três sons de guitarra muito característicos todos tocando juntos. Então, sim, isso foi muito forte.

Davis Guggenheim: Eu não sou o The Edge. Porque como é sobre três caras tocando, eu me sinto um completo impostor nesse momento. Viu, desculpa?

Tem várias coisas novas nesse filme. Tem vocês mostrando suas casas, e você escrevendo uma música em cena. Vocês poderiam falar sobre todas as descobertas que entraram nesse filme, e como isso foi especial?

DG: Eu falo sobre isso, porque pra esses caras é o dia-a-dia. Eu já vi muitos documentários sobre música que não mostram como se escreve uma música, e não mostram músicas originais. E eles são construídos em cima da distância entre a platéia e o rock star. E aqui nós estamos realmente aprendendo o que significa escrever músicas.

Eu preciso perguntar: recentemente os games Rock Band e Guitar Hero foram uma grande influência, porque tem muita gente jogando esse negócio. Qual a opinião de vocês sobre eles e os videogames de música em geral? Vocês acham que isso é uma coisa boa, uma coisa ruim?

JW: É legal que tem um componente musical nisso, quer dizer, se você vai passar oito horas por dia na frente de uma tela então pelo menos tem um componente musical. E talvez isso seja uma ponte para algo mais profundo. Eu espero que isso seja uma ponte para algo mais profundo, especialmente pras crianças, para ir mais longe na música e pegar um instrumento de verdade também.

DG: Eu não deixo o meu filho jogar isso. Ele pediu. Se ele for ficar treinando algo durante seis horas por dia, que seja aprendendo a tocar uma guitarra de verdade, ao invés de apertar um botão amarelo. Eu espero que esse filme seja o antídoto disso, porque aí as pessoas vão ver como é de verdade.

JP: É, eu já tive muita gente chegando pra conversar comigo, os pais falando que eles e os filhos começaram a tocar guitarra, mais do que eles começaram a jogar videogame juntos. É um aspecto de novidade para os fãs, que a guitarra não é mais. A guitarra é uma coisa séria e eu gosto de pensar nas pessoas passando horas tocando cordas, usando isso como um instrumento terapeutico e um instrumento desafiador também.

Vocês estão sempre trabalhando, em cinema e música. Vocês poderiam falar o que vocês vão fazer no futuro?

JW: Eu tenho uma banda agora, chamada Dead Weather com quem estou tocando, mas não guitarra. É isso que vou fazer: vou estar em turnê nos próximos meses.

DG: Um documentário sobre educação pública, um olhar compreensivo das nossas escolas públicas.

JP: Eu tenho o início de um projeto muito ambicioso, que eu espero começar a montar a base pra ele em dezembro e no começo do ano novo. Mas eu não posso te dizer o que é, porque é ambicioso.

Okay. E eu preciso perguntar... Eu só consigo imaginar o quanto vocês se divertiram fazendo esse filme. Você poderia falar um pouco sobre o que vai ter no DVD, o que as pessoas poderão esperar?

DG: Cenas extras de cada um deles tocando guitarra. Cenas extras dos três juntos, tocando coisas incríveis. Às vezes as melhores cenas acabam cortadas na edição porque elas não cabem no contexto maior. Mas nós mostramos essas cenas à Sony e eles piraram. Umas dez ou quinze cenas muito boas. Closes tocando guitarra, de músicas longas. Coisas em profundidade. O sonho de todo fã de guitarra.



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