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Novidades musicais

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28.06.2004, às 00H00.
Atualizada em 14.12.2016, ÀS 16H02

Esta é mais uma seção Omelética. Agora, além das principais estréias nos cinemas, os filmes que chegaram às locadoras e os últimos quadrinhos lançados Lá fora, você também terá uma coluna com os principais Lançamentos musicais.

Novo Mundo - Picassos Falsos 4.5

Novo mundo

Picassos falsos (Psicotrônica)
4,5 ovos

Eles esperaram a onda passar. A idéia, ou melhor, o objetivo era não serem confundidos com mais uma daquelas bandas que, depois de viver bons momentos durante a década de 80, caiu no ostracismo e tentou se reerguer a qualquer custo em um clima de nostalgia interminável. O terceiro disco dos cariocas do Picassos Falsos chega via gravadora Psicotrônica, para dar continuidade a um trabalho interrompido há 15 anos.

E o termo é esse mesmo: continuidade. Humberto Effe (voz e violão), Gustavo Corsi (guitarra), Romanholli (baixo) e Abílio Rodrigues (bateria), parecem nunca ter parado de tocar juntos, a não ser pelo fato de que hoje são músicos bem mais competentes e de que as composições soam mais maduras. Desde seu segundo álbum, Supercarioca (1988), quando ganharam alguma projeção em rádio e TV, eles já misturavam samba, baião e guitarras, em uma época em que essa mistura - que mais tarde se tornaria moda - ainda era tentada por poucos.

Está tudo ali mais uma vez presente: samba ("Rua do desequilíbrio"), baião ("Presidente Vargas"), guitarras ("Até onde for seguir"), baladas ("Novo mundo"). Tem até regravação de Ismael Silva, "Me diga seu nome", a única faixa não autoral do CD. Quase todas as demais 12 músicas são de Humberto Effe, com exceção da vinheta instrumental "Avenida", de Gustavo Corsi. Bacana é saber que em tempo de vacas magras no pop/rock nacional, o quarteto veio para ficar e não apenas encher o bolso de dinheiro com acústicos ou discos ao vivo.

Franz Ferdinand - Franz Ferdinand

Franz Ferdinand

Franz Ferdinand (Trama)
5 ovos!

É bom poder terminar de ouvir as 12 faixas de um CD de uma dessas bandas "eleitas" pela crítica como a "salvadora do rock" ou coisa parecida e pensar: "Que maravilha! Eles não se parecem com ninguém!" É isso. Esses escoceses não tentam trazer à tona influências explícitas demais, que remetam o ouvinte lá para os anos 80. Eles se parecem apenas com todo mundo e com eles mesmos.

Não há nada de super original no som da banda, mas apesar disso, suas músicas têm um frescor delicioso. Dançantes - como os singles "Take me out", "This fire" ou "Come on home" - e nada parecidas com o rock mais deprê de grande parte dos grupos dos últimos tempos.

O que talvez seja o mais interessante neste trabalho de estréia dos caras (eles tem um EP lançado ano passado, mas que não chegou ao Brasil: "Darts of pleasure"), é exatamente esse clima "para cima" que rola o disco todo. As letras, às vezes nem tão alegres assim - como em "Cheating on you" - também fazem bonito.

Leia outra resenha sobre o Franz Ferdinand

Hopes and fears - Keane

Hopes and fears

Keane (Universal Music)
3,5 ovos

O mesmo já não dá para falar de Keane. No estilo Coldplay de ser, eles vêm com baixo, piano e bateria e apresentam um disco lento, arrastado e melancólico demais. Os mais radicais diriam que a falta da guitarra é o problema, que sem o instrumento não é possível fazer bom rock n roll. Mas não é tão simples assim.

O problema não se resume à falta de peso no som. A faixa de abertura, "Somewhere only we know", por exemplo, até causa uma primeira boa impressão. Mas cerca de 45 minutos depois, o disco ainda espera por alguma coisa que é difícil detectar de que se trata. É uma falta de animação mesmo.

Em nenhum momento pode-se dizer que a música é ruim. Bons instrumentistas, bom vocalista, boas letras e uma produção caprichada. Mas o disco não engrena, não empolga. E o pior, definitivamente a banda não tem nem metade do carisma que Chris Martin e companhia nos mostraram ter quando fizeram shows por aqui. Tudo bem. Vamos dar uma chance. Talvez o Keane seja diferente no palco.

Leia outra resenha sobre o Keane

Unbreakable - Scorpions

Unbreakable

Scorpions (BMG)
3,5 ovos

Muitos disseram que este seria o disco de redenção da banda alemã que, desde meados dos anos 80, mais precisamente desde "I steel loving you", esqueceu o que é fazer rock n roll de verdade. É, mas que os antigos fãs não se iludam: a farofa pode estar até mais bem temperadinha, mas ainda está lá, presente, grudenta.

Vale lembrar que guitarras barulhentas não são necessariamente sinônimo de peso. Agora, falando sério, depois de mais de três décadas na estrada, eles já deveriam saber disso.

Outras novidades:

27/05/2004 - Lenny Kravitz, Alice Cooper, Legião Urbana e Marcelo Bonfá
04/05/2004 - Matchbook Romance, Mendoza Line, Bangalafumenga, Jimi James

08/04/2004 - Paralamas, Unkle, Karnak, Escola de Rock

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