Música

Artigo

Iron Maiden: <i>Dance of death</i>

Iron Maiden: <i>Dance of death</i>

17.10.2003, às 00H00.
Atualizada em 12.11.2016, ÀS 03H06
Dance of death - Iron Maiden
5 ovos!
O Iron Maiden dispensa apresentações. Surgido na Inglaterra no final dos anos 70, o grupo foi um dos destaques do NWOBHM - o New wave of British Heavy Metal, algo como A nova onda do Heavy Metal britânico -, tornando-se, em mais de vinte anos de carreira, uma das maiores bandas heavy metal - senão a maior - de todos os tempos.

O recém-lançado Dance of death, traz de volta um Iron Maiden renovado - haja vista as orquestrações - e em plena forma. Desde o trio The number of the beast, Piece of mind e Powerslave, não se via a Donzela de Ferro tão bem entrosada e com tantas músicas excelentes num só álbum.

Desde seu último trabalho em estúdio, Brave new world, sua formação é a mesma, a saber: Bruce Dickinson (vocais), Steve Harris (baixo), Dave Murray, Adrian Smith, Janick Gers (guitarras) e Nicko McBrain (bateria).

A dança da morte começa com Wildest dreams, faixa típica da abertura de todos os discos do Iron Maiden, com exceção de The X factor. Rápida, direta, sem muitas variações, trata-se de um heavy metal tradicional, com refrão empolgante. Foi o primeiro single da bolachinha a ser lançado.

Rainmaker vem em seguida. De curta duração, lembra bastante o som que Bruce Dickinson fazia no começo de sua carreira-solo. Não é muito pesada, mas tem um refrão legal e uma ótima interpretação. Atenção para os solos de guitarra.

O vocalista é também destaque na próxima faixa, No more lies. Ela começa com um ritmo bastante cadenciado, lembrando algumas composições de The X factor e Virtual XI, antes de realmente engrenar o peso tradicional do Iron Maiden. A música é a primeira do disco a apresentar orquestrações.

Finalmente, Montségur traz um dos principais traços do grupo: as composições épicas. Baseada em uma das incontáveis chacinas perpetradas pelos templários durante as cruzadas, a faixa já começa no pique, pesada, e se mantém assim até o final. Ótimos riffs e solos de guitarra, além do refrão empolgante, do tipo grudento, são os destaques desta candidata a ser um dos hits do álbum.

Dance of death, a mais longa do disco, disputa cabeça a cabeça o título de melhor música com Montségur. Inicia-se cadenciada e leva praticamente três minutos - de seus quase nove - para se acelerar. Quando isso acontece, o Iron Maiden mostra por que é o melhor no que faz. Destaque para os três guitarristas e para as orquestrações.

Gates of tomorrow mantém a qualidade. O início lembra bastante o hard rock dos anos 70, especialmente aquele praticado por bandas como o AC/DC. Os vocais dobrados (duas vozes ao mesmo tempo, ambas de Bruce, gravadas em canais diferentes) provocam estranheza, mas nada que comprometa a canção, cujo refrão é bem legal.

Demorou vinte anos, mas finalmente o baterista Nicko McBrain contribuiu para valer numa composição do Iron Maiden. New frontier segue a mesma fórmula de Wildest dreams e serviria até para abrir o álbum: tem poucas variações, começa pesada e vai assim até o final.

Paschendale é outra candidata a destaque. Composição épica, narra uma batalha, provavelmente da Primeira Guerra Mundial, na França. Começa cadenciada, parte pra tonelagem, volta a ser cadenciada e assim vai, alternando seções melódicas e pesadas. Apresenta diversas partes orquestradas e um teclado excelente, além, é claro, de guitarras bem encaixadas e a bela voz de Bruce.

Face in the sand também se inicia leve, com uma atmosfera, graças às orquestrações, incomum em músicas da Donzela. A sensação permeia toda a faixa, uma das mais cadenciadas de todo o disco.

Uma das características mais marcantes desta nova fase é o fato do Iron Maiden deflagrar as composições de forma suave, antes de adicionar mais peso. Age of innocence não foge à regra. Traz interessantes riffs de guitarra - especialmente para quem adora balançar a cabeça - e um refrão cativante.

Semi-acústica, Journeyman encerra o álbum. vem recheada de orquestrações e, uma vez mais, um belo refrão. Fecho de ouro em mais um excelente trabalho do Iron Maiden.

Com Dance of death, o grupo volta à velha forma que o consagrou. Ao lado de Live, do Blind Guardian, é um dos destaques de 2003 e não duvido que a mídia especializada o eleja o melhor lançamento de heavy metal do ano.

Quem diz que os solos de guitarra estão fadados a desaparecer com certeza deveriam escutar esse álbum.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.