O Omelete passou uma hora no estande da Sony Online Entertainment na Comic-Con para conversar com Chris Cao, chefe criativo do estúdio de desenvolvimento da empresa em Austin, Texas. O tema da conversa foi DC Universe Online, o primeiro MMORPG (jogo online para multidões) povoado por personagens da editora, como Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Coringa, Lanterna Verde...

O produtor informou que cerca de 150 personagens da DC Comics foram licenciados para o game, entre heróis, vilões e elenco de apoio, como Alfred, Lois Lane, Jimmy Olsen e Comissário Gordon, entre outros. "Quisemos ter certeza de popular esse mundo com personagens diversos para dar ao jogador a certeza de que ele está dentro do mundo dos quadrinhos", disse.

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Sobre a jogabilidade, os produtores optaram por uma abordagem completamente diferente do modelo existente dos MMOs, com combate por turnos. "Esse tipo de ação não é muito super-heróico, então mudamos tudo para um sistema de combate em tempo real. O que fizemos foi montar um universo com regras de simulação de física realista, para que os poderes parecessem mais reais. Por exemplo, se eu tenho poderes de raios e aponto para alguém e atiro, se algo entra no caminho recebe o impacto". Os únicos que não são atingidos são os companheiros do jogador.

E por companheiros refiro-me a quase 50% do servidor, já que as escolhas em DCU Online são muito claras. "A DC é uma editora nostálgica, na qual existem os gatos pretos e os gatos brancos. Dá pra testar um pouco os limites, mas basicamente ou você é um herói ou um vilão", esclarece Cao.

O sistema de missões do game será baseado em uma trama geral e sub-tramas. No game que jogamos havia uma invasão de Metrópolis por Brainiac em andamento. Simultaneamente a ela outros acontecimentos se desfraldavam: Bizarro apareceu na cidade e começou a auxiliar o robô e Lex Luthor - em sua armadura roxa e verde - coletava energia para seus fins. Supergirl, Superman e Lanterna Verde apareceram no local e solicitaram ajuda. Assim, as possibilidades eram as seguintes: Auxiliar Supergirl e Lanterna Verde a enfrentar Bizarro (sem deixá-lo muito nervoso, já que ele é um Personagem Não-Jogador - ou NPC - poderosíssimo e você ainda está no início de carreira), ajudar Superman e encarar Lex Luthor ou minar as forças de Brainiac (humanos transformados.). Para tanto era necessário derrubar os humanos e depois retirar deles os nano-vírus do andróide.

As missões, porém, não são passadas aos jogadores da maneira tradicional dos MMOs, em que geralmente você precisa encontrar um NPC para iniciá-las. "É bastante dinâmico. Os objetivos mudam a todo instante e as alterações são transmitidas pelo comunicador".

A ação foi empolgante e os personagens muito fáceis de controlar. O sistema de vôo é bastante intuitivo e todos os poderes facilmente acessáveis. Uma das coisas mais divertidas que fiz - e que gerou até empolgação entre os produtores - foi congelar Lex Luthor, apanhá-lo do chão e arremessá-lo no alto de um edifício. Depois, com ele abalado e tentando se recuperar, disparei lasers de longe. Mas a farra não durou muito. O vilão não tardou para se recuperar - e como eu lancei-o longe dos outros heróis - acabou dando uma surra na Lanterna Verde que eu controlava. De qualquer maneira as possibilidade de combate são enormes.

"O objetivo do nosso jogo é ação desenfreada é insana. Você pode voar, correr em super-velocidade, disparar raios e muito mais", garante Cao. Esses poderes são definidos na tela de criação de personagens (que não estava disponível no teste). "Você começa com vários deles, mas só pode escolher quatro por vez para usar. Esses poderes podem ser aprimorados com o tempo, mas desde o começo é possível usá-los todos nos módulos básicos". Esse modelo permite que os jogares combinem táticas entre si e funcionem de maneira otimizada dentro de uma estratégia em grupo, já que será possível criar ligas e legiões dentro dos dois lados. "Foi nossa intenção desde o início facilitar essa interação", disse o produtor. Serão centenas de poderes que podem ser combinados e manifestados como os jogadores quiserem. Como um exemplo, o responsável pelo estúdio disse que o disparo de raios pode acontecer a partir dos olhos, de seu anel, dos dedos, ou de pistolas duplas, entre outros elementos, tornando quase impossível que dois personagens sejam iguais.

Entre uma missão e outra, heróis e vilões poderão ir para suas sedes e esconderijos e relaxar. Trocar itens, idéias e planejar. "Se você for bom o suficiente pode até ser convidado para o satélite da Liga da Justiça", explica Cao.

Mas, afinal, planejar o quê? "Um ataque ao esconderijo de Lex Luthor ou uma invasão à Bat-caverna, por exemplo. Também haverá territórios a serem conquistados e há um elemento de 'conquista do mundo' sobre o qual ainda não podemos falar a respeito", adianta.

Por último, Cao falou sobre o envolvimento do ilustrador Jim Lee - ele também um fanático por videogames - no projeto. O astro da DC Comics e sua equipe na WildStorm estão cuidando de todos os aspectos criativos relacionados ao visual do jogo. Quanto às histórias da missões, roteiristas da DC estão ocupados criando desafios e arcos. Perguntei ao produtor se veremos algum dia crossovers entre o universo do game e os quadrinhos e a resposta foi afirmativa. Heróis e vilões de destaque no jogo podem até mesmo ganhar versões nos títulos da editora - obviamente se forem suficientemente criativos - e grandes eventos das HQs serão adaptados para o jogo.

"Afinal, não seria um game da DC sem uma Crise ou outra", brinca Cao.

O game está em desenvolvimento para PCs e Playstation 3 pela Sony Online Entertainment e sai em 2009.