Aquaman | 8 revelações de James Wan sobre o processo criativo

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Aquaman | 8 revelações de James Wan sobre o processo criativo

Conversamos por telefone com o diretor do novo longa da DC

13.12.2018, às 18H26.

Equilíbrio. Essa é a palavra repetida por James Wan ao falar por telefone sobre o processo criativo de Aquaman. Conhecido principalmente por filmes de terror como Jogos Mortais (2004) e Invocação do Mal (2013), o diretor comandou o emocionante Velozes e Furiosos 7 (2015) - que marcou a despedida de Paul Walker - mas nunca teve em suas mãos um projeto tão grandioso quanto o longa do Rei dos Mares.

Reunimos abaixo os maiores detalhes revelados por Wan durante nossa entrevista:

 

A grandiosa Atlantis

“Nós já vimos um pouco do Aquaman de Jason Momoa em Liga da Justiça, mas acho que as pessoas nunca viram esse mundo [Atlantis] antes. Para mim, como cineasta, é empolgante apresentar aos fãs e ao público ao redor do mundo um lugar único, que nunca vimos antes no universo de super-heróis. Espero que isso seja bem empolgante, dar vida à esse mundo nas telonas”.

Conversas debaixo d’água

“É engraçado porque as pessoas pensam que esse momento deveria ser muito técnico ou algo assim. Nós temos conversas debaixo d’água e coloquei alguns elementos visuais, como partículas, e fiz as vozes soarem como se estivessem embaixo d’água. Mas no fim das contas, eu não quis dar muito destaque à isso, porque realmente se torna uma distração. Sempre que os personagens falam tem tanta coisa acontecendo ao redor que se torna incômodo. Percebi que precisava mesmo pegar a essência do que é conversar debaixo d’água, e depois deixei os atores livres. Não acho que preciso pensar muito sobre isso. Então quando assistir ao filme, você vai só perceber ‘ah, eles estão falando debaixo d’água’. O público vai se surpreender o quanto isso é simples no filme”.

Participação de outros heróis da DC

“Não tenho certeza se posso falar isso sem entregar nada, mas posso dizer que fui muito influenciado pelo cânone do universo de Aquaman. Tentei pegar o máximo de inspiração possível desse mundo particular, sem necessariamente… sabe, no fim, eu quero fazer meu próprio filme sem ser contagiado pela narrativa de outros personagens e sem precisar trabalhar com eles na história. Então na maior parte do tempo meu foco está no meu personagem principal e no mundo em que ele vive”.

Efeito em cenas molhadas e secas

“Sempre senti que iríamos além dos limites em algum nível. Todos nós vivemos nesse mundo do cinema e da tecnologia e sabíamos que uma grande parte do filme seria feita com efeitos visuais e coisas assim. Mas mesmo assim, entrar em um projeto tão grande com tantos efeitos visuais me deixou bastante alerta. Sobre a parte de fazer efeitos molhados ou secos, no fim das contas há muitos efeitos visuais e é difícil encontrar um equilíbrio, entre o que é feito com os atores mesmo e o quanto disso você coloca na cena final, porque o mundo inteiro é criado digitalmente. Então sim, tentei encontrar um equilíbrio. Os humanos não são feitos para nadar como um tiro debaixo d’água, essa é uma realidade que nós tivemos que considerar”.

Diferença entre os reinos do mar

“O conceito aqui é que os sete mares, ou reinos, se separaram de Atlantis há muito tempo. Imagine que Atlantis era como uma grande civilização, e a cidade se separou quando afundou. Eles tinham algumas tribos e um rei antigo que era capaz de uni-los. Mas quando Atlantis afundou, eles separaram e começaram a viver individualmente. No curso de centenas de anos, cada um criou sua própria civilização e uma cultura diferente. Nossa história principal foca na cultura daqueles que ficaram no centro de Atlantis, que evoluíram e se tornaram os atlantes. Também mostramos o reino do personagem de Dolph Lundgren, existem outros dois que são importantes, mas temos vislumbres e interagimos com diferentes raças e culturas dos outros reinos também. Sobre os nomes, há o reino de Brine, o reino de Trench e o reino dos Fisherman, são esses que abordamos”.

Gênero do filme

“Posso dizer que é um pouco de tudo. É um filme de ação e aventura, então você precisa de todos os diferentes tons que acompanham um filme de ação, certo? Você precisa do espírito de uma história que acontece no alto mar, nos sete mares, por assim dizer. Existem algumas partes engraçadas também e por ser um filme de super-heróis há um peso, mas espero alcançar um equilíbrio. Como cineasta, eu sempre acreditei em levar o público em uma montanha-russa emocional. Até mesmo nos meus filmes de terror eu coloco alguns momentos de humor, para as pessoas terem uma emoção diferente antes da parte assustadora. Essa é uma coisa que aprendi, coloquei nesse filme e, no fim das contas, quero que as pessoas tenham uma boa experiência. Então há todas essas emoções e romance também. Quando você faz um filme em que um homem que trabalha em um farol se apaixona por uma ‘sereia’, há muito romance nessa história”.

Elementos dos quadrinhos e de Liga da Justiça

“[Aquaman] é um personagem que foi apresentado em Liga da Justiça e claro que quero respeitar isso e o personagem que Jason Momoa criou, mas agora quero mostrar o protagonista nessa jornada de descobrir quem ele é. Então no meu filme ele não começa definido, ele é um rei relutante. Ele não quer ser o comandante dessa cultura e desse reino no qual ele não cresceu, e ele os culpa por um ponto da história que não quero entregar. Ele não quer ter nenhuma relação com Atlantis, mas é colocado nisso e há uma causa maior na qual ele precisa pensar. Ele precisa reavaliar sua posição no mundo e o que significa fazer a coisa certa. Acho que essa foi a parte mais divertida para mim e Jason Momoa: criar esse personagem que não sente que pertence a nenhum mundo. Ele não se sente aceito no reino do mar, mas também não se sente aceito na superfície porque as pessoas o tratam como uma aberração. Então ele percebe que tem o melhor dos dois mundos e parte da diversão é vê-lo chegar a essa conclusão”.

Os vilões

“As pessoas não têm familiaridade com esses personagens além dos quadrinhos, então eu tenho a tarefa de apresentar os personagens e esse mundo na tela grande. Percebi que grande parte da narrativa tem origem na família, que é o meu tema neste filme. Patrick Wilson interpreta o rei Orm, meio-irmão do Aquaman, e senti que ele era um personagem natural para o Aquaman fazer oposição. Algumas pessoas acreditam que Arthur tem direito ao trono por ser o primogênito, mas Orm é o filho que cresceu em Atlantis e é o rei atualmente. Há uma dinâmica interessante em ter um contra o outro, já que eles são irmãos e têm essa relação de sangue. Há esse sentimento de competição entre irmãos, de amor e ódio entre eles, que eu considero fascinante. Por conta disso acho que ele é um bom antagonista para o solo do Aquaman. E claro que o Arraia Negra, personagem do Yahya [Abdul-Mateen II], entra nessa grande história também, mas não vou entregar muita coisa”.

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