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Shrek Terceiro

Seguindo "maldição" do terceiro filme, ogro da Dreamworks também termina mal sua trilogia

14.06.2007, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H25

A tarefa era difícil: tornar popular um monstro verde de mais de dois metros de altura, solitário e mal educado. Parecia até tema de reality show. Mas o fato é que em 2001 a Dreamworks Animation conseguiu. Ao lançar Shrek, ela logo de cara encheu seus cofres de dólares e, mais tarde, no início do ano seguinte, ganhou o Oscar de Melhor Longa-Metragem em Animação. A fórmula era simples: fuja das fórmulas.

Ao avacalhar com os contos de fadas, muitos deles famosos pelas adaptações feitas por Walt Disney, a animação conquistou um público que antes usava filhos e sobrinhos como desculpa para ir ao cinema ver um "desenhinho". Veio Shrek 2 e mais dinheiro foi somado às gargalhadas pela nova - e ainda melhor - história.

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Eis que chega agora Shrek Terceiro (Shrek the Third, 2007). E seguindo a "maldição" do ano em que as trilogias se fecham, mais uma vez fica aquele gosto amargo de que o nível caiu. Quem se acostumou a passar mal de rir com as piadas que eram colocadas no roteiro discreta ou escancaradamente vai conseguir dar lá as suas risadinhas, e nada muito além disso.

Um dos poucos momentos realmente engraçados, e que deve arrancar gargalhadas de adultos e crianças, é a morte do Rei (John Cleese), pai de Fiona. É este óbito que desencadeia toda a história que se segue, pois Shrek seria o herdeiro do trono, mas quer mesmo é voltar para o seu "Pântano, Doce Pântano". Literalmente em seu último fôlego, o rei solta que há uma alternativa: Artie, um parente distante, que poderia ser coroado o novo comandante do Reino de Muito Muito Distante.

Partem, então, o ogro e seus fiéis companheiros Burro e Gato de Botas no encalço do tal fedelho. Na despedida, Fiona conta ao seu marido que está grávida. A notícia deixa Shrek totalmente abalado. Ele carrega traumas da sua infância e teme não ser um bom pai. Esta carga dramática que o diretor estreante Chris Miller tenta impor não se encaixa ao que vinha sendo contado até então e quebra o ritmo da narrativa. Soma-se a isso o fato de ter duas histórias paralelas, já que enquanto Shrek parte atrás de Artie, Fiona fica no castelo com sua mãe e as outras princesas, e o Príncipe Encantado trama um golpe de estado contra o Reino de Muito Muito Distante. Sem o foco e nem a graça anterior, o terceiro longa-metragem sai perdendo também no quesito ação, já que não há grandes lutas ou perseguições, que eram usadas para parodiar os filmes de ação (como a hilária cena do Pinóquio em Shrek 2) ou os clássicos da animação. Exceção feita à cantoria da Branca de Neve, que vai muito além dos passarinhos bonitinhos voando ao seu lado... mas é pouco.

Apesar de parecer muita coisa para resolver, o filme tem apenas confortáveis 92 minutos, o que não deixa muito espaço para enrolação. Tempo suficiente para ver a evolução gráfica. Os personagens estão cada vez mais realistas, embora sejam ogros, gatos de botas e burros que falam. Pena que o roteiro não acompanhou essa evolução, apelando para a fórmula pronta. Não que a história seja ruim, ela apenas está abaixo dos outros dois filmes anteriores. Falta a quebra dos paradigmas que tornaram a série tão divertida. Se nos anos anteriores eu fui ao cinema pelo menos duas vezes (uma para ver a versão dublada e outra em sessão legendada), agora, a segunda vez só se for no DVD e obrigado pelos meus filhos.

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