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Entrevista

Omelete Entrevista: Michelle Rodriguez, de Velozes e Furiosos 4

Bad Girl, ela garante, está mais calma

01.03.2009, às 19H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Michele Rodriguez só faz papéis de garotas duronas. Desde que despontou em Boa de Briga teve sua carreira marcada por personagens fortes, moças que não levam desaforo pra casa e que sabem muito bem se cuidar. Não foi por acaso... durante boa parte de sua carreira ela esteve envolvida em confusões e foi presa por dirigir embriagada e excesso de velocidade, entre outros percalços com a lei. Pagou sua pena com serviços comunitários e hoje, garante, acalmou. Parte do elenco original, ela retorna, ao lado de Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster para o quarto filme da série Velozes e Furiosos. Conversamos com a atriz em Los Angeles sobre suas cenas de ação, como foi trabalhar com o diretor Justin Lin, os carros e, claro, um certo filme aguardadíssimo chamado Avatar... Confira!

O que você pensou quando soube que os produtores queriam trazer todo o elenco original para esta sequência?

Velozes e Furiosos 4

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MICHELLE RODRIGUEZ: Eu pensei "agora sim!" Aahaahaha. Não quero parecer arrogante , nem nada, mas eu estava no primeiro e sei que o público é leal. Quando você é apresentado a algo bacana, interessante, novo e empolgante ao mesmo tempo, você provavelmente quer seguir a bordo com a mesma equipe. É um palpite, mas vamos ver nas bilheterias como será a resposta.

Você ficou pendurada naquele caminhão-tanque um tempão no filme. Você fez algumas das cenas mais perigosas?

Sim, sim. Basicamente tudo o que acontece fora dos veículos e tudo o que acontece a 60 quilômetros por hora. Tudo com cabos de segurança. A partir daí, minha dublê, Heidi Moneymaker, assumia - eram as coisas tipo 120 quilômetros por hora, as cambalhotas no caminhão, o salto ao carro...

E você faria as coisas mais complicadas se pudesse?

Tá brincando comigo? Claro que sim! Mas não existe uma seguradora no planeta que permitiria isso. A não ser que eu fosse o Jackie Chan.

Como a ideia de voltar chegou a você?

Eu não tinha interesse na parte dois porque, pra mim, a série é sobre a relação entre Paul e Vin - e só um deles estaria no segundo filme. Isso é Velozes e Furiosos. A interação deles. A química. As meninas não interessam tanto, elas apenas estabelecem as bases para os caras. Eu, claro, ficava pedindo mais cenas de ação e coisas do tipo, mas isso é só porque eu sou assim. Tenho que me divertir. Então, ao saber que ambos voltariam para este, não pensei duas vezes.

E como foi trabalhar com Lin?

Ele é bom pra caramba. É ótimo ter um indivíduo transparente na sua frente, especialmente nessa indústria em que todo mundo é cheio de merda. Na sua frente te elogiam. Pelas costas, manipulam as coisas. Lin é intocado - é quase virgem, maravilhoso e acho que nunca será maculado pelo sistema. Ele entende a natureza da fera e usa isso em seu favor, ao lado dos atores.

Você dirige uns carrões neste filme. Mas na vida real é verdade que dirige um carro econômico?

É verdade - e isso se chama "11 pontos na carteira". Tive que cair na real. Parar de procurar problemas. Em Los Angeles é impossível se virar sem carro, aprendi da pior maneira possível. Então estou tentando me comportar. Se eu sentir vontade de correr de novo, vou pra Alemanha em uma Autobahn ou coisa do tipo.

Mudando de assunto, como foi que Avatar aconteceu pra você? Foi um teste de elenco?

Eu sou péssima em testes de elenco. A pior. O único filme para o qual fiz teste na vida foi Boa de Briga.

Como você ficou com o papel em Avatar então?

James Cameron me viu em Boa de Briga. Esse filme me fez, sabe? É o único da minha carreira em que fui protagonista e acho que fiz um bom trabalho. As pessoas ainda me contratam por causa dele.

Como foi trabalhar com Cameron?

Puta merda, o cara é incrível. Ele pensa em doze dimensões o tempo todo. É o que mais adoro nele. Dá pra sentar ao seu lado e conversar horas sobre os avanços na ciência molecular ou passar as mesmas horas falando de mitologia, criação de histórias, de personagens. Ele manja de câmeras, história da Rússia, vôos interplanetários, aventuras submarinas, desenvolvimento e pesquisa de câmeras... o cara é um gênio.

Você viu alguma cena já?

A beleza de trabalhar com essa tecnologia que ele criou é justamente essa. Nos outros filmes em que fiz tela verde, tinha que imaginar tudo. Neste, ou temos marcações físicas no set para nos relacionar ou posso ir para trás das câmeras para ver com que diabos estou lidando - ele tem tudo ali. É uma mistura de tecnologias que ele passou sei lá quanto tempo desenvolvendo. É incrível pra cacete. É animal. Não consigo imaginar nada maior.

E como você se sente tendo participado disso e estar em um dos filmes mais esperados do ano?

Sabe de uma coisa? Eu serviria cafezinho todos os dias pra ele e consideraria isso uma escola. Eu não estou nem aí pra saber como o filme será recebido. Foi uma honra incrível ter sido escolhida por ele para um projeto que ele nutre há uma década. Sabe, é muito difícil conseguir trabalho quando todo mundo está falando merda de você na imprensa simplesmente porque você está em processo de amadurecimento. Pegaram pesado comigo. Então é muito importante pra mim que existam pessoas como ele, que enxergam nos meus olhos ou no meu trabalho quem eu sou e não ficam assustadas em me contratar.

Como você vê sua carreira hoje?

Eu sou muito feliz, mas não mudaria nada do que fiz. Tenho 30 anos agora e não sou mais confusa como eu era quando tinha 20 e poucos. Tenho muita sorte que não me viciei em drogas ou outra dessas merdas que Hollywood coloca na sua frente - essas tentações. Foi difícil, mas agora posso olhar pra trás, para tudo o que passei e ver que sobrevivi a tudo. Renasci. Estou pronta para tudo agora.

Você era a garota selvagem que interpretou sua carreira toda?

Com certeza. Eu cresci muito durona e selvagem.

Você está boazinha agora?

Eu não diria boazinha, mas mais inteligente.

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